Oficina de acolhimento de final de semana: grupo com portadores de transtornos mentais

Autores/as

  • Marcelle de Monique
  • januario da silva

Palabras clave:

transtornos mentais

Resumen

Resumo: Este estudo foi construído durante minha especialização em Psicologia Clínica Gestalt-Terapia dentro de um CAPS II, na oficina de acolhimento de final de semana (grupo terapêutico). No desenvolvimento deste trabalho, relato minhas experiências profissionais, pontuando as mudanças na postura profissional, antes e após a especialização em psicologia em Gestalt- Terapia. No início do curso de especialização, a visão da autora era que o grupo somente acontecia para os usuários do CAPS terem uma atividade meramente ocupacional. Não conseguia ver com clareza o quanto era fundamental para a evolução clínica e social destes usuários. No decorrer da formação gestáltica, essa visão foi mudando, surgindo importantes transformações na postura profissional da psicóloga. O CAPS é um dispositivo que surgiu após a reforma psiquiátrica no Brasil e tem como função principal uma nova forma de tratar a “loucura”. O principal objetivo é buscar ressocializar e inserir o “louco” na convivência familiar e comunitária, e uma das principais estratégias de abordagem desenvolvidas pela equipe multiprofissional dentro deste serviço é a terapia em grupo que é o objeto de pesquisa deste trabalho. Este grupo se desenvolve sob o referencial da Gestalt-Terapia. Cabe ressaltar que esta abordagem não tem sido muito inserida no campo da atenção psicossocial, apesar de em nossa experiência ser uma ferramenta muito útil para o trabalho dentro desta perspectiva de ampliação de possibilidades e socialização de portadores de transtornos mentais. A psicoterapia de grupo é uma prática terapêutica de grande importância dentro de uma rotina de CAPS. Trata-se de uma intervenção que possibilita a aproximação entre os indivíduos, interações sociais, troca de experiências, vínculos, bem como, exprimir suas emoções através de estímulos que surgem a partir da condução dos coordenadores do grupo e relatos dos participantes. Justificando o embasamento teórico e o objeto de estudo deste trabalho, elenco as transformações que surgiram não só nos usuários, bem como em mim enquanto profissional. Entendendo a enriquecedora contribuição da Gestalt-Terapia neste contexto, creio que o presente trabalho pode acrescentar no atendimento em grupos, principalmente no trabalho com portadores de transtornos mentais. Os procedimentos metodológicos utilizados para elaboração deste texto, foram a leitura de textos utilizados no decorrer do meu curso de especialização em psicologia clinica, livros e artigos de gestalt- terapeutas, usando como palavras- chave saúde mental e trabalho de grupo em Gestalt-Terapia. Foi utilizada também a reflexão sobre minha experiência pessoal no trabalho em oficinas terapêuticas em um CAPS II, a partir das anotações sobre o tema abordado e também a partir de minhas observações pessoais. Outra fonte de embasamento foi a experiência de grupo vivida durante o curso de especialização em psicologia clínica – Gestalt-Terapia (Indivíduo, Grupo e Família), favorecendo o alcance do objetivo desta pesquisa, que é refletir sobre a mudança experimentada na coordenação do grupo de acolhimento de final de semana, a partir da formação em Gestalt- Terapia, tendo como base os resultados obtidos na Oficina de acolhimento de final de semana com po rtadores de transtornos mentais no CAPS, a fim de apresentar uma possibilidade embasada na Gestalt-Terapia na área de saúde mental. Ao longo da minha formação em Gestalt-Terapia, percebi que o oferecimento de atuação do profissional no aqui e agora do usuário, e troca de informações ocorre durante todo acontecimento do grupo, essa participação mútua auxilia principalmente os indivíduos para falar sobre suas angústias, que tem sufocado e que algumas vezes causam isolamento; observa-se alívio ao perceber que não estão sozinhos promovendo também uma postura solidária, se tornando úteis uns aos outros. Posso afirmar então, que a gestalt terapia possibilita a percepção da própria capacidade do cliente de efetuar as mudanças internas e através delas, observar mudanças no ambiente onde vive. Durante a especialização esta profissional, passou para um nível de compreensão muito mais evoluído com relação ao outro. A luz da Gestalt proporcionou uma observação mais clara, facilitando o contato entre os integrantes do grupo. Visto que, um profissional com bases norteadoras consegue efetivamente resultados significativos em suas práticas. A fundamentação nesta teoria possibilitou com mais clareza a construção de vínculos entre os participantes e o gerenciamento das emoções experimentadas; cada qual respeitando seus próprios limites e dos demais do grupo. Palavra 1: Saúde mental Palavra 2: Grupo de acolhimento Palavra 3: Gestalt-Terapia Modalidade de apresentação: Comunicação/ tema livre Área de concentração: Contribuições teóricas

Publicado

2015-12-01