MT 09: CONSIDERAÇÕES SOBRE O SOFRIMENTO HUMANO NO MUNDO ATUAL

Resumen

MT 09: CONSIDERAÇÕES SOBRE O SOFRIMENTO HUMANO NO MUNDO ATUAL Marco Aurelio Bilibio Patricia Lima CONSIDERAÇÕES SOBRE O SOFRIMENTO HUMANO NO MUNDO ATUAL. O ser humano tem se defrontado na atualidade com diversas crises e situações que permeiam a sua experiência cotidiana com sensações de desconforto, trazendo-lhe restrições nas suas possibilidades de prazer ocasionando pequenos ou grandes sofrimentos, mas sem dúvida, implicando em perdas na sua qualidade de vida, tanto objetivamente quanto na ordem de suas vivências emocionais e afetivas Por mais indiferentes que muitos de nós procuremos nos manter quanto às tragédias que assolam a humanidade, é impossível não nos tocarmos com o sofrimento estampado, por exemplo, no rosto de uma população tão tecnologicamente avançada quanto a do Japão, desafiada a lidar com os limites de seus recursos para lidar com a catástrofe ambiental que chega ao país tanto pelos mares, quanto pelos ares e no solo que treme. Do mesmo modo não podemos estar indiferentes aos milhões de crianças, jovens e velhos que vagam pelas ruas das grandes cidades, sujeitos a todo tipo de violências e vivendo em condições precárias de higiene física e mental. Parte da mídia tem retratado os movimentos dos setores econômico, político e especialmente de pessoas na mudança de práticas rumo a uma sociedade social e ambientalmente sustentável. Os indícios de mudanças significativas já são perceptíveis, porém estas não são só positivas. Cada novo desastre tem um pano de fundo silencioso chamado aquecimento global. Qual a influência desse quadro na subjetividade contemporânea? Como as pessoas estão lidando com essa fase transicional? Qual é o papel dos psicoterapeutas nesse quadro? Depoimentos gravados durante a realização de um documentário revelam, especialmente entre os jovens, um estado de incerteza quanto ao futuro aparentemente ausente nas gerações anteriores. Existem sentimentos ainda não assumidos quanto à nossa capacidade ou incapacidade de solucionar problemas que não param de se agravar, sendo os principais deles a diminuição da qualidade de vida, e, a longo prazo, a própria sobrevivência como espécie. Cada vez mais é prioritário que nós psicólogos nos ocupemos e preocupemos com estes temas, em busca de uma construção teórica e técnica que possa minimamente refletir e propor intervenções que estejam condizentes com os sofrimentos e as grandes tragédias pelas quais passa o ser humano na atualidade. A proposta desta mesa é reunir temas que toquem nas grandes questões que se impõem nestes cenários debruçando-nos sobre os sofrimentos e insatisfações humanas e considerando-os sob a perspectiva dos diversos sistemas em que a vivência e a existência humana se inserem no âmbito das ações e vivências do ser humano na sociedade e no âmbito das relações do ser humano com a natureza. Reflexões que nos levam à considerar e a questionar, qual o papel e a missão que nós, terapeutas, temos diante destas questões. Referências bibliográficas Bauman, Z. Globalização – As Conseqüências Humanas. Rio de Janeiro: Zahar, 1999. O Mal-Estar da Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: Zahar, 1998. Campos, R(organ.). Psicologia Social Comunitária. Petrópolis: Vozes, 1996. Harvey, D. Condição Pós-Moderna. São Paulo: Loyola, 1994. Holanda, A.e Faria, N. (org). Gestalt-terapia e Contemporaneidade. Campinas: Pleno,2005. Pinto, E. Psicoterapia de Curta Duração na Abordagem Gestáltica. São Paulo: Summus, 2009.