ARTIGO
Aproximações explicativas entre a concepção de “caos” na perspectiva ecológica e na Gestalt-terapia
Explanatory approximation between the conception of “chaos” at he ecological perspective and at the gestalt-therapy
Diego Paulinho Galhardo*
UCB - Universidade Católica de Brasília - DF - Distrito Federal, Brasil
RESUMO:
O objetivo deste artigo consiste em fazer uma aproximação explicativa entre a concepção de caos na perspectiva ecológica (Evans & Wachs, 2010), e a concepção de caos e conflito – sendo este considerado como algo possibilitador de fortalecimento do self da pessoa – em Gestalt Terapia (Perls & Goodman, 1977; Polster, 2001). Essa aproximação explicativa entre caos, na concepção ecológica e na concepção da Gestalt Terapia, encontra respaldo na Teoria Ecológica do Desenvolvimento Humano de Bronfenbrenner (2011), a qual consiste num processo de interação entre as características individuais da pessoa e as características do ambiente no qual está inserida, passando por quatro núcleos interrelacionados: processo, pessoa, contexto e tempo.
Palavras-chave: Caos; Abordagem Ecológica; Gestalt-Terapia.
ABSTRACT:
The objective of this article is to make an explanatory approach between the conception of chaos in ecological perspective (Evans & Wachs, 2010), and the concept of chaos and conflict - this is seen as a key enabler for strengthening of the self of the person - in Gestalt Therapy (Perls & Goodman, 1977; Polster, 2001). This explanatory approach between chaos, at the ecological approach and at the perspective of Gestalt Therapy, is supported by the Ecological Theory of Human Development of Bronfenbrenner (2011), which consists of a process of interaction between the individual characteristics of the person and the characteristics of the environment in which he is inserted, passing through four interrelated cores: process, person, context and time.Keywords: Chaos; Ecological Approach; Gestalt-Therapy.
INTRODUÇÃO
O caos é, geralmente, considerado como um fator para se descrever ambientes dos quais se percebem altos níveis de barulho, de pessoas (população), instabilidade e falta de estrutura física (EVANS & WACHS, 2010).
Contudo, a ausência de caos não é, necessariamente, algo saudável, pois, sob certas circunstâncias, pelo caos pode-se melhorar a capacidade adaptativa da pessoa e, por vezes, até ser benéfico para o desenvolvimento de jovens crianças (EVANS & WACHS, 2010, p. 07).
Na Gestalt-terapia, tem-se uma concepção de caos pelo qual podem surgir momentos propiciadores e promovedores de crescimento pessoal e de novas configurações da pessoa em relação a si e ao mundo em sua volta. Essa concepção rompe com uma concepção do senso comum de que o caos é algo a ser evitado, uma vez que possibilita momentos dolorosos e frustrantes (POLSTER, 2001, p. 57-58).
O objetivo deste artigo consiste em fazer uma aproximação explicativa entre a concepção de caos na perspectiva ecológica (EVANS & WACHS, 2010), e a concepção de caos e conflito – sendo este considerado como algo possibilitador de fortalecimento do self da pessoa – em Gestalt-terapia (PERLS & GOODMAN, 1977; POLSTER, 2001).
Essa aproximação explicativa entre caos, na concepção ecológica e na concepção da Gestalt-terapia, encontra respaldo na Teoria Ecológica do Desenvolvimento Humano de Bronfenbrenner (2011), a qual consiste num processo de interação entre as características individuais da pessoa e as características do ambiente no qual está inserida, passando por quatro núcleos interrelacionados: processo, pessoa, contexto e tempo.
Tal teoria ajuda a superar o modelo linear de desenvolvimento humano – quanto menor o estímulo externo, menor o desenvolvimento, ao passo que, quanto maior o estímulo externo, maior o desenvolvimento – para um modelo curvilíneo de desenvolvimento (estímulo em demasia também é prejudicial, como o estímulo em escassez, para o desenvolvimento).
1- REVISÃO DE LITERATURA
A Teoria Ecológica de Desenvolvimento Humano, de Bronfenbrenner (2011) consiste num processo de interação entre as características individuais da pessoa e as características do ambiente no qual está inserida, passando por quatro núcleos interrelacionados: processo, pessoa, contexto e tempo.
O processo se define pelo que acontece com a pessoa em seu ambiente (pessoas, objetos e símbolos), fazendo-a se desenvolver. Pela pessoa, temos suas características pessoais, que são produtos e produtoras de seu desenvolvimento.
O contexto enfatiza o ambiente da pessoa, que se dá em quatro níveis: microssistema (relações que se dão no face a face), mesossistema (relações entre dois ou mais microssistemas, como casa, escola, trabalho, etc.), exossistema (contexto que não contém a pessoa em questão, mas que influencia no seu processo) e macrossistema (padrão global de características, como a cultura). E, por último, o tempo, pelo qual se verifica a idade cronológica, a duração de uma certa ocorrência ou acontecimento mais duradouro e etc.
A Gestalt-terapia vê o ser humano como um ser de relação (relação consigo mesmo, com o mundo, com os outros) e propicia um espaço que potencializa a criatividade da pessoa no enfrentamento das questões relevantes de sua atualidade existencial (PERLS, GOODMAN & HEFFERLINE, 1998).
Caos vem do grego khaos e, na mitologia grega, definiu-se como a primeira divindade no universo a qual, junto com o seu irmão Eros, criaram o universo gerando filhos – de forma assexuada, ou seja, através de cisões – como Gaia (Terra) e Érebo (Escuridão), numa alternância de destruição e junção (HESÍODO, s.d/2010).
Em termos contemporâneos e científicos, o uso mais conhecido para o caos acontece na Teoria do Caos, em Física, a qual, resumidamente, consiste na afirmação de que a construção e a formação de eventos dependem de inúmeros fatores que se interagem num sistema não-linear, resultando assim em algo instável e imprevisível (VILLATE, 2006).
Já dentro da Psicologia e demais ciências humanas e da saúde, o caos ainda não tem um conceito bem definido embora, comumente, tem-se usado o conceito de caos para se falar acerca de ambientes dos quais se percebem altos níveis de barulho, de pessoas (população), instabilidade e falta de estrutura física (EVANS & WACHS, 2010, p. 04-05, grifo nosso)
“Though evidence supports the hypothesis that too much stimulation may be detrimental to development, at present chaos is not a well-developed construct within psychology. One of the primary objectives of this volume is to critically examine what is meant by chaos and the potential value of chaos as a concept within developmental science. At this time, the term chaos is typically used to describe environments that are characterized by high levels of noise, crowding, and instability, as well as a lack of temporal and physical structuring.” (EVANS & WACHS, 2010, p. 04-05, grifo nosso)
“Posto que há uma evidência da hipótese de que muito estímulo pode ser prejudicial para o desenvolvimento, atualmente o caos não é um construto bem-desenvolvido dentro da psicologia. Um dos principais objetivos deste volume é de examinar criticamente o que se entende por caos e o valor potencial do caos como um conceito no desenvolvimento científico. Neste momento, o termo caos é normalmente usado para descrever ambientes que são caracterizadas por níveis elevados de barulho, lugares populosos e instáveis, bem como uma falta de estrutura física e temporal”. (Tradução livre).
Também não devemos considerar o caos como algo, necessariamente, ligado às baixas condições socioeconômicas em que a pessoa vive no seu ambiente, pois, “the impact of chaos on development reflects something over and above the impact of low SES (socioeconomic status)“ – o impacto do caos no desenvolvimento reflete algo para além do impacto do baixo nível socioeconômico”. – (Tradução livre) – (Evans & Wachs, 2010, p. 05).
No entanto, Maxwell (2010, p. 92) nos alerta que o caos não pode ser conceituado, puramente, como a desordem no quantitativo, em termos de barulho, pessoas, instabilidade e falta de rotina, pois, determinados ambientes podem ser percebidos como caóticos por um grupo de pessoas ao mesmo tempo em que podem ser considerados como não-caóticos para outro grupo:
“Therefore, chaos may not be defined purely by crowding or noise, or visual complexity, or lack of routines. It is possible that a setting could be perceived as chaotic by one group of participants but not by others […] Individual characteristics play a role in how people respond to situations and environmental experiences […] The perception of chaos in a school or other physical environment may depend on one’s sensitivity or disorder, role in the setting or required interactions and activities in the setting”. Maxwell (2010, p. 92)
“Portanto, o caos não pode ser definido apenas por um ambiente populoso ou barulhento, ou com complexidade visual, ou falta de rotina. É possível que essa configuração de ambiente pode ser percebida como caótico por um grupo de participantes, mas não por outros grupos de pessoas […] Características individuais desempenham um papel importante na forma como as pessoas respondem a situações e experiências do ambiente […] A percepção do caos em uma escola ou outro ambiente físico pode depender da sensibilidade ou desordem de alguém, o papel que desenvolve no estabelecimento ou as interações e atividades necessárias que tem no estabelecimento”. (Tradução livre).
Enquanto isso, na Gestalt-terapia, tem-se uma concepção de caos pelo qual podem surgir momentos propiciadores e promovedores de crescimento pessoal e de novas configurações da pessoa em relação a si e ao mundo em sua volta. Concepção essa que rompe com uma concepção do senso comum de que o caos é algo a ser evitado, uma vez que possibilita momentos dolorosos e frustrantes:
“O segundo elemento é que temos fobia do caos. O movimento do caos para a clareza é inerente à criatividade. No entanto, o caos é assustador, pois não existem garantias de que a conclusao de qualquer tema virá a seguir. A perspectiva de que algo a ser finalizado irá permanecer incompleto é naturalmente frustrante e dolorosa. Além disso, na ausência de controles, não há como saber quais palavras ou atos ameaçadores podem ocorrer durante a fase caótica. Esta é também uma série fonte de ameaça para as pessoas envolvidas. O caos é perturbador para qualquer sistema preestabelecido. Ele ultrapassa os padrões morais correntes, além dos meios familiares de se lidar e convida a novas soluções, novas configurações e novos pontos de vista. Quando as pessoas lutam para sair de suas velhas estruturas, o caos pode às vezes proporcionar a abertura, ainda que atemorizante” (POLSTER, 2001, p. 57-58, grifo nosso).
Inspirando o pensamento de Polster, Perls e Goodman (1977), fundadores da Gestalt-terapia junto com Hefferline, discorrem sobre o conflito – o qual aqui tomamos como sinônimo de caos ou, ao menos, precedente dele – como algo considerado, cotidianamente, como ruim e a ser temido porque faz com que as pessoas gastem energia fugindo ou tentando resolvê-lo.
Perls e Goodman (1977), também, trazem uma concepção do conflito para além do senso comum, sendo este considerado “ruim” apenas na sua condição de oculto, que não se mostra no plano da consciência mas que, ao ser revelado, por meio dele (o conflito) o organismo pode se fortalecer e “ter uma atitude de indiferença criativa e identificar-se com a solução emergente” ( p. 68).
Para Perls e Goodman (1977, p. 104)
“O conflito, a situação inacabada, é em si um apelo para a resolução. O conflito que procuramos e respeitamos é aquele que surge da nova combinação de circunstâncias no agora. [...] a um novo conflito criativo que convida ao crescimento, à mudança, ao excitamento, à aventura de viver.”
2- METODOLOGIA
A metodologia para a produção deste artigo consiste em pesquisa bibliográfica.
As principais obras para essa aproximação explicativa entre o entendimento de caos, numa perspectiva ecológica e o entendimento de conflito em Gestalt-terapia, são os livros: “Chaos and its influence on children’s development”, compilado por Evans e Wachs – o qual apresenta uma coletânea de artigos de diferentes pesquisadores sobre suas considerações a respeito do desenvolvimento humano em múltiplos contextos, como a escola, os serviços de cuidado doméstico, a família e etc.; “Isto é Gestalt”, organizado por John Stevens, que reúne artigos e conferências dos criadores da terapia gestáltica e seus alunos; e “Gestalt-terapia Integrada”, do casal Erving e Miriam Polster, que fazem parte da chamada 1ª geração de gestalt terapeutas norte-americanos.
3- DISCUSSÃO
Tanto Perls e Goodman (1977), Polster (2001), representantes da Gestalt-terapia, e Evans e Wachs (2010), representantes da teoria ecológica do desenvolvimento humano, neste artigo, rompem com uma consideração do senso comum de que o caos é algo, necessariamente, ruim, improdutivo e todo negado para que haja um real desenvolvimento da pessoa num determinado ambiente.
A ideia de que com “mais caos, menos desenvolvimento, e menos caos, mais desenvolvimento” vem de um modelo linear de desenvolvimento humano que é, atualmente, superável:
“[…] the relation of stimulation to development was linear. In a linear model slower development occurs when environmental stimulation is low, and as stimulation increases, development is increasingly enhanced. One implication of a linear model was that the rate of development for economically disadvantaged children was lower because such children were “stimulus deprived” and required interventions that increased environmental enrichment”. (EVANS & WACHS, 2010, p. 03).
“[...] a relação de estímulos para o desenvolvimento era linear. Em um modelo linear, o desenvolvimento é mais lento quando ocorre num ambiente de poucos estímulos, e o desenvolvimento aumenta quando se está num ambiente aprimorado de estímulos. Uma das implicações de um modelo linear foi a de que a taxa de desenvolvimento de crianças economicamente desfavorecidas era menor porque as crianças foram privadas de um ambiente estimulante e necessitadas de intervenções com um ambiente rico de estímulos”. (Tradução livre).
Tem-se, em voga, um movimento de desenvolvimento humano numa forma curvilínea (U, invertido), que supera o modelo linear, na qual, muitos estímulos também prejudicariam o desenvolvimento. “Given that too much stimulation may be problematic for development”– “Dado que demasiados estímulos pode ser problematic para o desenvolvimento”. (Tradução livre). – (Evans & Wachs, 2010, p. 05).
“[…] such a linear model, not all evidence was consistent with this model […] intervention studies suggested that the relation of stimulation to development may be curvilinear in nature, with either too much or too little stimulation inhibiting development. These early studies led to what has been called the optimal stimulation hypothesis, namely, that the relation of stimulation to development is best described bay inverted U curve” (Evans & Wachs, 2010,p. 03-04, grifo nosso).
“[...] tal um modelo linear, nem toda evidência foi consiste com esse modelo […] estudos de intervenção sugeriram que a relação de estímulos para o desenvolvimento pode ser curvilínea na natureza, o que quer dizer que tanto muitos ou poucos estímulos inibem o desenvolvimento. Esses estudos iniciais levaram ao que tem sido chamado de hipótese do estímulo ideal, ou seja, que a relação de estímulos e desenvolvimento é melhor descrita pela curva “U” invertida”. (Tradução livre).
A partir dessa ideia de que muitos estímulos também inibissem o desenvolvimento, vem o pensamento de que o caos não é, de todo, maléfico, uma vez que a ausência de caos não significa, necessariamente, em bom desenvolvimento – “the absence of chaos does not necessarily have positive consequences” – (EVANS & WACHS, 2010, p. 07). Tal afirmação encontra eco no pensamento de Perls (1977, p. 103-104), no qual a supressão de todo o conflito também não signifique num ambiente estimulante:
“Suponha por um momento que pudéssemos satisfazer inteiramente as necessidades de todo mundo – um mundo de satisfação. Será que toda a ação cessaria? Talvez as pessoas deitassem e dormissem por um dia ou dois, mas a ação começaria de novo. Um homem gostaria de construir uma oficina necessária, uma mulher faria um vestido e assim por diante. Conflito, frustração e dificuldade surgiriam outra vez desta ação renovada. Embora necessitemos a resolução por algum tempo, da mesma forma como o sono toma um terço de nossas vida, seria muito chato se não houvesse ação e conflito. Embora pareça que tentamos eternamente apagar o fogo do conflito, não queremos apagá-lo totalmente. Talvez só queremos contê-lo, tal como o fogo na lareira. Se não ficássemos com sede, não beberíamos [...] O conflito, a situação inacabada, é em si um apelo para a resolução [...] a um novo conflito criativo que convida ao crescimento, à mudança, ao excitamento, à aventura de viver”. (PERLS 1977, p. 103-104)
A partir dessa situação de que, tanto a ausência de caos (na perspectiva ecológica), quanto a ausência de conflito (na perspectiva da Gestalt-terapia), é uma situação não interessante para a pessoa, evolua-se para uma visão de que o caos e o conflito sejam até necessário para o desenvolvimento humano, “as well as a possibility that under some circumstances discontinuity or instability in day-care environments can be beneficial to young children” – “também como a possibilidade que, sob certas circunstâncias, descontinuidade e instabilidade no ambiente cotidiano pode ser benéficos para as jovens crianças”. (Tradução livre) – (Evans & Wachs, 2010, p. 07, grifo nosso).
Para Bradley (2010, p. 137), “Chaos at home could in some cases fracture connections with social networks, but it could also increase the use of supports from them” – “O caos em casa poderia, em alguns casos, fraturar as ligações com as redes sociais, mas também poderia aumentar a utilização de suportes vindo deles”. (Tradução livre) – ou seja, a partir do caos, pode-se ter a possibilidade de aumentar e desenvolver a capacidade adaptativa da pessoa em seus relacionamentos sociais.
Ora, “the lack of individual’s ability to control these factors is most crucial in stablishing a sense of chaos” ” – “a falta de habilidades individuais para controlar estes fatores é mais crucial para o estabelecimento de uma sensação de caos”. (Tradução livre) – (MAXWELL, 2010, p. 94).
Enquanto isso, nas palavras de Perls (1977, p. 105), o importante “é o experienciar o conflito em todos os pontos de si mesmo que foram deslocados e que precisam crescer”.
Outro ponto convergente, em Gesltal-terapia, que considera o conflito como uma oportunidade para o autoaperfeiçoamento é o de Zinker (2007), quando este afirma que:
“Os conflitos podem ser saudáveis e criativos ou confluentes e improdutivos [...] Quando alcançam a awareness com clareza, os conflitos podem permitir que a pessoa perceba sua diferenciação interna; no nível da criatividade, oferecem a possibilidade de um comportamento integrado, altamente adaptativo porque cobre toda a ampla gama de respostas entre os extremos polarizados anteriormente experienciados”(Zinker 2007, p. 218, grifo nosso).
Na comparação entre a perspectiva ecológica e a gestáltica, percebe-se que grande parte da questão se trata da interação de uma pessoa num determinado contexto social, ou, de um organismo em seu campo.
4- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de haver certa distância ontológica, epistemológica e conceitual entre as concepções de caos – numa perspectiva ecológica do desenvolvimento humano (BRONFENBRENNER, 2011; EVANS & WACHS, 2010; MAXWELL, 2010; BRADLEY, 2010) – e as concepções de conflito – na perspectiva da terapia gestáltica (PERLS & GOODMAN, 1977; POLSTER 2001; ZINKER, 2007) – procuramos mostrar como é possível uma articulação entre esses dois campos psicológicos do saber.
Articulação essa que, em resumo, remete a ideia de que tanto o caos, como o conflito, não são, como se acredita no senso comum, algo necessariamente ruim, que deva ser evitado, que apenas prejudica os que passam por ele e, sim, como algo que possibilite o crescimento pessoal e o desenvolvimento.
Numa forma mais geral e ampla, também se percebe que ambas as teorias (perspectiva ecológica e gestáltica) dão grande ênfase ao processo interacional entre pessoa/organismo e contexto/ambiente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRADLEY, R.H. From home to day care: chaos in the family/child-care mesosystem (cap. 9). In: EVANS, G.W.; WACHS, T.D. Chaos and its influence on children’s development. An ecological perspective. Washington: American Psychological Association, 2010.
BRONFENBRENNER, Urie. Bioecologia do desenvolvimento humano. Tornando os seres humanos mais humanos. Porto Alegre: Artmed, 2011.
EVANS, G.W.; WACHS, T.D. Chaos and its influence on children’s development. An ecological perspective. Washington: American Psychological Association, 2010.
HESÍODO. Teogonia: trabalhos e dias. São Paulo: Martin Claret, 2010.
MAXWELL, L.E. Chaos outside the home: The school environment (cap. 6). In: EVANS, G.W.; WACHS, T.D. Chaos and its influence on children’s development. An ecological perspective. Washington: American Psychological Association, 2010.
PERLS, Frederick Salomon. GOODMAN, Paul.Teoria da Remoção do “Conflito Interno. Em STEVENS, John (org.). Isto é Gestalt. 4ª ed. São Paulo: Summus, 1977.
______, Frederick. GOODMAN, Paul. HEFFERLINE, Ralph. Gestalt Terapia. São Paulo: Summus, 1998.
______, Frederick Salomon. Resolução. Em STEVENS, John (org.). Isto é Gestalt. 4ª ed. São Paulo: Summus, 1977.
POLSTER, Erving e Miriam. Gestalt Terapia Integrada. São Paulo: Summus, 2001.
VILLATE, Jaime. Introdução aos Sistemas Dinâmicos. Faculdade de Engenharia. Universidade do Porto, 2006.
ZINKER, Joseph. O Processo Criativo em Gesltat-terapia. São Paulo: Summus, 2007.
Endereço para correspondência:
Diego Paulino Galhardo
Endereço eletrônico: diego@ifto.edu.br
Recebido em: 01/10/2014
Aprovado em: 10/11/2014
NOTAS
*Mestrando em Psicologia pela Universidade Católica de Brasília - DF. (UCB).