MC 10: O SER HUMANO DO SER TERAPEUTA

Autores/as

  • Teresa Amorim

Palabras clave:

GESTALT, HUMANO, TERAPEUTA

Resumen

A proposta deste mini-curso é promover um espaço de reflexão e compreensão acerca da temática do ser humano do ser terapeuta. A partir de alguns princípios básicos da postura existencial dialógica, pretendemos desenvolver uma investigação dos pressupostos que define a profissão de ser terapeuta. Nosso objetivo é identificar, compor e desenvolver os recursos e habilidades da pessoa do terapeuta que tem como tarefa árdua reaprender a ver, ler e sentir o mundo em diversas perspectivas. Como assinala Juliano (1999): o ponto de partida da psicoterapia consiste na possibilidade de olhar a própria vida a partir de outro ângulo. Direcionaremos nosso olhar para o ser humano na aventura de ser terapeuta e seus desdobramentos numa constante revisão das perspectivas sobre o sentimento da existência humana, onde cada um – terapeuta e cliente operam na mutualidade. E assim, a partir diretrizes da abordagem dialógica, queremos compreender o humano em suas três dimensões: intrapsíquica, interpessoal e transpessoal. Na tentativa de compreender o ser humano do ser terapeuta, pretendemos desenvolver e assimilar a importância dos princípios e conceitos existenciais que estão presentes na prática clínica da abordagem dialógica: a inclusão, aceitação, confirmação, o self na relação e o curador ferido. Como terapeutas, somos convidados a explorar a subjetividade e o diálogo da existência humana, onde o ser do terapeuta, junto ao cliente, vive a experiência imediata do ser. A experiência do nada, que conduz o homem a uma tomada de consciência de sua existência em aberto, de uma existência inacabada, onde não há uma pré-determinação, onde há apenas a possibilidade da construção da própria existência – do homem como um ser para si mesmo, do homem como um ser-no-mundo. O roteiro proposto para esse tema é colocar em foco o cenário do ser humano que existe em cada terapeuta, seu curador ferido e suas gestalten abertas. Discutir e vivenciar essas questões como instrumento básico para a formação e capacitação profissional, confrontando e confirmando a existência de cada terapeuta em sua singularidade assim como, seus limites e possibilidades. Explorando o cenário existencial da abordagem existencial dialógica, nossa proposta é contextualizar o ser humano na construção da identidade do ser terapeuta contemporâneo em sua prática clínica, considerando a humanização do ser do terapeuta a questão fundamental na relação. O presente trabalho adquire relevância na medida em que pretende analisar o ser humano, buscando investigar a postura terapêutica do ser terapeuta e suas ressonâncias na prática clínica na Gestalt-terapia, vestidos apenas com a nossa humanidade, que por milagre toca a humanidade do Outro (JULIANO, 1999). Nossa expedição implicará em alguns princípios metodológicos que possibilitará uma maior compreensão do que significa ser humano no ofício de ser do terapeuta. Como afirma Sartre (1997): O ser é – sem razão, sem causa e sem necessidade; a própria definição do ser nos apresenta sua contingência originária. Para finalizar, será aberto um espaço para exploração e experiências pessoais dos participantes dentro de um contexto clínico. Referências Biblográficas: BUBER, M. Eu e Tu. São Paulo: Centauro, 1974. ________. Do Diálogo e do Dialógico. São Paulo: Perspectiva, 1982. CALLIGARIS, C. Cartas a um Jovem Terapeuta. Elsevier, 2004. CARDELLA, B. O Amor na Relação Terapêutica. São Paulo: Summus, 1994. __________. A Construção do Psicoterapeuta. São Paulo: Summus, 2002. HYCNER, R. De Pessoa a Pessoa. São Paulo: Summus, 1995. HYCNER, R. e JACCOBS, L. Relação e Cura em Gestalt-Terapia. São Paulo: Summus, 1997. JULIANO, J. A Arte de Restaurar Histórias. São Paulo: Summus, 1999. PORCHAT, I. e BARROS, P. Ser Terapeuta. São Paulo: Summus, 2006. SARTRE, P. o ser e o nada. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997. YONTEF, G. Processo, Diálogo e Awareness: ensaios em gestalt-terapia. São Paulo: Summus, 1998. ZINKER, J. Processo Criativo em Gestalt-Terapia. São Paulo: Summus, 2007 ZUBEN, N. Martin Buber – Cumplicidade e Diálogo. São Paulo: Edusc, 2003.

Publicado

2012-09-06