O sofrimento do sujeito do desempenho na sociedade do cansaço à luz da gestalt-terapia:Uma revisão de literatura<br>The suffering of the sunject of performance in the fatigues socity in the light os Gestalt-terapia: A literature review.
Palabras clave:
sociedade do cansaço, sujeito do desempenho, gestalt-terapia, psicologia, Byung-Chul HanResumen
O presente artigo busca fazer um paralelo entre a antropologia da neurose descrita pela Gestalt-terapia e a compreensão da Sociedade do Cansaço apresentada por Byung-Chul Han a partir de uma revisão bibliográfica realizada, principalmente, por meio dos livros do filósofo coreano, Fritz Perls e Paul Goodman. Para isto, discute-se como a Gestalt-terapia compreende a antropologia da neurose, a partir das ideias de Fritz Perls e, principalmente, Paul Goodman, que faz uma leitura crítica da cultura americana contemporânea e compreende a neurose como sendo resultado das coerções sociais. Posteriormente, apresentou-se o que é esta Sociedade do Cansaço intitulada por Byung-Chul Han e o que ela produz, assim como quem é esse sujeito do desempenho apático e desvitalizado. Frente a isso, articulou-se a coerção produzida pela Sociedade do Cansaço no sujeito do desempenho, apresentando que a Gestalt-terapia compreende esse sofrimento como sendo uma resposta criativa do ser a essas coerções e consequentemente, uma forma de resistência, evidenciando que não é possível atuar na psicologia clínica, a partir da abordagem gestáltica, sem compreender as nuances dessa sociedade que afeta diretamente e drasticamente o sujeito do desempenho que tem adoecido e sofrido demasiadamente. Por fim, percebeu-se que compreender a antropologia da neurose descrita pela Gestalt-terapia, na prática clínica, é trazer esperança para a sociedade do cansaço.
Citas
BELMINO, Marcus Cézar. Gestalt-terapia e experiência de campo: Dos fundamentos à prática clínica. São Paulo: Paco, 2020.
BELMINO, Marcus Cézar. Os movimentos humanista-existencial e fenomenológico-existencial na psicologia: entrelaçamentos históricos em uma narrativa breve. Porto Alegre: Simplíssimo, 2021.
BELMINO, Marcus Cézar. Paul Goodman e seus desdobramentos clínicos, políticos e educacionais: Gestalt-terapia, anarquia e desescolarização. Rio de Janeiro: Via Verita, 2017.
CAVALCANTE, Marina Freitas. “Trabalhe enquanto eles dormem”: Os efeitos do Workaholism na saúde mental de adultos durante a pandemia de Covid-19. MENESES, Glysa. 2021. 41 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso – Psicologia, Faculdade Ari de Sá, Fortaleza-CE, 2021. Disponível em:
https://repositorio.faculdadearidesa.edu.br/bitstream/hs826/95/1/PsicologiaTCC_Marina_Cavalcante.pdf; Acesso em 10 de nov. de 2023.
CRARY, Jonathan. Capitalismo tardio e os fins do sono. São Paulo: Ubu, 2016.
DARDOT, Pierre. LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: Ensaios sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.
FERRO, Flaira. Me curar de mim. São Paulo: Gravadora Tratore, 2015.
FIRMO, Maria Alicya Teixeira Alves. ROQUE, Joaquim Iarley Brito. Análise fenomenológica da banalização da morte em meio a pandemia da covid-19: a necessidade de fugir da realidade e suas consequências. Revista Interfaces: Saúde, Humanas e Tecnologia, [S. l.], v. 10, n. 3, p. 1480–1488, 2022. DOI: 10.16891/2317-434X.v10.e3.a2022.pp1480-1488. Disponível em: https://interfaces.unileao.edu.br/index.php/revista-interfaces/article/view/1012. Acesso em: 4 nov. 2023.
FRANCESETTI, Gianni. Fundamentos da Psicopatologia Fenomenológico-Gestáltica: Introdução leve. Tradução de Débora Andreza Zacharias. Belo Horizonte, MG: Artesã, 2021.
FRAZÃO, Lilian. Ética e sofrimento humano. In: FRAZÃO, Lilian. FUKUMITSU, Karina. Enfrentando crises e fechando gestalten. São Paulo: Summus, 2020. p. 83 – 95.
FUKUMITSU, Karina. Facetas da autodestruição: suicídio, adoecimento autoimune e automutilação. In: FRAZÃO, Lilian e FUKUMITSU, Karina. Quadros clínicos disfuncionais e Gestalt-terapia. São Paulo: Summus, 2017.
GENARO JÚNIOR, F. Psicologia clínica e espiritualidade/religiosidade: interlocução relevante para a prática contemporânea. Psicologia Revista, v. 20, n. 1, São Paulo, 2011, p. 29-41. Disponível em: < http://www.jvasconcellos.com.br/fat/wp-content/uploads/2012/05/10%C2%BA_Viviane_Gleice-Kelly_Lucimar_Claudia-Lima.pdf > Acesso em 10 de outubro de 2023.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo, SP: Atlas, 2018.
GILVANCETTI, J.P CARDOSO, C. L. “A dificuldade de ser e o adoecimento existencial”. Mesa redonda do II Congresso Mineiro de Gestalt-terapia: Sofrimento Humano e Cuidado Terapêutico, 27-30 nov. 2019.
HAN, Byung-Chul. Psicopolítica: O neoliberalismo e as novas técnicas de poder. São Paulo: Editora Âyné, 2020.
HAN, Byung-Chul. Sociedade do Cansaço. Tradução de Ênio Paulo Giachini. 2º Edição Ampliada. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.
HAN, Byung-Chul. Sociedade paliativa: a dor hoje. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2021.
HAN, Byung-Chul. Vida contemplativa: Ou sobre a inatividade. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2023.
HOLANDA, Adriano. Saúde e doença em Gestalt-terapia: aspectos filosóficos. Estudos de Psicologia, v. 15, n. 2, 1998, p. 29 – 44. Disponível em: https://www.scielo.br/j/estpsi/a/vc7jRxtLbpj7fL355FYCD7N/abstract/?lang=pt; Acesso em: 4 de agosto de 2023.
LIMA, Patrícia. Autorregulação organísmica e homeostase. In: In: FRAZÃO, Lilian e FUKUMITSU, Karina. Gestalt-terapia: Conceitos fundamentais. São Paulo: Summus, 2014.
MULLER-GRANZOTTO, Marcos. MULLER-GRANZOTTO, Rosane. Clínicas Gestálticas: Sentido ético, político e antropológico da teoria do self. São Paulo: Summus, 2012.
MULLER-GRANZOTTO, Marcos. MULLER-GRANZOTTO, Rosane. Fenomenologia e Gestalt-terapia. 3ª Edição. São Paulo: Summus, 2016.
NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra: Um livro para todos e para ninguém. São Paulo: Companhia das letras, 2011.
NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano. São Paulo: Companhia de bolso, 2005.
PENHA, João da. O que é o existencialismo. São Paulo: Brasiliense, 2014.
PERLS, Frederick. RALPH, Hefferline. GOODMAN, Paul. Gestalt-terapia. 3ª Edição. São Paulo: Summus, 1997.
PERLS, Fritz. A abordagem gestáltica e testemunha ocular da terapia. Tradução de José Sans. 2ª edição. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2020.
PERLS, Fritz. Ego, fome e agressão: uma revisão da teoria e do método de Freud. 3ª edição. São Paulo: Summus, 2002.
PERLS, Fritz. HEFFERLINE, Ralph. GOODMAN, Paul. Gestalt-terapia. 3ª Edição. São Paulo: Summus Editorial, 1997.
PIMENTEL, Adelma. Psicodiagnóstico em Gestalt-terapia. São Paulo: Summus, 2003.
PINTO, Ênio Brito. Elementos para uma compreensão diagnóstica em psicoterapia: O ciclo do contato e os modos de ser. São Paulo: Summus, 2015.
REGATIERI, Ricardo. HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Petrópolis: Vozes, 2015, 136 p. TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia, [S. l.], v. 42, n. 4, p. 223–226, 2022. DOI: 10.1590/0101-3173.2019.v42n4.12.p223. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/7402; Acesso em: 6 jun. 2023.
RET, Felipe. FALCÃO, Marcelo. DALLAS. Não desista agora. Rio de Janeiro: Gravadora Som Livre, 2021.
RIBEIRO, Matheus. Ética gestáltica na cultura do egotismo. In BOCCARDI, Diogo. Gestalt-terapia e sociedade. São Paulo: Editora Liber Ars, 2021.
SAINT-EXUPÉRY, Antoine. O Pequeno Príncipe. Edição de Luxo. São Paulo: Geração Editorial, 2015.
SAFATLE, Vladimir. SILVA JÚNIOR, Nelson. DUNKER, Christian. (Organizadores) 1ª edição. 3ª reimpressão. Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico. Belo Horizonte: Autêntica, 2022.
TRIVIÑOS, Augusto. Introdução à pesquisa em Ciências Sociais: A pesquisa qualitativa em educação. São Paulo, SP: Atlas, 1987.
VINCENT, Bernard. Paul Goodman e a Reconquista do presente. Lisboa: Via editora, 1978.
YONTEF, Gary. Processo, diálogo e awareness: Ensaios em Gestalt-terapia. 3ª edição. São Paulo: Summus, 1998.
ZINKER, Joseph. Processo criativo em Gestalt-terapia. São Paulo: Summus, 2007.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Maria Alicya Teixeira Alves Firmo, Marcus Cézar de Borba Belmino
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Você tem o direito de:
- Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
- O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
-
Atribuição — Você deve atribuir o devido crédito, fornecer um link para a licença, e indicar se foram feitas alterações. Você pode fazê-lo de qualquer forma razoável, mas não de uma forma que sugira que o licenciante o apoia ou aprova o seu uso.
-
NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
-
SemDerivações — Se você remixar, transformar, ou criar a partir domaterial, não pode distribuir o material modificado.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
Avisos:
- Não tem de cumprir com os termos da licença relativamente a elementos do material que estejam no domínio público ou cuja utilização seja permitida por uma exceção ou limitação que seja aplicável.
- Não são dadas quaisquer garantias. A licença pode não lhe dar todas as autorizações necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos, tais como direitos de imagem, de privacidade ou direitos morais, podem limitar o uso do material.