WR 8: TERAPIA EM GRUPO: UM ENCONTRO COOPERATIVO

Autores/as

  • BRUNA PICORELLI
  • Paula Nascimento

Resumen

WR 8 TERAPIA EM GRUPO: UM ENCONTRO COOPERATIVO Bruna Picorelli Paula Nascimento RESUMO O terapeuta que trabalha com grupos precisa observar que dentro deste sistema existem vários ciclos de contato relacionando-se mutuamente. A troca das vivências são momentos preciosos, o grupo é sempre único e revela um processo maior do próprio grupo. O foco desse trabalho é repensar a força que terapia em grupo possui para apoiar no crescimento pessoal, sensibilização e treinamento do individuo. Palavra-chave: grupo, terapia PROPOSTA Perls dizia ter chegado à conclusão que “toda terapia individual é obsoleta”. E em seus workshops passou a integrar o trabalho individual com o grupo. “Entretanto, isto somente tem resultado com o grupo se o encontro do terapeuta com o paciente individual dentro do grupo for efetivo” (Perls in Stevens, 1977, p.29) Assim se vê que Perls propunha terapia individual em grupo, isto é, forma de trabalhar emocionalmente cada participante contando com o grupo como audiência. Porém como o passar dos anos e o desenvolvimento das diversas terapias grupais “a ênfase passou cada vez mais, dos indivíduos aos relacionamentos interpessoais dentro do grupo.” (Boris in D’Acri, Lima e Orgler, 2007, p.180) assim propondo uma nova metodologia de trabalho em grupo onde o terapeuta deixa de dirigir-se aos indivíduos do grupo e passa a valorizar a forma em que estes constroem suas relações. “O comportamento é função do campo no qual ele se expressa, poderemos vislumbrar a relação que existe entre o grupo e o individuo tanto na capacidade deste para modificar seu ambiente, como na do grupo para provocar mudanças nos participantes. Esta visão nos permite entender como o contexto grupal ilumina o comportamento individual e, por sua vez, como um individuo expressa, através de sua conduta, os valores constituintes do qual pertence.” (Spangenberg, 2007, p152) Pode-se ver então que é de suma importância levar em conta o papel que cada membro exerce dentro de um grupo. Cada um tem uma função, que na maior parte das vezes é a mesma que desempenha em outras relações além deste grupo terapêutico e o terapeuta precisa observar para entender o processo que cada um exerce. O terapeuta do grupo é um elemento deste, embora em determinados momentos tenha que exercer o seu papel de poder. “ ...o terapeuta é um improvisador, um diretor que determina a iluminação, a trilha sonora e o cenário para a ação dramática.” (Zinker, J. 2007, p. 191) O terapeuta de grupos busca que os indivíduos aprendam através da estimulação de vivencias onde é possível experimentar mudanças de comportamentos, pensamentos e sentimentos, mobilizando uma maior energia para o ajustamento no meio e propiciando a awareness. Este profissional precisa de habilidade para transformar os sentimentos internos, talentos, resistências do grupo em um trabalho para sensibilizar todos os participantes, integrando temas individuais variados em movimentos unificados e espontâneos. Ele pode ficar no papel ativo estimulando os integrantes, além de sair de tal e participar como um dos componentes.“Ao mesmo tempo em que se expressa no nível individual de sua existência, também está nos dizendo algo a respeito do grupo do qual faz parte” (Spangenberg, 2007, p152) Assim, é importante observar aquilo que as relações grupais denunciam sobre a forma de cada membro. Essas denúncias agem como um eco que reverbera no campo terapêutico. “O campo das relações e sua forma de estruturar-se começam a ficar claros, quando compreendemos que em todo grupo humano existem diferentes dimensões da experiência, ou diferentes níveis, a partir dos quais os membros vivenciam a situação grupal. Estas formas de viver o grupo – e dentro dele – foram classificadas, em nosso marco teórico, em quatro níveis de intervenção ou dimensões da experiência grupal. São elas: nível individual ou intrapsíquico, nível interpessoal, nível subgrupal e nível grupal.” (Spangenberg, 2007, p158) O terapeuta então terá estes quatro níveis para trabalhar e eles estão o tempo todo interagindo entre si. Assim o terapeuta poderá atuar em intervenções individuais como no modelo clássico do Perls, ou intervenções relacionais entre duas pessoas, entre pequenos grupos ou o grupo inteiro. É importante salientar que, quando uma pessoa está sendo trabalhada no grupo, de alguma forma as outras também estão sendo. O processo é sempre multilateral e dificilmente um tema em questão não está presente na vida das outras também, o tema individual está sempre ligado com o contexto grupal. Os temas individuais de alguma forma são sempre sócio-interativos. Quando as mudanças são vistas, o grupo se surpreende e fica hipnotizado com seu próprio poder. E mais importante disso tudo é que cada um dentro daquele grupo internaliza de formas diferentes o mesmo trabalho, levando pra sua vida aquilo que faz sentido para si. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORIS, G. – Psicoterapia de grupo e workshop. in D’ACRI, G.; LIMA,P; ORGLER, S - Dicionário de Gestalt-terapia: “Gestaltês”, São Paulo: Summus, 2007. D’ACRI, G.; LIMA,P; ORGLER, S - Dicionário de Gestalt-terapia: “Gestaltês”, São Paulo: Summus, 2007. SPANGENBERG, A - Gestalt Terapia: Um caminho de volta para casa, Campinas: Livro Pleno, 2007. STEVENS, J. – Isto é Gestalt, São Paulo: Summus, 1977. SPANGENBERG, A. Gestalt Terapia: Um caminho de volta para casa. Livro pleno, 2007. ZINKER, J. Processo criativo em Gestalt-terapia. São Paulo: Summus, 2007.

Publicado

2014-07-29