GD 02: DANDO VOZ AS MULHERES : FALANDO DAS VIOLÊNCIAS E VIOLAÇÕES QUE NOS ATINGEM
Resumen
GD 02: DANDO VOZ AS MULHERES : FALANDO DAS VIOLÊNCIAS E VIOLAÇÕES QUE NOS ATINGEM Ana Cristina Barbosa Patricia Lima Albuquerque No mundo globalizado da pós modernidade, onde somos consumidores e mercadorias ao mesmo tempo, qual é o papel conferido ao feminino? E a partir dessa perspectiva, quais são as violações e violências que as mulheres experienciam no seu cotidiano? Desde os tempos da queima dos sutiãns, como símbolo da luta da mulher pela liberdade na década de 60, muito mudou no que se refere a entender a violência contra a mulher. Comportamentos que traduziam a cultura vigente e, portanto, eram considerados normais, hoje são considerados atos violentos. Em contrapartida, outras formas de violência surgiram a partir de comportamentos hoje considerados aceitaveis, e nos atingem através dos programas de televisão, notícias da mídia e cenas do cotidiano. Isso traz uma sensação constante de insegurança e medo que invade o dia-a-dia de todas as mulheres, das mais diferentes idades e condições sociais. A violência é uma expressão bastante abrangente e inclui diferentes formas de agressão à integridade corporal e psicológica e, portanto, pode conter múltiplos significados, podendo designar desde o ato mais cruel aplicado a um indivíduo, até mesmo as formas mais sutis. Sendo assim, o que sentimos ou percebemos como violência estará intrincicamente ligado ao contexto cultural vigente de uma época.Na sociedade atual, as definições de gênero e aquilo que se espera como papéis femininos e masculinos têm passado por profundas transformações - a mulher ganhou mais liberdade e possibilidades de ação. No entanto questiona-se até que ponto estas conquistas são reais e se traduzem numa qualidade de vida melhor do que outrora. Entre “Perdas e Danos”[1] , o quanto de fato as mulheres se libertaram do lugar da submissão ou ainda vivem uma realidade de opressão encoberta, muitas vezes travestida numa ilusão de que a mulher atual é mais moderna e libertária. O que esse grupo dialógico pretende abordar não é apenas falar ou apontar a violência já reconhecida como tal, mas sim aquela mais sutil, que passa desapercebida. É promover um espaço de compartilhamento onde mulheres e homens possam dar seus depoimentos, manifestar suas opiniões e o modo como experimentam esta problemática das violências que são impostas às mulheres e que atingem, direta ou indiretamente, seus relacionamentos. A proposta deste grupo temático é que, através de “provocações” trazidas pelas coordenadoras, o diálogo se dê e que os presentes possam falar de suas inquietações, experiências e temores relativos ao tema. Referências bibliográficas Ciornai, S. Da contracultura à menopausa. São Paulo: Oficina de textos, 1999. Cavalcanti, R. O casamento do Sol com a Lua. Rio de Janeiro, Cultrix, 1993. Chauí, M. Repressão Sexual. São Paulo: Brasiliense, 1985. Lima, A. Alma – Gênero e Grau. São Paulo: Devir, 2008. Luft, L. Perdas e Danos. Rio de Janeiro: Record, 2004. Oliveria, R. Elogio da Diferença. São Paulo: Brasiliense, 1991. Seabra, Z. Identidade Feminina. Petrópolis: Vozes. 1990. Sennett. R. Autoridade. Rio de Janeiro: 2001, Record. [1] Todos os nomes foram alterados para preservar o anonimato.Número
Sección
Grupos de Dialogo