Distúrbios da Sexualidade

Vaginismo

O que é ?

Vaginismo é um distúrbio da sexualidade feminina muito raro que pode até impedir completamente uma relação sexual. É uma síndrome psicofisiológica cuja característica fundamental é a contração involuntária, recorrente ou persistente, dos músculos do períneo adjacentes ao terço inferior da vagina, quando é tentada, prevista ou imaginada a penetração vaginal com pênis, dedo, tampão ou espéculo. Em algumas mulheres, até mesmo o fato de pensar na possibilidade da penetração vaginal pode provocar este espasmo muscular. A contração pode variar desde leve, induzindo alguma tensão e desconforto, até severa, impedindo completamente a penetração. Em alguns casos essa contração é tão severa que produz dor. Porém mulher pode, mesmo apresentando o vaginismo, manter sem prejuízo suas demais respostas sexuais como, por exemplo, desejo, prazer e capacidade orgásmica, desde que não seja tentada ou prevista a penetração.

O vaginismo pode ser facilmente identificado, em uma consulta ginecológica, pela própria mulher sozinha, ou durante a atividade sexual. Na consulta ginecológica quando a mulher vai fazer o exame físico, às vezes basta apenas colocar-se na cadeira de exame para a contração muscular vaginal involuntária se dar, o que impede a realização do mesmo. Quando a própria mulher vai se examinar, tentando introduzir o dedo no interior da vagina, e encontra dificuldades, pode-se pensar também na existência de Vaginismo.

Este quadro pode apresentar-se na mulher apenas durante a atividade sexual e não durante o exame ginecológico. Em algumas mulheres que apresentam o Vaginismo até a colocação de um tampão vaginal pode ser problemática. As mulheres em quem o quadro é tão severo que impede a realização pelo ginecologista de exames de toque, preventivo de câncer e coleta de material, podem, além de vivenciar sofrimentos ligados à sexualidade, estar expondo-se a riscos como o não diagnóstico preventivo de doenças graves como câncer.

Para se determinar diagnóstico de Vaginismo é necessário avaliar a mulher como um todo. Deve-se observar seu quadro geral de saúde, sua história de vida, seu histórico clínico, seus resultados laboratoriais e seu exame físico, para se afastar outras possíveis causas dos espasmos vaginais, como, por exemplo, outras disfunções sexuais ou efeitos fisiológicos diretos de outros quadros clínicos como, por exemplo, endometriose ou infecção vaginal.

O vaginismo surge com mais frequência em mulheres jovens, mulheres com atitudes negativas com relação ao sexo e em mulheres com uma história de abuso ou traumas sexuais.

O Vaginismo é um quadro que causa grande sofrimento e dificuldades interpessoais, na medida em que interfere diretamente no desenvolvimento das relações sexuais. Muitos relacionamentos afetivos ficam abalados fortemente diante da existência desta disfunção. Diante deste quadro não são raros os casos de casamentos não consumados e infertilidade. O vaginismo pode acarretar distúrbios emocionais como a depressão.

 

De onde vem?

O vaginismo pode ter início em qualquer tempo da vida da mulher. A tendência é de que seu aparecimento seja súbito, podendo surgir durante uma tentativa de penetração pelo parceiro, durante o primeiro exame ginecológico de rotina, em resposta a um trauma sexual (abuso, estupro) ou a uma condição médica geral. Este quadro tende a ficar crônico na medida em que não se busque tratamento adequado.

Alguns fatores que foram cientificamente comprovados como possíveis desencadeadores do vaginismo são: tentativas de sexo sem prazer, falta de orgasmo na relação, fracasso na relação, angústia, sentimento de culpa, educação religiosa severa, sexo repressor, abuso sexual e estupro. Este quadro pode se desenvolver em mulheres de qualquer raça, cor, idade, condição financeira ou intelectual.

Acredita-se que os espasmos vaginais surjam como resultado da associação da atividade sexual com dor e medo. Quanto mais se tenta a penetração num caso desses, mais se reforça o medo, a dor e a frustração, levando ao espessamento dos músculos da vagina, coxas, pernas e abdômen e em consequência a uma piora do quadro clínico.

Existem determinados quadros clínicos como a endometriose ou infecções vaginais que podem gerar o efeito fisiológico de contração muscular involuntária. O Vaginismo pode continuar após a remissão de um quadro clínico desses como um efeito residual. Caso estejam presentes o Vaginismo e um quadro clínico, e o médico perceba que os espasmos vaginais não se devem apenas aos efeitos fisiológicos diretos da condição médica geral, aplica-se um diagnóstico de Vaginismo devido a fatores combinados.

 

Como tratar?

O tratamento indicado para o vaginismo é a Psicoterapia. Este tratamento tem como objetivo ampliar o conhecimento pessoal. Quanto mais a mulher conhecer sobre ela mesma, seu corpo, sua forma de lidar com o mundo, mais apta ficará a permitir-se vivenciar amplamente sua sexualidade.

Um dos aspectos importantes durante o processo terapêutico de uma mulher que esteja vivendo um quadro de vaginismo é buscar facilitar a ampliação de seu conhecimento em relação a como ela reage ao próprio medo, a como funciona seu corpo, e especificamente a como realiza suas contrações vaginais. Quanto mais consciência ela adquire a cerca das contrações, mais controle tem sobre elas. Para tal podem ser utilizados exercícios específicos.

O vaginismo é um quadro em que quanto mais cedo se busca tratamento, mais rápido se obterá a remissão dos sintomas. Não existe medicamento específico para o vaginismo e não se deve usar tranquilizantes, ou anestésicos locais para tentar a penetração. Esse uso somente piora o caso e retira o prazer sexual.

IMPOTÊNCIA

O que é?

O termo impotência é utilizado para designar uma disfunção sexual, que se caracteriza pela dificuldade de obter ou manter uma ereção satisfatória durante a relação sexual.


De onde vem?

Existem várias causas possíveis para este quadro. A primeira grande divisão que devemos fazer entre elas é em relação à origem: psicológica, orgânica ou se envolve os dois fatores.

Poderíamos aqui citar uma série de indícios que normalmente são usados para efetuar a diferenciação (psicológico/orgânico), porém acreditamos que tal diferenciação deva ser realizada através de uma análise cuidadosa por um especialista na área durante um atendimento, posto que um diagnóstico errado, acerca de um tema tão delicado para a maioria das pessoas, pode trazer consequências muito negativas.

Um diagnóstico errado é bem mais prejudicial que a ausência de diagnóstico. A crença na origem orgânica pode paralisar a busca de superação em relação a este sintoma. Portanto, mesmo que algum dos quadros abaixo esteja presente, não se deve concluir precipitadamente que ele é o fator determinante do sintoma. É sempre aconselhável a avaliação especializada.

A urologia atualmente possui uma série de métodos para checar se existem disfunções orgânicas que justifiquem uma dificuldade erétil.

Existem diversos fatores emocionais que concorrem para o surgimento deste quadro, dentre eles citaremos os mais frequentes: ansiedade, baixa auto-estima, insegurança, depressão, estresse, desconhecimento do próprio corpo dificuldades ligadas a adicção, excessiva preocupação com o desempenho e auto-exigência exacerbada.

Um outro conjunto de fatores muito comum está ligado a qualidade da relação afetiva. É muito frequente a visita ao consultório de homens que se consideram impotentes por não conseguirem viver a sexualidade no casamento. Quando observamos com mais cuidado o casamento está extremamente desgastado, com uma montanha de ressentimentos entre os cônjuges. Esses homens se sentem frustrados por não conseguirem viver a relação sexual com alguém com quem não têm se sentido bem. Em outras palavras, se queixam por não poder fazer amor com alguém que efetivamente não estão amando naquele momento.

A busca da sexualidade em uma relação que não traga segurança também pode resultar em fracasso, isso é muito comum, por exemplo, em relações extraconjugais, onde em alguns casos o sentimento de culpa e o medo se fazem presentes de forma impeditiva.

Citaremos a seguir uma listagem de fatores orgânicos que podem contribuir para a formação de um quadro como esse. Cabe aqui ressaltar que a presença de algum desses fatores em si não determina de forma conclusiva que a origem de um quadro de impotência seja orgânica.

- Parkinson

- Diabetes - pode provocar lesões neurológicas nos terminais nervosos ou gerar problemas no sistema de vasos que irrigam o pênis.

- Hipertensão - Ocorre a alteração da elasticidade dos vasos sanguíneos e válvulas que participam do processo de ereção peniana. Obs: Algumas medicações para hipertensão também podem causar tal efeito.

- Doença de Peyronie - Provoca endurecimento de certas áreas do pênis, entortando-o.

 

Como tratar?

Quando a origem é emocional existem dois caminhos de tratamento, um passa pelo processo psicoterapêutico do homem que apresenta os sintomas, e o outro passa pela terapia de casal. Em determinadas situações a conjunção dos dois processos se faz necessária.

No primeiro caso a ampliação do autoconhecimento permite que a pessoa identifique como está construindo tal sintoma, o que gera a natural superação do quadro. Na terapia de casal a busca é de aprender sobre o funcionamento da relação, como o casal está fazendo para se distanciar, se desencontrar. Cada casal é único e isso pode acontecer de muitas formas diferentes. No consultório podemos observar com muita freqüência como vai sendo criada uma montanha de lixo entre as duas pessoas, ressentimentos, mágoas, frustrações, etc. Aos poucos essa montanha torna-se tão grande que os cônjuges passam a não se enxergar mais, a relação vai se estagnando, se tornando repetitiva, previsível e extenuante. Em alguns casos a sexualidade passa a ser uma obrigação, não mais um prazer.

Quanto à origem orgânica existe uma série de recursos que podem ser utilizados para superar esses sintomas.

Observação: A impotência não tratada pode propiciar o surgimento de outros sintomas como, por exemplo, a ejaculação precoce.

 Anorgasmia

O que é?

É uma disfunção sexual, mais frequente entre as mulheres, na qual o indivíduo encontra dificuldades para atingir o orgasmo, apesar de ter interesse sexual e todas as respostas satisfatórias para realizar o ato sexual.

A anorgasmia pode ser classificada como:
Primária - o indivíduo jamais teve orgasmo nem em uma relação sexual nem através da masturbação. Secundária - Quando, apesar de já ter vivido períodos em que atingia o orgasmo, deixou de consegui-lo. Absoluta - Quando a pessoa não consegue atingir o orgasmo em nenhuma circunstância, nem pela relação sexual nem pela estimulação. Situacional - A pessoa consegue atingir o orgasmo, porém apenas em determinadas situações específicas. Não se deve confundir anorgasmia com frigidez. Na frigidez ocorre um desinteresse, uma falta total de desejo sexual.


De onde vem?

Existem inúmeros fatores que concorrem para que um número muito grande de mulheres tenha este tipo de dificuldade (entre 50 e 70% das mulheres). Dentre estes fatores geradores se destacam de forma praticamente absoluta os aspectos psicológicos, pois na quase totalidade dos casos são eles os fatores determinantes.
Entre os aspectos psicológicos podemos citar: a falta de intimidade com o próprio corpo, a falta de intimidade com o(a) parceiro(a), o excesso de contenção, provocado por uma estrutura de valores que supervaloriza a sexualidade e o desempenho sexual, a dificuldade de estar inteira, tranqüila e a vontade no contato com o outro no momento da relação sexual, educação sexual castradora, fatores religiosos, tabus, crendices, violência sexual (abuso ou estupro), medo de engravidar, experiências obstétricas (no caso das mulheres) traumáticas, envelhecimento, dificuldades do cotidiano, baixa auto-estima, auto-exigência exacerbada, ansiedade, excessiva preocupação com o desempenho, insegurança, estresse, depressão, desconhecimento do próprio corpo, dificuldades ligadas adicção. O momento da relação sexual é um momento de muita intimidade e de muita exposição, estando as duas pessoas inclusive sem roupa. Para que as coisas transcorram bem é necessária uma segurança mínima, que nem sempre está presente nos relacionamentos. Muitas vezes a pessoa termina forçando a própria barra ao se permitir vivenciar uma relação que na verdade emocionalmente não faz sentido para ela naquele momento.


Como tratar?

O caminho da terapia individual visa criar condições para que a pessoa possa ampliar o autoconhecimento, aprendendo como faz para construir tal sintoma; o que a anorgasmia tem para contar sobre a forma como ela funciona na relação com seu universo. Com muita freqüência neste processo o indivíduo passa a ter mais curiosidade acerca de seu próprio corpo, ampliando o seu conhecimento sobre o mesmo. A terapia de casal visa facilitar a comunicação entre as duas pessoas, além de propiciar um maior conhecimento sobre o funcionamento da relação, sobre como o casal se paralisa, como faz para perder a harmonia necessária para que a dança que se estabelece na relação sexual não tenha o êxtase como desfecho.

 

 Ejaculação Precoce

O que é?

Existem várias definições do que seja ejaculação precoce. Vamos citar aqui alguns desses conceitos e posteriormente a nossa visão sobre o assunto.

Praticamente todos os autores concordam que o que define que um homem esteja vivendo um quadro de ejaculação precoce é o fato do mesmo não conseguir conter suficientemente o processo ejaculatório. As divergências surgem acerca do que seja "suficientemente". As interpretações variam muito. Alguns autores definem a presença do quadro de ejaculação precoce apenas quando os indivíduos não conseguem chegar a penetração em função da ocorrência da ejaculação ainda no período preliminar do ato sexual; outros autores classificam assim aquele indivíduo que não consegue conter a ejaculação por mais de três minutos após já ter conseguido a penetração. Outra forma de classificação passa pela capacidade de conter a ejaculação com o objetivo de satisfazer a parceira. Quando o indivíduo não consegue conter a ejaculação, satisfazendo a parceira em mais de 50% (cinqüenta por cento) das relações é diagnosticado o quadro de ejaculação precoce. Caso a parceira tenha alguma dificuldade sexual, que dificulte a ocorrência do orgasmo feminino, essa classificação deixa de ser válida.

Nós concordamos com os autores que usam como critério a satisfação pessoal. É diagnosticada a presença do quadro classificado como ejaculação precoce quando o indivíduo que, por dificuldades na contenção do processo ejaculatório, deixa de desfrutar de sua vida sexual de forma plena e satisfatória. Dessa maneira, optamos por valorizar o aspecto qualitativo ao invés dos aspectos quantitativos na definição desse conceito, levando em conta o bem estar do indivíduo e de sua parceira.

A ejaculação precoce é sem duvida um dos transtornos mais frequentes da sexualidade masculina.

 

De onde vem?

As principais causas da ejaculação precoce são:

Ansiedade excessiva.

Auto exigência elevada.

Baixa auto-estima.

Preocupação excessiva com o desempenho sexual.

Desconhecimento do próprio corpo.

Desconhecimento acerca das necessidades da parceira.

Desenvolvimento inadequado da sexualidade.

Dificuldade no diálogo acerca da sexualidade.

 

A ansiedade, a baixa auto-estima e a extrema auto exigência são sem dúvida os principais fatores geradores de um quadro de ejaculação precoce. É importante ressaltar que essas características não se restringem a sexualidade. Quando essas características se fazem presentes na sexualidade é porque de alguma forma elas estão presentes na maneira de funcionar do indivíduo.


Como tratar?

Tratamento Psicológico - A superação de um quadro como esse passa pelo aprendizado, pelo autoconhecimento e normalmente gera transformações que vão além da sexualidade, tendo expressão nas diversas áreas da vida humana. O espaço que existe para facilitar esse aprendizado, esse desenvolvimento, é o espaço terapêutico, onde um profissional especializado orienta o indivíduo no seu processo de desenvolvimento pessoal.

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