Depressão

O que é?

A palavra "Depressão" refere-se tanto a síndrome clínica quanto ao estado afetivo (tristeza, melancolia) relacionado a mesma. A síndrome clínica caracteriza-se por sensação de impotência, incapacidade de buscar satisfação no meio ambiente e busca de isolamento em relação a esse meio, a qual pode se dar por uma redução ou ampliação de movimentos. É um dos distúrbios mentais mais frequentes nos dias de hoje. Doença afeta 4,4% da população mundial e 5,8% dos brasileiros, segundo dados da OMS, dados de 2015.   

Não se estabelece uma relação de classe social, nível cultural ou profissional. Qualquer pessoa das diferentes classes sociais, com qualquer nível cultural ou profissional pode viver este quadro, porém o mesmo é mais comum entre as mulheres (5,1%) do que entre os homens (3,6%).

O indivíduo pode vivenciar "Depressão" em qualquer idade, porém é mais comum na idade adulta do que na juventude: 7,5% das mulheres entre 55 e 74 anos sofrem de depressão e 5,5% dos homens da mesma faixa etária padecem desta doença.

 

Principais Sintomas

Alteração psicomotora
Sensação de fracasso
Alteração de apetite
Olhos opacos
Alteração no sono
Rigidez
Voz baixa e monótona
Incapacidade de reação, sensação de imobilidade
Auto-reprovação e culpa
Falta de prazer real
Pensamentos ligados a morte e/ou suicidas
Perda de interesse nas diferentes atividades, incluindo sexualidade
Ruga em Y entre as sobrancelhas
Rosto inexpressivo
Dificuldade em expressar e entrar em contato com seus sentimentos
Desespero e desolação
Sensação de vazio não preenchível
Perda da fé na vida
Pele ressecada
Respiração superficial
Perda de energia, fadiga, desânimo
Baixa temperatura

 

A vivência de sintomas depressivos após uma situação de perda em muitos casos faz parte da elaboração do luto e como tal é esperada e, na medida do possível, deve ser respeitada.

De onde vem?

Existem várias pesquisas que buscam encontrar algum determinante em termos de herança genética para que uma pessoa manifeste "Depressão". O que se vem percebendo através de pesquisas realizadas é que mesmo que exista uma predisposição genética, isto por si só não determina a ocorrência de uma crise depressiva.

A história do indivíduo está ligada a forma como ele se constitui e desenvolve sua maneira de ser. A pessoa que apresenta um quadro depressivo, por diferentes motivos, ao longo de sua vida aprende a não perceber seus próprios limites. Deixa de lado sua capacidade de identificar suas necessidades e sentimentos, e se perde num emaranhado de introjeções. Gasta muita energia para obter um pouco de gratificação. Faz um esforço tremendo, pois os padrões são altos e todas as suas energias são mobilizadas e entregues a essa tarefa. A energia que deveria estar disponível para o prazer e a criatividade fica sujeita a um "modo de vida" que não leva a plenitude.

Na relação com o mundo o indivíduo não consegue se nutrir emocionalmente de maneira adequada, o que leva gradativamente a uma falta de sentido na relação com o meio externo.

O poder criativo natural a todos nós fica aprisionado e adormecido diante da dificuldade de identificação de limites, necessidades e vontades. O peso do "tenho" substitui a leveza do "quero".

 

Como tratar?

Existem diferentes formas de se abordar a "Depressão" que estão relacionadas com os diferentes entendimentos que existem em relação a origem da mesma. Em muitos casos se faz necessária a intervenção conjunta psicológica-médica no atendimento a pessoa deprimida.

Tratamento Psicológico - O psicólogo trabalha junto com o cliente (indivíduo/família), acompanhando-o em sua busca pessoal. Procura facilitar o processo de auto-percepção, o que passa tanto pelo racional como pelo corporal, na medida em que a consciência envolve sensações que se expressam e são captadas através dos sentidos. Em um processo psicoterapêutico ao mesmo tempo em que o cliente amplia sua percepção a respeito de si próprio, aumenta sua autoconfiança e capacidade de se orientar criativamente em seu meio na busca de seu equilíbrio.

Tratamento Médico - A especialidade médica responsável por este tipo de tratamento é a Psiquiatria. O psiquiatra procura controlar a "Depressão" através de medicação e aconselhamento.

A saída de um quadro depressivo se dá normalmente de forma gradativa, com altos e baixos como está representado na figura a seguir.

A saída de um quadro depressivo se dá gradativamente, muitas vezes com altos e baixos. O indivíduo em um quadro depressivo quando chega para procurar ajuda, encontra-se deprimido a maior parte do tempo. Com o início do tratamento começa a ter alguns momentos com sensações boas, alternando com sintomas de depressão. Ao longo do processo terapêutico esses períodos de normalidade vão ficando cada vez mais duradouros e constantes, e os momentos depressivos cada vez mais raros e menos agudos.

É muito importante que o indivíduo deprimido tenha essa noção de que é comum e muitas vezes esperado ter algumas recaídas para que não abandone o tratamento diante de pequenas regressões.

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