ARTIGO

A Influência da família no processo de desenvolvimento infantil: Uma reflexão à luz da Gestalt-Terapia.

The influence of the family on the process of child development: A reflection in the light of Gestalt Therapy.

Letícia Vieira de Souza*

UVA -Universidade Veiga de Almeida, RJ.

Endereço para correspondência

 


RESUMO

Este artigo tem como objetivo entender como as relações familiares podem influenciar no desenvolvimento da criança, considerando que este é o primeiro contexto do qual ela faz parte, sendo assim de grande significado para a mesma. Do ponto de vista da abordagem gestáltica a família é um sistema que influencia e é influenciado pelas partes que o compõe, sendo também uma totalidade que buscará sempre o equilíbrio. A partir da pesquisa bibliográfica traçamos, então, uma discussão a respeito do desenvolvimento infantil para assim apresentarmos como a família se faz presente neste processo de acordo com a Gestalt-terapia. Desta forma, acreditamos que este trabalho trará subsídios teóricos e reflexões para a prática de psicoterapeutas infantis e, também, para profissionais de outras áreas que pensam e discutem o desenvolvimento infantil.

Palavras-chave: Gestalt-terapia; Desenvolvimento infantil; Família.


ABSTRACT:

This article aims to understand how family relationships can influence the development of the child, considering the fact that this is the first context in which him/her takes part of and therefore it has great significance for him/her. From the point of view of gestalt approach, the family is a system that influences and is influenced by the parts that compose it, also being a totality that always seeks for balance. From the literature reviewed, we draw some discussions about the child´s development, and then we introduce how family is present in this process according to Gestalt therapy. In this way, we believe this work will bring theoretical subsidy and reflections to the practice of children psychotherapists and also to professionals from other areas that think and discuss the child development.

Keywords: Gestalt therapy; Child development; Family.

 

Introdução

De acordo com a abordagem gestáltica, a família é vista como uma totalidade autorregulada, sendo inserida em outras totalidades e constituída pelos indivíduos que a compõem, estando estes a todo tempo afetando e sendo afetados uns pelos outros, em constante interação, buscando sempre a melhor maneira de se autorregularem.

Tendo em vista que para Gestalt-terapia o ser humano é único e relacional, é importante destacar o contexto familiar como sendo de grande significado para o desenvolvimento e o funcionamento da criança, considerando que este é o primeiro contexto do qual ela faz parte, assim como sua importância nos primeiros anos de vida.

Através de Zinker (2001), apresentaremos diferentes dinâmicas familiares, como as famílias funcionais, tendo fronteiras fluidas e flexíveis, influenciando positivamente no desenvolvimento da criança, assim como as famílias retrofletidas – com fronteiras rígidas - e as famílias desorganizadas - com fronteiras frouxas -, influenciando estas duas últimas negativamente neste processo.

Sendo assim, o objetivo deste trabalho é apresentar o papel da família no desenvolvimento da criança, promovendo a reflexão de que sua dinâmica de funcionamento poderá influenciar no processo de desenvolvimento da mesma.

A partir da pesquisa bibliográfica traçamos, então, uma discussão a respeito do desenvolvimento infantil para assim apresentarmos como a família se faz presente neste processo de acordo com a Gestalt-terapia.

Desta forma, acreditamos que este trabalho trará subsídios teóricos e reflexões para a prática de psicoterapeutas infantis e, também, para profissionais de outras áreas que pensam e discutem o desenvolvimento infantil, tendo em vista que muitas vezes o sintoma da criança é o revelador de entraves e dificuldades no contexto mais amplo: a família.

Assim, este é um tema de grande importância, pois promove uma reflexão sobre a realidade das experiências das crianças, esclarecendo que elas estão ligadas ao meio externo, sendo influenciadas por ele e pelas relações fortes que estabelecem, sendo enfatizado neste trabalho às do âmbito familiar. 

 

A abordagem gestáltica: uma breve apresentação da teoria.

Considerando que em Gestalt-terapia temos uma visão integral e não fragmentada do homem, sendo esta embasada pelo holismo, Aguiar (2014) nos diz que o ser humano é percebido como um ser global, como uma unidade. Enquanto ser total, precisamos considerar suas características e os elementos do campo no qual está inserido; isto significa compreendê-lo para além das características isoladas, relacionando-as entre si e com a totalidade do campo mais amplo do qual o ser humano faz parte. Desta forma, quando uma parte é afetada consequentemente a totalidade do indivíduo também será.

Como uma unidade indivisível, o homem se constitui a partir das relações que estabelece com o mundo. Sendo este um processo contínuo e onde o campo e seus elementos são fluidos e mutáveis, o ser humano é um constante vir a ser, estando sempre em transformação e nunca estando pronto.

Assim, podemos afirmar que, além de global e relacional, o ser humano para a Gestalt-terapia é implicado em seu contexto, sendo atravessado por inúmeros elementos do campo do qual faz parte, afetando sua relação com o outro e consigo mesmo.

Desta forma, acreditamos que além do indivíduo ser transformado pelo meio, ele é totalmente ativo nesta dinâmica, sendo também transformador;ou seja, assim como é influenciado pelo mundo, pode influenciá-lo e transformá-lo a fim de que possa se tornar mais assimilável. Aguiar (2014) traz como exemplo a própria criança, quando ainda é um bebê. Aparentemente um ser indefeso, sem muitas capacidades de ação, sendo dependente do auxílio e cuidados do adulto, porém, ele é totalmente ativo. A dependência do bebê gera um desequilíbrio no campo familiar, necessitando de uma nova reconfiguração, modificando toda a dinâmica de funcionamento da família e fazendo então com que haja muitas transformações.

Podemos observar que esta capacidade de ser ativo e passivo, de transformar e ser transformado ao mesmo tempo, acontece de forma singular em cada indivíduo. Com isto, vemos que para a Gestalt-terapia o ser humano é singular.Apesar de ter aspectos comuns, cada ser é absolutamente único. Contudo, Costa (2002) acrescenta que não são os aspectos individuais que compõem o homem que os define e lhes dá um significado específico e particular, mas sim a organização de fatos, percepções, comportamentos ou fenômenos, o que nos possibilita dizer que a singularidade desse ser total apresenta-se nesse todo e não em características isoladas.

Assim, toda esta forma de ser-no-mundo do homem gestáltico é organizada pelo que chamamos de autorregulação organísmica, na qual o ser humano interage com o mundo no sentido de manter suas necessidades fisiológicas e psicológicas, visando o melhor equilíbrio possível.

 

A família na perspectiva gestáltica

Como ser relacional, observamos que o primeiro meio no qual a criança se apresenta em relação é o familiar. É neste primeiro contexto que ela é inserida enquanto constituinte de um sistema, sendo convidada à interação e tendo seu desenvolvimento influenciado por estas vivências de troca e construções contínuas.

Em sua obra "A busca da elegância em psicoterapia", Zinker (2001) descreverá a família da seguinte maneira:

"Um casal ou uma família é um sistema de indivíduos comprometidos a permanecer juntos por um extenso período de tempo, mantendo assim uma continuidade. [...] Além de meramente ficar juntos, um casal ou uma família estão comprometidos com tarefas conjuntas. Eles criam um lar juntos, criam filhos e interagem com sistemas maiores. Formam um subsistema dentro dos sistemas mais amplos da vizinhança, da cidade, do país e do mundo" (ZINKER, 2001, p.74-5).

Zinker (2001) irá dizer que independente da configuração familiar, existem fronteiras ao seu redor, distinguindo e separando-as de outras famílias e outros sistemas.

Em Gestalt-terapia, quando nos referimos a fronteiras, estamos falando de fronteiras de contato.

O conceito de "contato" em Gestalt-terapia difere do sentido corriqueiro em que esta palavra é usada em diferentes contextos. Segundo Silveira (2012), a palavra "contato" define a troca existente entre indivíduo e ambiente, considerando que organismo e meio são um todo indivisível. Sendo assim, a autora diz que contato refere-se aos ciclos de encontros e retiradas no campo organismo/meio. O contato ocorre entre duas realidades que estejam disponíveis para o encontro, e quando o contato acontece um altera a natureza do outro; podendo ocorrer de mim para comigo mesmo e de mim para com o outro, sendo este outro humano ou coisa.

Contato em Gestalt-terapia, traz consigo mudança, transformação, crescimento e ocorre dentro de um campo composto por partes ou regiões, implicando na existência de delimitações ou fronteiras que chamamos em Gestalt-terapia de fronteira de contato, sendo considerada uma fronteira entre eu mesmo e o mundo.

Perls, Hefferline e Goodman (1997, p.43), apontarão que:

"quando dizemos "fronteira" pensamos em uma 'fronteira entre'; mas a fronteira – de – contato, onde a experiência tem lugar, não separa o organismo e seu ambiente; em vez disso limita o organismo, o contém e protege, ao mesmo tempo que contata o ambiente. Isto é, [...] a fronteira de contato – por exemplo, a pele sensível – não é tão parte do organismo como é essencialmente o órgão de uma relação específica entre o organismo e o ambiente".

É a fronteira de contato que discrimina e limita o eu do não eu; é onde acontece as trocas autorreguladoras, ocorrendo a seleção daquilo que é nocivo e do que é nutritivo para o indivíduo, fazendo com que haja recusa ou transformação do que vem do mundo para assim assimilarmos e integrarmos o que for necessário para a volta do equilíbrio na relação organismo/meio.

O autor então abordou a noção de sistemas fechados e abertos, trazendo para a perspectiva familiar, dizendo que os sistemas fechados seriam aqueles de fronteiras rígidas e firmes, enquanto os abertos seriam os de fronteiras mais fluidas e mais fracas. O que é igualmente explicado por Tellegen (1984) quando diz que o sistema fechado é aquele que tem energia circulando dentro de si mesmo, mas que por si só não mantém trocas de energia e de matéria com o meio.

Desta forma, podemos dizer então que, a família como sendo um sistema, têm suas fronteiras rígidas e firmes ou fluidas e fracas, podendo ser sistemas fechados ou abertos. O que definirá o tipo de sistema será a sua forma de interação com o meio naquele determinado momento, constituindo-a como funcional ou disfuncional.

De acordo com os tipos de fronteiras, Zinker (2001) nos apresenta alguns tipos de famílias: as famílias funcionais, as retrofletidas e as desorganizadas. As funcionais são aquelas de fronteiras fluidas e flexíveis, onde um ritmo gracioso predomina, havendo solidariedade, unidade, mas também respeito de limites para que a autonomia se desenvolva; sabem quando se aproximar e quando se afastar de forma que estejam perto, mas não agarrados uns nos outros. As famílias retrofletidas por sua vez, são aquelas com fronteiras impermeáveis, duras e rígidas. Elas invertem a direção do fluxo, de forma que a energia fica retida nela mesma, não sendo dirigida para o mundo mais amplo. Nestas configurações dificilmente há privacidade, havendo superproteção e consequentemente, não permite um senso de autonomia e independência.

Por fim, as famílias desorganizadas são as que têm as fronteiras muito frouxas, não tendo nenhuma coesão. Elas geralmente têm séria perturbação do contato e do apoio mútuo da família, e por conta disso, a comunidade tem uma fácil intrusão. Os adultos deste tipo de sistema são aqueles que ficam separados uns dos outros e das crianças, que por sua vez podem ser negligenciadas de forma física e psicológica.

Entretanto, a noção de sistemas traz que as partes que os compõem estão totalmente interligadas. Isso nos mostra que quando falamos de relações familiares não podemos responsabilizar um único membro pela luta da família; a dinâmica do sistema em si, num todo, é responsável pelas relações funcionais ou disfuncionais. Zinker (2001, p.77) ainda acrescenta que "todas as famílias vão desde o extremo da proteção mútua até a falta de atenção e senso de alienação no outro extremo. Nenhuma família está sempre em equilíbrio perfeito".

Tendo em vista, então, que o equilíbrio se altera, Aguiar (2014) nos diz que a perspectiva de totalidade autorregulada e relacional que a Gestalt-terapia confere ao ser humano também é válida para nossa forma de perceber o grupo familiar, assim como a noção de desenvolvimento contínuo da família, considerando as sucessivas configurações sempre que há alteração no equilíbrio do sistema.

Portanto, dizemos em Gestalt-terapia que a família é autorregulada e isso é de grande importância no que se refere à criança, pois assim como os demais membros se movimentam em prol da homeostase, a criança também influencia e é influenciada por todas as partes e pelo todo, sendo ela muitas vezes o ponto de equilíbrio para toda a dinâmica familiar.

"Assim, o comportamento da criança, ainda que incomode os pais, parece estar a serviço de um equilíbrio maior, o que na maioria das vezes não é percebido pela família. [...] Assim como o ser humano, a família desenvolve-se como totalidade em sucessivas reconfigurações com base em necessidades emergentes percebidas como um desequilíbrio momentâneo no campo. [...] A família, como totalidade, buscará a melhor forma possível de manter-se, obedecendo ao princípio da autorregulação e realizando ajustamentos criativos. Muitas lidarão de forma satisfatória com suas necessidades de equilíbrio, permitindo a manutenção do funcionamento saudável de cada um de seus membros. Outras, em busca de autorregulação, alcançam formas pouco ou parcialmente satisfatórias, fazendo que um ou mais membros sacrifiquem seu próprio funcionamento saudável em prol da manutenção da dinâmica familiar" (AGUIAR, 2014, p.70-71).

Sendo assim, Silveira (2005) diz que se tratando de terapia familiar, um sintoma então é encarado como expressão de uma disfunção no sistema. Nesta visão, o indivíduo que apresenta algum sintoma, sendo chamado de paciente identificado, é aquele que denuncia a doença do sistema familiar.

Apresentado aqui a noção de família para a Gestalt-terapia, falaremos agora sobre o desenvolvimento infantil nesta abordagem assim como sobre a função e a influência da família neste processo, sendo estas positivas ou negativas.

 

O desenvolvimento infantil e a influência da família neste processo.

Considerando a visão do homem na Gestalt-terapia, que foi explicitada anteriormente, podemos dizer que sua visão de desenvolvimento se apresenta diferentemente da tradicional, sendo esta última estabelecida como uma linearidade na qual conteúdos universais e naturais fragmentam e reduzem o homem em áreas ou marcos cronológicos.

Aguiar (2014) diz que as teorias de desenvolvimento humano tendem a dar ênfase a uma parte somente do funcionamento do homem, por exemplo, a intelectual, a psicossocial ou a aprendizagem social, fazendo com que se apresentem como "teorias da parte". Já a Gestalt-terapia defende a visão do todo no desenvolvimento e de como cada parte se relaciona e se articula. Desta forma, assim como vemos em Ribeiro (1985), podemos dizer que a Gestalt-terapia não separa o biológico do social, mas articula-os havendo uma interação homem-mundo.

Sendo assim, o desenvolvimento para a Gestalt-terapia é ininterrupto nesta interação, sendo uma relação caracterizada pelas possibilidades de ação e transformação do meio de forma que se ajuste da melhor maneira possível às circunstâncias, se distanciando de uma característica de passividade.

Concordando com Costa (2002), toda esta interação se dá através do que chamamos de autorregulação organísmica ou homeostase, fazendo com que todo comportamento seja direcionado mediante às necessidades que surgem e que precisam ser satisfeitas, buscando o equilíbrio e a melhor maneira de se estar no mundo. Desta forma, Aguiar (2014) diz que este processo movimenta o ser humano no mundo, abrindo espaço para aquisições e possibilidades de transformação ao longo do tempo.

Frazão (1999) acrescenta ainda que o que possibilita esta interação do indivíduo com o seu meio é o contato e a "awareness", sendo esta última a

"capacidade de aperceber-se do que se passa dentro e fora de si no momento presente, tanto a nível corporal, quanto a nível mental e emocional. É a possibilidade de perceber, simultaneamente, o meio externo e interno, através de recursos perceptivos e emocionais, embora num determinado momento alguma coisa possa se tornar mais proeminente" (FRAZÃO, 1999, p. 3).

Sendo assim, a autora afirma que para que haja essa percepção, a "awareness", é necessário haver contato, que como já descrito no capítulo anterior, se dá através dos nossos sentidos, fala e movimento, e é uma das condições básicas para o desenvolvimento, pois estando em contato a mudança simplesmente acontece. Isso nos possibilita dizer que como o ser humano está sempre em e fazendo contato, o desenvolvimento em Gestalt-terapia não se restringe apenas a um período de tempo, ou até uma determinada idade; o desenvolvimento é contínuo.

Quando falamos dessa interação do homem com o meio, trazemos também o conceito de ajustamento criativo, onde em todo o tempo desse processo de autorregulação, o organismo está se ajustando para que esteja em equilíbrio; buscando sempre a melhor maneira possível no momento diante das situações nas quais está inserido.

Porém, Frazão (1999) nos diz que, no decorrer do desenvolvimento, a satisfação de certas necessidades poderá rivalizar com a manutenção da relação com o outro. Quando isto acontece, a pessoa, através do ajustamento criativo, buscará formas diferentes de expressar suas necessidades, mantendo ao mesmo tempo, a relação com o outro. Contudo, se essas tentativas falharem, haverá conflito, de forma que o ajustamento, ao invés de ser funcional, se tornará disfuncional e o funcionamento se tornará não saudável.

"A escolha feita pela pessoa é sempre a escolha que aquela pessoa, naquela circunstância, com aquela experiência pôde fazer. A escolha feita foi em função de uma necessidade que considero absolutamente verdadeira e legítima: a de sobreviver psiquicamente, mantendo a relação com o outro. [...] as respostas adaptativas necessárias à sobrevivência, que observamos em funcionamento não saudável, resultam de processos de autorregulação organísmica, são (em sua origem) ajustamentos criativos e constituem aquilo que é possível" (FRAZÃO, 1999, p.7).

Desta forma, concordamos com Aguiar (2014) quando diz que o desenvolvimento é caracterizado por este movimento de busca de equilíbrio, da melhor maneira possível de configurar-se no mundo a cada momento, mesmo que não seja a ideal ou totalmente satisfatória. A autora irá apontar que, deste ponto de vista, os sintomas se configuram como tentativas de ajustamentos criativos às condições do campo.

É através dos ajustamentos criativos, então, que a criança vai pouco a pouco se constituindo, e se inserindo de forma cada vez mais ampla no mundo, adquirindo recursos, assimilando, transformando, aprendendo e produzindo coisas. Desta forma, podemos concluir que o desenvolvimento é uma sucessão contínua de ajustamentos criativos e por consequência,

"a criança não é vista como um ser inacabado, imaturo ou imperfeito em contraposição a um indivíduo adulto maduro, desenvolvido, acabado; tampouco o desenvolvimento é visto como uma história de fases rumo a um objetivo final, mas como um percurso construído com momentos singulares sucessivos que são em si completos no aqui e agora de cada criança" (AGUIAR, 2014, p.55).

Assim, podemos dizer que o desenvolvimento do ser humano se dá em processo e não em períodos isolados e delimitados, onde uma sucessão contínua de acontecimentos e vivências se dão no aqui e agora, possibilitando experiências de crescimento.

Diante disso, Aguiar (2014) diz que este processo tem o seu início com a indiferenciação entre o bebê e o mundo no qual ele está inserido, sendo um período marcado pela total dependência da criança em relação ao adulto, mas que vai caminhando para uma maior diferenciação e autonomia em relação ao outro. Este processo de transferência do apoio ambiental para o auto-apoio, é o que chamamos de autossuporte ou maturidade. Desta forma, vemos que "o ser humano nasce em uma situação de total dependência do outro e progressivamente adquire recursos para escolher aquilo que ele precisa do outro e decidir de que forma e com que intensidade vai buscá-lo" (AGUIAR, 2014, p.56).

A mesma autora ainda afirmou que este caráter relacional do desenvolvimento está presente desde a vida intrauterina, desde as transformações no organismo da mulher e ao mesmo tempo no feto, que precisa do suprimento da mãe para desenvolver-se até o meio nos quais estão inseridos, o que significa dizer que até mesmo a gestação afeta todo o meio - família, trabalho, amigos etc. – e as relações, sendo ao mesmo tempo afetada por estes.

Assim, a pré-história da criança é de tamanha importância quanto a sua história relacional após o nascimento, pois a forma como ela foi recebida pelos adultos e a configuração do campo a qual já estava inserida desde a gestação encaminharão sua interação com o mundo. Desta forma, o bebê nasce já mergulhado no contexto maior de sua história de vida e experiências familiares, que influenciarão as introjeções iniciais oferecidas a ele.

Antony (2010), então nos descreve esta introjeção inicial da seguinte forma:

"A introjeção é o processo primário de internalização de crenças, valores e pensamentos transmitidos pelos pais, pela cultura e por outros ambientes significativos nos quais a criança vive. Pode interferir no desenvolvimento psicoemocional saudável e, se mal administrada, provocar distúrbios emocionais, produzindo uma inautenticidade do eu. A introjeção é uma mensagem que ouvimos sobre nós mesmos ou uma ordem que recebemos de nossos pais, desde criança, e "engolimos" sem assimilar. A criança inicialmente não tem consciência reflexiva desenvolvida que lhe dê a capacidade de digerir, significar, elaborar conceitos, normas, valores e imposições parentais. Ela tende a não questionar ou discriminar a validade dessas mensagens; não tem a habilidade cognitiva de pensar: "Isso não tem a ver comigo, isso não combina comigo ou isso tem a ver comigo" (ANTONY, 2010, p.92).

Posto isto, podemos dizer que este momento das introjeções iniciais é de grande importância no desenvolvimento. São elas que, segundo Zanella (2010) interferem e atualizam o desenvolvimento do bebê. Além de muito importante, este é um processo muito delicado, tendo em vista que ainda não existe a capacidade de elaboração e reflexão nos primeiros anos da criança.

Segundo Ranaldi (2010), a criança vai recebendo e decodificando, do seu modo, mensagens sobre si mesma que vão sendo introjetadas. Muitas vezes, os autoconceitos que surgiram como consequência de introjeções advém de palavras e frases ditas com certa frequência por pessoas significativas para esta. Entretanto, por outras vezes também podem surgir de conclusões tiradas pela própria criança referente às situações vividas.

Sendo assim, a criança utiliza o mecanismo da introjeção como um instrumento para adquirir conhecimentos, informações, normas, etc. e ao mesmo tempo ela está completamente imersa no campo fazendo contato direto com tudo o que a perpassa. Desta forma, a criança, sem ainda muita aquisição de filtrar aquilo que vem do meio, também introjeta aquilo que o campo está dizendo ao seu respeito. Tomemos o exemplo trazido por Brito e Antony (2010) sobre a criança abrigada que, geralmente, foi rejeitada desde a gestação. Ela entra em contato com a dor da rejeição muito cedo e vive essa realidade por muito tempo. Ao longo de seu desenvolvimento, ela carrega essa dor, confirmando sempre a ideia de que não merece o amor do outro e passa a se comportar de forma que os outros a rejeitem, provocando para que a tratem mal, pois acredita que é merecedora de ódio.

Com isto, podemos perceber que as introjeções vão demarcando o comportamento da criança, influenciando de forma muito direta sua forma de ser-no-mundo.

Pensando nas famílias com fronteiras rígidas e com fronteiras frouxas, podemos pontuar que, na primeira, as introjeções iniciais presentes no início da vida vão dando contorno à criança, proporcionando segurança no que diz respeito a receber normas, valores. Contudo, mediante a rigidez de sua fronteira, este movimento poderá se cristalizar, se tornando disfuncional. Neste caso, a criança permanece engolindo o que lhe é apresentando, não havendo possibilidade para discriminação.

Já nas famílias com fronteiras frouxas, podemos observar que estas introjeções iniciais se apresentam de forma fragilizada, onde muitas vezes há pouco diálogo entre si, dando espaço para que outras relações assumam este papel e influenciando diretamente no contorno que esta criança terá.

Assim também, Aguiar (2014) nos aponta que o bebê nasce com poucos recursos para lidar com as demandas do mundo, fazendo-o completamente dependente de outro neste primeiro momento. Com isto, estabelece uma relação marcada pela indiferenciação com este outro significante, sendo a mãe ou quem exerce essa função materna, que por sua vez terá a responsabilidade de suprir as necessidades do bebê e de apresentar-lhe o mundo. Essa dependência e indiferenciação, presentes no princípio, chamamos de confluência inicial. Com isso, Antony (2006, p.4) diz:

"O nascimento dá início ao drama da união/separação que constitui a 'Gestalt' original inacabada. Antes de se separar do corpo acolhedor da mãe, o bebê esteve em um estado de fusão ou conexão quase absoluto, de dependência do organismo da mãe que tem a função de filtro emocional e nutricional das experiências do bebê. Ao nascer, rompe esse estado de confluência biológica primária, porém permanece a confluência psicológica, a indiferenciação entre eu - não eu, onde não há a consciência da existência psíquica de si mesmo ou do outro".

De acordo com Aguiar (2014), esta confluência inicial, aos poucos vai possibilitando a construção de uma diferenciação através das introjeções oferecidas ao bebê sobre o que é o mundo, quem é ele e quem é o outro. No primeiro momento ele introjeta praticamente tudo, sendo um processo muito importante e fundamental para o estabelecimento de um sentido de organização, segurança e apreensão do mundo. Estas introjeções constituem um conhecimento de si e uma noção de eu no mundo que está em relação com o outro. Com a função organizadora que os cuidadores assumem, dizendo a hora de dormir, de comer, o que é certo ou errado, vai se construindo esta diferenciação e a criança vai aprendendo a internalizar sua possibilidade de autorregulação. Ou seja, aos poucos vai estabelecendo um limite entre ela e o outro, entre o que é dela e o que não é dela, se percebendo como um ser separado do outro, com suas próprias necessidades e meios para supri-las.

Um ponto de muita importância para que aconteça a diferenciação entre a criança e o outro é a possibilidade da discriminação. A criança que introjetava tudo sem assimilação e reflexão, passa a avaliar o que vem de fora e descobre que não precisa aceitar tudo que vem do mundo ou dos adultos, que algumas coisas têm a ver com suas necessidades ou com aquilo que deseja, mas outras não.

Conforme nos aponta Polster e Polster (2001, p.86-87):

"A criança aceita qualquer coisa que ela não experimente rapidamente como nociva. Ela pode aceitar sua comida sob a forma em que lhe é oferecida ou pode cuspi-la. No início, não pode refazer a substância para que esta lhe seja mais adequada, como fará mais tarde quando começar a mastigar. Quando ela pode mastigar, aprende como reestruturar aquilo que entra em seu sistema. Entretanto, antes disso, ela engole confiantemente o alimento que lhe é proporcionado – e de um modo similar, engole também as impressões da natureza de seu mundo".

Partindo da perspectiva dos Polster, Aguiar (2014) nos apresenta dois tipos de discriminação que, sendo permitidos e facilitados pelo ambiente, serão fundamentais para o desenvolvimento da autonomia, de uma boa autoestima, da capacidade de escolha e da responsabilidade: "a discriminação reativa e a discriminação criativa". A primeira, a autora assemelha ao cuspir, consistindo em rejeitar aquilo que vem de fora e é percebido pela criança como não assimilável ou não estando de acordo com suas necessidades. Nos primeiros meses isso acontecerá de forma não verbal, como por exemplo, cuspindo a sopinha. Mais tarde, verbalmente com negações e confrontos, dizendo os "nãos" como forma de marcar suas necessidades singulares e afirmando sua diferenciação do resto do mundo.

A segunda, discriminação criativa, é a fase que se sucede à primeira, na qual a criança vai crescendo e percebendo que algumas coisas são importantes para ela, mas que talvez precisem ser modificadas, pois não servem totalmente da forma como lhes foram apresentadas. Nesse momento, então, a criança passa do engolir/cuspir para o ato da mastigação, experimentando a possibilidade de transformar, recriar, negociar, não engolindo tudo por inteiro; transformando o que vem do meio de modo que se torne nutritivo e satisfaça as suas necessidades.

Aguiar (2014) nos aponta que a família assume o papel daquele que confirma o ser humano em sua especificidade, possibilitando desta forma a sua diferenciação com o outro. Ao mesmo tempo em que a família tem a tarefa de acolher, satisfazer e oferecer proteção àqueles que a constitui, ela também assume a tarefa de frustrar, aceitar as diferenças e facilitar o desenvolvimento da autonomia.

Por esta razão, quando uma criança não estabelece vínculos familiares, ou vínculos que supram o papel da família, Antony (2006) diz que geralmente elas usarão o mecanismo da confluência pela necessidade de dependência, cuidado, proteção, fazendo com que haja uma confusão de fronteiras entre ela e o outro. 

Desta forma, Aguiar (2014) aponta que nas famílias onde não há coesão alguma, com ausência do apoio mútuo entre os membros – famílias com fronteiras frouxas, como explicado anteriormente – geralmente as crianças ficam desprotegidas e precisam sobreviver com poucos recursos. Costuma-se observar que essas

"[...] crianças ficam famintas de atenção dos amigos, dos professores e dos vizinhos. Em alguns casos, tentam chamar a atenção roubando ou, de algum outro modo, pegando aquilo que não lhes pertence. Elas podem receber atenção por intermédio de ações disciplinadoras na escola ou de policiais. Seus sentimentos estão profundamente enterrados e suas fronteiras individuais não são facilmente acessíveis" (ZINKER, 2001, p.80).

Por outro lado, também vemos em Antony (2014) famílias que estão polarizadas na confluência, nas quais a diferença não tem lugar e por isso não há possibilidade de troca. Sobre estas, Zinker (2001) irá dizer que as crianças comumente poderão ter fobias escolares, dificuldade para sair de casa, casar-se ou ir para faculdade, por exemplo.

Estas famílias, se tendo suas fronteiras rígidas, possui o heterossuporte muito fixado, possibilitando sentimentos de insegurança. Nas famílias com fronteiras frouxas, essa confluência inicial que traz segurança neste primeiro momento, muitas vezes é experimentada com muita fragilidade. Estas crianças possuem um heterossuporte muito fragilizado vindo da família, levando-as a buscar em outros meios e proporcionando possivelmente, também, o sentimento de insegurança.

Outro elemento crucial neste processo de diferenciação é a vivência de limites, entendendo-os não como imposições arbitrárias dadas em uma relação de poder e autoritária, mas sim como forma de estabelecer um parâmetro de mundo e de possibilidades de relação, trazendo segurança e certa previsibilidade para a criança acerca do que pode enfrentar no mundo. Sendo assim, o limite dá contorno, permitindo que a criança se diferencie do meio.

Considerando tudo isto,

"ao enfatizarmos a importância dos limites no desenvolvimento do ser humano, é fundamental destacarmos a necessidade de equilíbrio ao oferecê-los, uma vez que o excesso de limites pode ser dificultador, em especial no que diz respeito ao desenvolvimento de autonomia, à capacidade de escolha e à resolução de problemas. Seu inverso é igualmente desastroso, contribuindo para crianças perdidas, inseguras e com uma noção equivocada do mundo, das pessoas e dos seus direitos e deveres" (AGUIAR, 2014, p.65).

Ou seja, a vivência de limites nas famílias com fronteiras rígidas, pode se dá em excesso, dificultando a autonomina e o desenvolvimento do autossuporte. Nas famílias com fronteiras frouxas, a falta de limites, pode ocasionar crianças perdidas, inseguras, podendo se colocar em situações de risco.

Sobre o papel confirmador que a família ocupa, é fundamental que a criança seja confirmada como um todo, incluindo seus sentimentos e necessidades. Como bem nos aponta Aguiar (2014), a confirmação se difere da aceitação, no sentido de que confirmar, por exemplo, um sentimento de raiva não significa aceitar a forma como essa raiva será expressa, quebrando objetos, batendo, etc. A grande tarefa do adulto neste momento é então confirmar o sentimento da criança, possibilitando-a perceber que é um sentimento como qualquer outro e ajuda-la a encontrar formas satisfatórias e adequadas de acordo com seu contexto para que ele seja expresso.

Ao contrário disso, quando o adulto critica e pune a criança por tal sentimento, a mesma se sente má, inadequada e sem formas de expressá-lo, recorrendo a mecanismos de evitação de contato e por vezes fazendo ajustamentos criativos que mais tarde, se cristalizados, se tornarão disfuncionais, produzindo possivelmente padrões de contato não nutritivos, como nos alerta Antony (2006).

Neste aspecto, tanto nas famílias com fronteiras rígidas ou frouxas pode não haver confirmação; na primeira, não se tem espaço para diferenciação, logo, não há confirmação das necessidades pessoais, sentimentos e singularidade do sujeito, neste caso, da criança. Nas famílias com fronteiras frouxas, geralmente a forma de se olhar para as necessidades singulares acontece de forma fragilizada, quando se acontece, não havendo muitas vezes relações de identificação uns com os outros, o que seria muito importante; porém, é cada um por si, não havendo confirmação na maioria das vezes.

 

Considerações Finais

A partir da pesquisa bibliográfica realizada, vemos que a Gestalt-terapia traz consigo a visão de que o homem é um ser de relação, que constitui e é constituído pelas trocas com o seu meio, sendo este o campo no qual está inserido. Desta forma, podemos ver que nesta abordagem o ser humano é visto como um ser total, holístico, fazendo com que o olhemos para além da individualidade, considerando sempre o seu contexto e os elementos pertencentes a este, pois em todo momento o homem é atravessado por eles, portanto, é através do contato com este campo e consigo mesmo que vamos nos constituindo, buscando sempre o equilíbrio do organismo, visando a autorregulação.

Podemos concluir, assim, que a família permeia este processo de desenvolvimento do ser humano, tendo em vista que este acontece de forma ininterrupta na interação homem-mundo. Especialmente na infância onde o apoio ambiental é de fundamental importância, as relações que se dão dentro deste sistema influenciarão de diferentes formas os comportamentos, os ajustamentos criativos realizados e de um modo geral quem a criança está sendo no aqui-agora, tendo em vista que ela faz parte deste todo, constituindo e sendo constituída.

Dizemos então que o ser humano se autorregula baseado nas trocas ambientais que realiza e, por isso, o tipo de relação entre a pessoa e o seu meio determinará seus comportamentos e orientará a formação da sua personalidade da forma que for possível no momento.

Posto então que as relações familiares influenciam diretamente este processo, o sintoma da criança representa uma figura que se destaca de um fundo, de um todo – família - desorganizado e desarmonizado, sendo a "doença" da criança a doença da família.

Assim sendo, podemos dizer que os pais podem influenciar diretamente a personalidade de seus filhos quando projetam neles suas necessidades, suas situações inacabadas, buscando reviver e fechar essas "gestalten" na relação com os próprios filhos. A consequência disto é que muitas vezes a criança introjeta estas "gestalten", podendo se acomodar às necessidades dos pais e deixando as suas de lado, em busca de satisfazê-los.

Por fim, lembramos novamente que ninguém adoece sozinho. O mundo nos adoece e nós adoecemos o mundo, pois somos seres relacionais. Sendo assim, a falha muitas vezes não está apenas nos cuidadores ou na criança, mas na dinâmica do sistema familiar, algo na forma de funcionamento que está agindo de forma a gerar ajustamentos disfuncionais, interrompendo ou bloqueando contatos e, por consequência, colocando sob ameaça a relação familiar.

Concluímos essa reflexão, então, com as palavras de Antony (2006, p.6):

Após longa prática clínica, passei a considerar que as doenças psicológicas são doenças do AMOR: da falta de amor, do excesso de amor, do amor possessivo e egoísta, do amor deformado que gera o medo de amar e ser amado.

 

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NOTAS

*Letícia Vieira de Souza - Graduada em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense; Pós-graduada em Gestalt-terapia Clínica pela Universidade Veiga de Almeida.

 

Endereço para correspondência
Letícia Vieira de Souza
Endereço eletrônico:leticiapsi.contato@gmail.com

 

Recebido em: 04/07/2017
Aprovado em: 11/10/2019