UM DIALOGO ENTRE A ABORDAGEM GESTÁLTICA E A PSICOLOGIA JURÍDICA EM VARAS DE FAMÍLIA

Resumo

O presente trabalho visa expor considerações oriundas da dissertação de mestrado intitulada "Contribuições da Abordagem Gestáltica a Psicologia Jurídica nas Varas de Família", desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da UERJ. A metodologia abarcou pesquisa teórica realizada acerca da noção e princípios da compreensão diagnostica em Gestalt-terapia e sobre aspectos referentes a atuação do psicologo em Varas de Família. Por meio da analise dos resultados, reuniram-se contribuições daquela abordagem a Psicologia Jurídica nos Juízos de Família. Foram priorizadas situações relacionadas a famílias pós-separação no que tange a disputa de guarda e/ou regulamentação de visitas, pois muitos dos litígios que chegam aos Juízos de Família encontram-se ligados a questões que se referem ao rompimento conjugal. Realizou-se, nesse sentido, discussão acerca de questões que envolvem o momento de separação conjugal em famílias com filhos por meio da apresentação de diferentes resultados de pesquisas realizadas nesta área. Aspectos referentes a disputa de guarda de filhos e/ou regulamentação de visitas foram analisados, pois estas problemáticas, em geral, são encaminhadas aos serviços de Psicologia das Varas de Família. Como consequência do estudo, problematiza-se a realização restrita de pericias psicológicas nessas situações e são apresentadas novas possibilidades de atuação do psicologo jurídico junto a famílias pós-separação. No curso de desenvolvimento da investigação teórica, a escolha pelo recorte compreensão diagnostica gestáltica se deu, pois tal noção apresentou, em sua fundamentação, premissas teóricas que poderiam ser aplicadas para alem do âmbito clinico psicoterápico. Cabe destacar que tal noção advinda da Gestalt-terapia se diferencia do psicodiagnóstico formal. A pesquisa teórica realizada sobre compreensão diagnostica gestáltica evidenciou princípios alicerçados na fenomenologia e, a partir destes, se propôs a postura compreensiva como contributo da Abordagem Gestáltica a Psicologia Jurídica nas Varas de Família. A reunião de contribuições advindas da postura compreensiva gestáltica se deu a partir da indicação de princípios que foram relacionados com aspectos peculiares do campo de atuação do psicologo em Varas de Família.