A Importância dos momentos de workshop para o aperfeiçoamento de um psicólogo: olhar de uma coordenadora.

Abstract

A troca com psicólogos na busca de seu aperfeiçoamento profissional tem sido constante em minha trajetória como profissional. Nos últimos anos tenho vivido isto de forma mais intensa, já que desde 2002 estou ininterruptamente acompanhando grupos de psicólogos em sua formação como gestalt-terapeutas. Este trabalho de acompanhar a harmonização de características pessoais para o trabalho com psicologia clínica é riquíssimo e ao mesmo tempo difícil, como tudo na vida. Lidar com o pedido de uma receita de bolo em relação a atuação como psicólogo clínico por parte dos alunos que me procuram e saber que esta receita não existe é uma questão que tem me afligido e muito. Afinal sou contratada por esses alunos para acompanhá-los neste percurso de construção e aprimoramento de seu trabalho como profissional. Porém ao mesmo tempo bem sei que não existe uma fórmula única ou pronta para este desenvolvimento. No momento em que vivo (2013), na cidade do Rio de Janeiro, em que muito se espera fórmulas prontas ou manuais formatados e cheios de dicas rápidas a seguir, muitas vezes é difícil me fazer compreender quando digo para os alunos que a formação é um processo de construção que tem um tempo próprio e único. Apresentar a ideia de que a formação profissional de um gestaltterapeuta passa necessariamente por um desenvolvimento pessoal nem sempre é simples. Interessante que muitas vezes, em especial no início do curso, os alunos solicitam mais aulas por semana com o objetivo de que o curso seja mais rápido. Reclamam de ter muitos workshops previstos ou que os mesmos são muito longos. A vontade é de estarem prontos, segundo um modelo e que isto seja rápido. Muitas vezes é difícil desenvolver a importância de mastigar e se apropriar do que foi vivido ao invés de buscar apenas uma meta, de atingir um objetivo a priori. Esta ideia de enquadrar pessoas rapidamente é totalmente diferente de minhas crenças em relação a preparação de um psicólogo clínico. É interessante perceber o quanto o tempo e a forma como vamos construindo nossas relações fazem diferença neste caminho. Para falar deste aspecto escolhi falar da importância dos workshops para isso. No curso que coordeno participo de todos os workshops das turmas, acompanho como supervisora pelo menos um tipo de atendimento destes alunos durante 1 ano e 6 meses e dou algumas aulas, com isso tenho uma visão privilegiada dos percursos desenvolvidos pelos alunos. Os workshops acabam tornando-se marcos do processo de evolução dos alunos no sentido de integrar teoria e prática neste processo de mudança de ponto de vista. As atividades desenvolvidas são escolhidas a partir de um cronograma que vai sendo sempre aprimorado e reconstruído a partir do momento do curso de que como este momento está sendo vivido em cada grupo. Justificativa Na Gestalt-terapia o trabalho com workshops é muito divulgado e utilizado como recurso de aprimoramento profissional e tenho tido acesso a textos e reflexões de colegas em palestras, congressos, seminários, encontros oficiais e encontros informais. Neste momento vivo um período recheado de reflexões considerei importante e oportuno compartilhar sobre minha experiência vivida neste trabalho que desenvolvo e são algumas destas que pretendo apresentar na busca de interlocução e aprimoramento sobre o tema ao longo deste mini-curso. Objetivo Pensar o movimento de transformações e crescimento do profissional que busca a interlocução com profissionais que têm mais anos de experiência no trabalho como psicólogos clínicos. Apresentar a proposta desenvolvida até então como coordenadora de cursos de formação em gestalt-terapia e buscar discutir os pontos que tenho observado como positivos e negativos neste percurso. Metodologia O trabalho consistirá em uma breve apresentação em powerpoint de pontos disparadores para uma discussão ampla. Divisão em pequenos grupos para debate mais aprofundado de perguntas disparadoras que serão escolhidas a partir da troca entre o coordenador do mini-curso e posterior troca no grupo mais amplo sobre os debates dos pequenos grupos. Público-alvo: psicólogos e estudantes de psicologia Modalidade de apresentação: Minicurso