CF 06: O IDOSO E A SUA NOVA MORADIA

Autores/as

  • Jorgete Botelho

Resumen

CF 06: O IDOSO E A SUA NOVA MORADIA Jorgete Botelho Esse trabalho possui o objetivo de refletir e descrever o momento no qual o idoso não consegue mais administrar sua vida sozinho. Quando percebe a impossibilidade de permanecer em sua residência, residir com parentes ou em instituições geriátricas apresentam-se como as alternativas possíveis. Algumas famílias conseguem se adequar a nova realidade de acomodar seu ente idoso em suas casas. Outras tentam por determinado período de tempo, mas quando o equilíbrio familiar fica comprometido aumentando as dificuldades dos filhos em conciliar suas vidas com as necessidades dos pais, o desconforto leva a se pensar num “divórcio”. Especialistas em Geriatria e Gerontologia vêm alertando-nos para o despreparo dessas famílias na tarefa de assumir essa guarda. Tradicionalmente as responsabilidades pelos cuidados com os idosos eram, um domínio das mulheres. Filhas e noras gerenciavam os procedimentos, porém a demanda social de inserção no mercado de trabalho, em conjunto com a necessidade crescente de contribuir financeiramente para a manutenção do padrão de vida da família nuclear levaram a uma expressiva diminuição dos cuidados aos pais idosos. (Brody,1979) Encontrar cuidadores eficientes, constantes e fiéis apresenta-se como outro importante fator decisivo e complicador na manutenção dos cuidados em familia. A partir da minha experiência como psicóloga há vinte anos na União Associação Beneficente Israelita – uma instituição de longa permanência para idosos no Rio de Janeiro, abordarei esse momento de transição de moradia, como também, o período de adaptação ao novo lar onde o idoso utiliza-se de todo o seu potencial para se reinventar e criar novas perspectivas de vida. Cada sociedade possui suas peculiaridades para abordar o envelhecimento. A forma como é vivido, simbolizado e interpretado possui uma gama infinita de entendimento e compreensão. "Está se vivendo um momento histórico e social proporcionado pelo grande impacto da tecnologia e inovações, medicamentos novos, saneamento básico, que favorecem a longevidade humana. Há um grande crescimento do contingente de idosos decorrente da baixa taxa de mortalidade". (Lima, 2001,18). Muitos anos de ajustes por parte do poder público e da população em geral serão necessários para dar conta desses cuidados aos idosos. Apesar de possuir regras e rotinas pré-estabelecidas, uma instituição deverá possuir uma flexibilidade para se adequar ao novo residente. Novos arranjos – novas gestalts precisam tomar formas. O esforço deve ser de todos – idosos, familiares e instituição. “A longevidade vai exigir que se abra o debate sobre as relações familiares e que os próprios idosos aceitem viver novas experiências e novas formas de morar. O que não impede que se fortaleça a idéia de família como a extensão de uma rede de afeto e solidariedade, e não apenas um lugar determinado para se viver”. (Veras, 2007)

Publicado

2014-09-19