ARTIGO
A experiência de contato de graduandos em Psicologia e o uso da Internet.
Contact experience according to Psychology students and the use of Internet.
Maria Amélia Güllnitz Zampronha*
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
RESUMO
Este artigo apresenta uma leitura gestáltica da pesquisa intitulada “A experiência de relação com o outro de alunos de graduação em Psicologia e o uso da Internet” (ZAMPRONHA, 2012). Embora o referencial teórico para a fundamentação da citada pesquisa seja a teoria crítica da sociedade, compreender os resultados a partir do referencial da Gestalt-terapia pode contribuir para a reflexão acerca da formação do psicólogo. O objetivo da pesquisa é verificar a relação entre a experiência interpessoal e o uso da Internet considerando três aspectos: preconceito, racionalidade tecnológica e narcisismo. O método compreende a aplicação de um Questionário de hábitos de uso de Internet e de uma escala do tipo Likert, denominada escala de Experiência com o outro (escala E), e o tratamento estatístico dos dados. A escala E é dividida em três subescalas – de preconceito, de racionalidade tecnológica e de narcisismo – e avalia as atitudes dos sujeitos em relação a estas três categorias de análise, compreendendo que elas podem permear e interferir na experiência com o outro e na experiência de autoconsciência. Um alto escore na escala E indica prejuízo da experiência espontânea. Os sujeitos são 72 alunos do curso de graduação em Psicologia, de uma faculdade privada da cidade de São Paulo. As hipóteses preveem: forte correlação entre o uso da Internet e as atitudes expressas na relação com o outro; uso mais relacionado à comunicação e à solução de problemas imediatos que à informação; e que quanto maior esse tipo de uso, maior a pontuação na escala E. Verificou-se que a amostra tende a expressar maiores graus de preconceito e adesão à racionalidade tecnológica e menor grau de narcisismo e que há correlação entre o modo como os sujeitos utilizam a Internet e a expressão dessas três categorias.
Palavras-chave: Psicologia; Internet; escala Likert; teoria crítica; Gestalt-terapia; experiência.
ABSTRACT
This article discusses a research called “The Psychology students’ experience of relationship and Internet use” (ZAMPRONHA, 2012) form the Gestalt-therapy point of view which, we believe, brings interesting contributions. The research’s object of study is Psychology students’ relationship experience. The objective is to verify the correlation between said experience and Internet use regarding three aspects, here defined as analytical categories: prejudice, technological rationality and narcissism. The method consists of a Questionaire about Internet use habits and a Likert scale, called Experience with others Scale (E Scale) and the statistical analysis of the data. The E Scale is divided in three subscales, prejudice, technological rationality and narcissism, and evaluates the subjects’ attitudes and opinions regarding the three analytical categories, understanding that said categories may permeate and interfere in the experience with others and in the experience of self-consciousness. A high score in the E Scale indicates impairment of the spontaneous experience. The subjects are 72 Psychology students of a private college in São Paulo. The hypothesis predicted: a strong correlation between Internet use and attitudes manifested in the relationship with others; use more related to communication and solution to immediate problems than to information; and the more frequent this use, higher the E Scale’s score. It was verified that the subjects tend to express more prejudice and adherence to technological rationality than narcissism and that there is correlation between Internet use and the manifestation of the three categories.
Keywords: Psychology, Internet, Likert scale, critical theory, Gestalt-therapy, experience.
Introdução
O presente artigo é um relato de pesquisa com uma leitura gestáltica. A pesquisa em discussão é a dissertação intitulada “A experiência de relação com o outro de alunos de graduação em Psicologia e o uso da Internet” (ZAMPRONHA, 2012) defendida em 2012, para obtenção do título de Mestre no Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: História, Política, Sociedade, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Embora o referencial teórico para a fundamentação do objeto de estudo, do instrumento de pesquisa e análise dos dados da citada dissertação seja a teoria crítica da sociedade, acredita-se que uma leitura dos resultados obtidos a partir da Gestalt-terapia pode contribuir para a reflexão acerca da formação do psicólogo bem como de sua atuação profissional. Esta reflexão é possível, pois a pesquisa incide, principalmente, sobre a experiência espontânea dos sujeitos, considerando suas autopercepções, suas relações com o outro e suas inserções na sociedade, que são elementos essenciais do contato e da awareness.
O interesse em investigar as relações que podem ser estabelecidas entre os hábitos de uso da Internet de alunos de graduação em Psicologia e suas atitudes no que diz respeito à forma como se relacionam com o outro surge da pergunta: podem a falta de reflexão crítica e o tecnicismo estar presentes nesses alunos, influenciando sua atuação profissional?
O desenvolvimento tecnológico na área da informação e da comunicação parece acontecer cada vez mais rapidamente, especialmente em relação à Internet, que tem grande inserção em nossas vidas, tem modificado nossos hábitos e, assim, tem sido também objeto de estudo de pesquisas acadêmicas.
A citada dissertação (ZAMPRONHA, 2012) visa refletir sobre o uso particular que os indivíduos fazem da Internet e conexões que podem ser estabelecidas entre tal uso e a forma como os alunos de graduação em Psicologia se relacionam com o outro. Para Perls, Hefferline e Goodman (1997), “a psicologia estuda a operação da fronteira de contato no campo organismo/ambiente” (PERLS; HEFFERLINE; GOODMAN, 1997, p. 43), ou seja, seu objeto de estudo são os ajustamentos criativos. Assim, entende-se aqui que esta ciência compreende o indivíduo, considerado em suas relações sociais (dialeticamente, como integrante e constituinte da sociedade e também constituído por ela), espera-se que, ao longo de sua formação, o aluno tenha experiências que lhe permitam o contato com facetas do humano e com a reflexão crítica acerca da sociedade, bem como dos indivíduos que a compõem – incluindo ele próprio. Espera-se que o psicólogo seja capaz de identificar suas próprias necessidades e desejos, de diferenciar-se dos outros indivíduos, de percebê-los e diferenciá-los entre si e de refletir criticamente acerca das condições objetivas sociais (econômicas, culturais e políticas). Assim, o objetivo da pesquisa é verificar a relação entre o tipo de uso que estes sujeitos fazem da Internet durante sua formação e suas atitudes no que diz respeito ao relacionamento com o outro e à possibilidade de reflexão crítica, considerando três categorias de análise: racionalidade tecnológica, preconceito e narcisismo. A hipótese é de que existe uma forte correlação entre uso da Internet e atitudes expressas na relação com o outro. As categorias de análise e o conceito de atitude são definidos de acordo com a teoria crítica, porém, quando se pensa a autopercepção do indivíduo e sua relação dialética com a sociedade, fica clara a relação entre o objeto de estudo da pesquisa e os conceitos de contato, awareness e campo da Gestalt-terapia. A seguir, a definição destes conceitos, conforme Perls, Hefferline e Goodman (1997).
O organismo está em constante interação com o ambiente para atender às suas necessidades, ou seja, para completar as figuras inacabadas que emergem do fundo. Nenhuma função, seja ela fisiológica ou psíquica, se completa sem objetos e sem ambiente. Este interagir é o denominado campo organismo/ambiente, um campo que é físico e social. O contato é a função que realiza esta interação na chamada fronteira de contato. Esta fronteira delimita o campo, mas não o limita, ao contrário, ela é flexível e permite a troca entre o organismo e o ambiente.
O contato pode ser entendido como uma transformação criativa, ou, em termos mais precisos, um ajustamento criativo entre organismo e ambiente, isto é, uma ação que permite a satisfação das necessidades do organismo, ou ainda, que completa as figuras inacabadas. Uma experiência de contato completa, clara e vívida com o campo é uma awareness.
Situações fisiológicas inacabadas tornam-se figuras e excitam a fronteira de contato. O organismo manipula ou altera a realidade até que a situação inacabada seja completada e a figura retorne ao fundo. O processo psicológico é similar ao fisiológico. Sendo assim, o contatar é uma sequência contínua de figuras e fundos que vão se alternando. Com a manipulação do ambiente, o que é dado transforma-se em possibilidades e realidades são criadas. O jogo entre o ajustamento criativo a adaptação compõe o repertório de experiências do organismo e viabilizam seu desenvolvimento.
Cabe, agora, esclarecer as categorias de análise, cujos conceitos e articulações são pautados por outro referencial teórico que não a Gestalt. Do ponto de vista da teoria crítica, também conhecida como escola de Frankfurt, a tecnologia e a técnica exigem uma compreensão dialética. A técnica, dependendo da forma como é empregada, “pode promover tanto o autoritarismo quanto a liberdade, tanto a escassez quanto a abundância, tanto o aumento quanto a abolição de trabalho árduo” (MARCUSE, 1998, p. 74). A tecnologia é um modo de organização que pode tanto perpetuar quanto modificar as relações sociais, podendo constituir um instrumento de dominação ou um avanço que promove a liberdade (HORKHEIMER, ADORNO, 2006). Da perspectiva desta teoria, a reflexão deve ter como foco o uso que se faz da técnica e as suas determinações, ou seja, aquilo que tornou possível e condicionou o processo de emprego da técnica na prodção material e nas relações sociais. Porém, isso não quer dizer que a técnica é neutra, pois sua invenção e aplicação são direcionadas por grupos sociais, conforme ressaltam Marcuse (1998) e Horkheimer, Adorno (2006).
O pensamento característico da ideologia da racionalidade tecnológica é destinado ao cumprimento de tarefas e à solução de problemas; é o pensamento eficiente orientado pelo princípio do desempenho. A sociedade capitalista é organizada de uma maneira que impede a reflexão crítica dos indivíduos para além do existente, reduzindo, assim, a explicação de todos os fenômenos ao existente.
A aceitação dos padrões de julgamento e atitudes determinados por esta racionalidade dificulta o surgimento do eu autônomo, fortalece a heteronomia e prejudica o desenvolvimento da capacidade de agir espontaneamente, da capacidade de abstração e da possibilidade de vislumbrar potencialidades individuais. O que não acontece pela coerção, mas sim pela submissão à racionalidade, quando o processo da máquina “se propaga da ordem tecnológica para a ordem social” (MARCUSE, 1998, p. 82) alcançando o trabalho, a escola e até mesmo o lazer. Um bom exemplo da presença da racionalidade no lazer são os pacotes de viagem oferecidos por agências de turismo. As férias do sujeito que adquire um destes pacotes é administrada pela agência e não por ele, que deve seguir horários e cumprir tarefas, sem que ele próprio possa construir seu roteiro e descobrir, durante sua viagem, o que gostaria de fazer. Sobra pouco espaço para a espontaneidade e a imaginação. O curioso é que muitas pessoas preferem este tipo de esquema de viagem, pois sentem que não precisam se preocupar com nada em suas férias, pois tudo está planejado. O que elas não percebem é que, ao fazer isso, abrem mão de fazer suas próprias escolhas de acordo com seus desejos.
O indivíduo do capitalismo tardio, incapaz de agir espontaneamente ou de refletir criticamente, precisa adaptar-se às configurações sociais para garantir sua sobrevivência, aceitando o que os meios de comunicação de massa lhe ofertam. De acordo com os autores da escola de Frankfurt, a falta de reflexão leva o indivíduo a usar clichês dados pela cultura para posicionar-se política e economicamente. Desse modo, ele prescinde da experiência, pois pode usar os clichês, pensando e agindo conforme as determinações da ideologia. Do ponto de vista da Gestalt, o indivíduo estabelece um contato que não é autêntico e verdadeiro, abrindo mão da experiência espontânea. Essa configuração é favorável ao preconceito.
Horkheimer, Adorno (2006) discorrem a respeito desse tipo de aceitação sem ponderação e apoiada na submissão. De acordo com os autores, trata-se de uma aceitação em bloco de pontos ideológicos, o que causa a impressão de que a opinião pessoal não é tão inócua. É o que os autores denominam de mentalidade do ticket. Ao dizer sim ao ticket o sujeito deixa de participar do processo de percepção e adere a conceitos vazios, reunidos de maneira rígida e sem mediação. Trata-se de um novo tipo de ajustamento, necessário na sociedade mecanizada e burocratizada, em que o enfrentamento das exigências que surgem em qualquer setor da vida demanda dos indivíduos que também se mecanizem e padronizem. Só pode ser livre quem oferece resistência antecipada a processos e influências que predispõem ao preconceito (HORKHEIMER, ADORNO, 1973).
Com isso, fica evidente a perspectiva da teoria crítica da sociedade em relação ao preconceito: sua análise e compreensão recaem sobre o sujeito preconceituoso e não sobre o alvo do preconceito. É preciso compreender os processos pelos quais um sujeito que tende ao preconceito o desenvolve em relação a determinados grupos.
O uso de clichês e a impossibilidade de reflexão conduzem à generalização e, assim, supostas características de um determinado grupo são atribuídas a todos os indivíduos pertencentes a ele. Ao se relacionar com as categorias em que classifica os grupos, o indivíduo prescinde da experiência pessoal. Esse fato torna evidente que o preconceito não precisa ter conexão com a experiência ou com a realidade (HORKHEIMER, ADORNO, 2006).
O narcisismo é conceituado conforme postulado por Crochík (1990, 1999). No capitalismo monopolista a estrutura familiar é enfraquecida e a família tem menos influência na socialização da criança, que passa a ser socializada diretamente, identificando-se não mais com figuras parentais, mas com modelos fornecidos pela mídia e pela escola. Os modelos são aceitos e imitados e o ego constitui-se fragilmente. Este ego enfraquecido e autocentrado
“consulta o ideal de homem eleito pela Pedagogia e pela Psicologia, no mundo externo para poder valorizar-se. Mas, o mundo não lhe importa, a não ser para satisfazer os seus desejos de preencher o vazio de um eu não constituído” (CROCHÍK, 1990, p. 153).
A busca pela satisfação imediata de suas necessidades é também característica do narcisista e é algo que a tecnologia lhe oferece. A ideologia da racionalidade tecnológica fortalece o pensamento e o comportamento padronizados e eficientes e substitui a consciência política pela consciência técnica. De acordo com Crochík (1990),
“A ideologia da racionalidade tecnológica, representante de um todo totalitário, constrói os espelhos para o narcisista se mirar. No reino dos monopólios, não há mais a necessidade de um ego independente e livre, pois a administração cuida da racionalidade da vida” (CROCHÍK, 1990, p. 153).
Por fim, o conceito de atitude é definido conforme Adorno et. al (1969) descrevem na pesquisa sobre a personalidade autoritária. Opiniões, atitudes e valores são expressos mais ou menos abertamente em palavras, porém quando estão em discussão minorias ou questões políticas, por exemplo, o grau de abertura das pessoas se modifica, podendo haver maior discrepância entre o que dizem, o que pensam e o que realmente fazem. Porém, a personalidade, que contém contradições e consistências, é organizada de forma mais ou menos persistente e psicologicamente significativa, conferindo coesão ao comportamento. Sendo assim, entende-se que as atitudes verificadas na pesquisa de Zampronha (2012) não são os comportamentos efetivos dos sujeitos, mas sim expressão de sua prontidão, isto é, de sua potencialidade de ação.
Método, objetivos e hipóteses
O método de pesquisa compreende a aplicação de um Questionário de hábitos de uso de Internet e de uma escala Likert de atitudes e opiniões, em que são apresentadas diversas afirmações em relação às quais o sujeito indica seu nível de concordância ou discordância, denominada escala de Experiência com o outro (escala E), e o tratamento estatístico dos resultados obtidos. O instrumento de pesquisa, em sua versão final, está disponível, em anexo, ao final deste artigo. A escala E foi elaborada para a pesquisa e recebeu este nome, pois a avaliação das atitudes, como expressões das categorias de análise do estudo, indica o modo como acontece a experiência com o outro.
Os objetivos específicos e hipóteses derivadas são descritos a seguir.
Objetivo 1
Identificar hábitos de uso da Internet de alunos do curso de graduação em Psicologia.
Hipótese 1
O uso da Internet pelos graduandos em Psicologia está mais relacionado à comunicação e à busca de soluções para problemas imediatos que à utilização como ferramenta de formação.
Objetivo 2
Identificar atitudes de alunos de graduação em Psicologia em relação à manifestação de preconceito, à adesão a racionalidade tecnológica e à manifestação de narcisismo.
Hipótese 2
Os graduandos em Psicologia tendem obter baixo escore na subescala de preconceito, entretanto, tendem a obter alto escore nas demais subescalas – de narcisismo e de racionalidade tecnológica.
Objetivo 3
Examinar a correlação existente entre as três categorias de análise: preconceito, racionalidade tecnológica e narcisismo.
Hipótese 3
Existe correlação forte entre a racionalidade tecnológica e narcisismo e correlação fraca entre estas categorias e o preconceito.
Objetivo 4
Estabelecer relação entre as três categorias de análise e hábitos de uso da Internet.
Hipótese 4
Quanto maior o uso da Internet para atividades relacionadas à informação, menor a manifestação das três categorias de análise – racionalidade tecnológica, preconceito e narcisismo.
A partir das pesquisas de Adorno et al. (1969) e de Crochík (1999) foi construída a escala E. Assim como nas pesquisas dos citados autores, a escala é dividida em subescalas cujos itens referem-se a temas específicos. A concordância com várias afirmações indica a presença das categorias de análise pesquisadas (ADORNO et al., 1969; CROCHÍK, 1999). Quanto maior o escore do sujeito em cada subescala, maior a tendência de adesão à ideologia da racionalidade tecnológica, a expressão de características de personalidade narcisistas e o nível de preconceito respectivamente.
A escala E avalia as atitudes e opiniões dos sujeitos em relação ao preconceito, ao narcisismo e à racionalidade tecnológica, compreendendo que estes três elementos podem permear e interferir na experiência com o outro e na experiência de autoconsciência. Um alto escore na escala E indica tal interferência. Considera-se que quanto maior a pontuação na escala, menores a espontaneidade; a percepção das diferenças individuais e culturais e, também, das contradições sociais; a tolerância à diferença; a possibilidade de crítica ao existente e de vislumbrar, ou buscar, formas alternativas de organização social; maiores a rigidez do pensamento; o apego à técnica; a impessoalidade e a tendência a evitar contato, com afeto, com outros e consigo; a valorização de relacionamentos superficiais e o desprezo pela subjetividade.
De acordo com Adorno (2011), a falta de crítica em relação aos problemas sociais, políticos e educacionais faz com que a responsabilidade seja subjetivada, isto é, atribuída aos indivíduos. A subjetivação da impotência, no lugar da consciência clara e emancipada, contribui para que as condições objetivas permaneçam inalteradas, pois a sociedade não é criticada.
Resultados a análise dos dados
Um estudo piloto foi realizado para validação do instrumento de
pesquisa. A validação da escala E foi realizada com base em três
testes estatísticos: o índice de discriminação,
a correlação e o alfa de Cronbach. Após a validação
e ajustes do instrumento, o questionário e a escala foram aplicados na
amostra final. Responderam ao questionário 110 sujeitos. Deste total,
38 questionários foram descartados por não obedecerem aos critérios
estabelecidos (como, por exemplo, não rasurar ou deixar itens sem resposta),
sendo, portanto, a amostra final composta por 72 sujeitos, alunos do curso de
graduação em Psicologia de uma faculdade privada da cidade de
São Paulo, do 1º, 3º e 5º semestres.
Todos os sujeitos declararam ter o hábito de acessar a Internet. Quase
a totalidade dos sujeitos a acessa pelo menos 5 vezes por semana e grande parte
(0,74 da amostra) acessa todo dia. A maior parte dos sujeitos permanece conectada
por mais de 5 horas diárias. Grande parte da amostra (0,64) costuma acessar
a Internet pelo celular. O uso preferencial é para comunicação,
sendo marcante a preferência pelas redes sociais. Os sites de menor interesse
são os blogs, fóruns e jogos.
A escala E na versão final possui 27 itens. A pontuação mínima é 27, a máxima 189 e o ponto médio é 108. Assim, sujeitos com pontuação superior a 108 são considerados “alto escore” e sujeitos com pontuação inferior, “baixo escore”. A maior parte da amostra, 46 sujeitos (0,64 do total), obteve alto escore e 0,35 da amostra (25 sujeitos) obteve baixo escore; o que indica que a maior parte dos sujeitos tende a concordar com os itens da escala. Para o tratamento estatístico dos dados, calculou-se a média, o desvio padrão, a significância, o alfa de Cronbach e a correlação.
Os testes estatísticos indicam que a escala foi eficaz na distinção entre os sujeitos que concordam e discordam dos itens, lembrando que os sujeitos que tendem a concordar são os que têm escores mais altos e, por expressarem em suas atitudes adesão à racionalidade tecnológica, traços de preconceito e de narcisismo, podem tender a apresentar dificuldades em sua experiência de relação com outro.
Os resultados do Questionário foram organizados em relação às preferências e hábitos de uso da Internet. Suas atividades foram classificadas em três tipos: Comunicação, Informação e Cotidiano/Entretenimento. Verificou-se que a prática mais frequente é a Comunicação, seguida da Informação e, em último lugar, Cotidiano/Entretenimento.
A Hipótese 1 propõe que o uso da Internet pelos graduandos em Psicologia está mais relacionado à comunicação e à busca de soluções para problemas imediatos que à sua utilização como ferramenta de formação. Este resultado era esperado, pois uma das características presentes na sociedade atual, marcada pela adesão à ideologia da racionalidade tecnológica, é o apego à técnica. Ao mediarem a relação com o outro, a técnica e a tecnologia tornam-se obstáculos para a imaginação e a espontaneidade e podem constituir aparato de controle social sobre o indivíduo. A hipótese foi confirmada em relação ao uso da Internet preferencialmente para comunicação, porém, os sujeitos a utilizam mais para acessar informações que para solucionar problemas cotidianos.
A Hipótese 2 estabelece que os graduandos em Psicologia obteriam baixo escore na subescala de preconceito e alto escore nas demais subescalas, pois considera-se que o tema “diversidade” tem sido bastante discutido tanto na educação quanto na mídia, o que pode levar os sujeitos a dissimularem ou a não manifestarem preconceito. Esta hipótese não foi confirmada, pois a amostra obteve maior pontuação na subescala de preconceito que nas demais subescalas (de racionalidade tecnológica e de narcisismo).
A Hipótese 3 propõe existir correlação forte entre a racionalidade tecnológica e o narcisismo e correlação fraca entre essas duas categorias e o preconceito. Porém, verificou-se que a correlação mais forte é entre preconceito e racionalidade tecnológica. As correlações mais baixas envolvem a subescala de narcisismo.
A Hipótese 4 estabelece que o uso da Internet para atividades relacionadas à informação implica menor adesão às três categorias de análise, ou seja, menor pontuação na escala E. Verificou-se que tanto os sujeitos de alto escore quanto os de baixo escore concentram sua preferência na comunicação, porém, a preferência dos sujeitos de alto escore por essa atividade é mais acentuada. A diferença entre os sujeitos de alto e baixo escore está na categoria Informação, que ficou em segundo lugar na ordem de preferência. Mais sujeitos de baixo escore declararam preferir atividades de Informação, o que é relevante, já que estes sujeitos constituem a menor parte da amostra (0,35 da amostra). A hipótese foi, então, confirmada. Porém, destaca-se que ela expressa o comportamento da menor parte da amostra (0,10 do total).
Em relação ao uso de dispositivos móveis, como o celular, verificou-se que os sujeitos que usam tais dispositivos são os que passam mais horas conectados à Internet por dia, tanto entre os sujeitos de baixo escore quanto entre os de alto escore.
Considerações finais
O objetivo de analisar, em alunos de graduação em Psicologia, a relação existente entre os hábitos de uso da Internet e as atitudes expressas na relação com o outro, tendo em vista três categorias de análise (preconceito, racionalidade tecnológica e narcisismo) foi alcançado.
O resultado que mais chama atenção é o nível de preconceito manifestado pelos sujeitos, contrariando a hipótese de que a discussão de temas relacionados à diversidade, tanto ao longo da formação, quanto na mídia e no próprio CRP, faria com que os sujeitos não o manifestassem.
A adesão à ideologia da racionalidade tecnológica também é um dado interessante. Verificou-se que a técnica é utilizada preferencialmente como mediadora da comunicação.
Por outro lado, o narcisismo, manifestado em menor nível em relação às demais categorias, não é um resultado surpreendente, pois, lidar com afetos e com o olhar para o outro são exercícios constantes na formação do psicólogo e, mesmo que haja dificuldade pessoal, o aluno é incentivado a fazer tais exercícios.
Ao mesmo tempo, esta característica permite compreender porque a amostra manifestou uma tendência a responsabilizar o indivíduo pelas condições objetivas. Os resultados indicam que o olhar dos alunos tende a voltar-se para o indivíduo e sua história pessoal, fazendo com que ele seja visto como responsável pela manutenção ou transformação social, de modo que aspectos sociais, políticos, econômicos e históricos não parecem ser considerados pelos sujeitos. Tal resultado é corroborado pela concordância com a naturalização da violência e da agressividade.
Esta é uma das críticas que Adorno (1991) tece à Psicanálise ao compreender que esta teoria transforma pulsões de natureza social em natureza do indivíduo, harmonizando tendências psicológicas individuais e sociais, o que acaba por confirmar a sociedade existente, perpetuando a estrutura social e adaptando os indivíduos sem que critiquem as condições objetivas.
Os resultados obtidos nesta pesquisa mostram que os alunos parecem conseguir se relacionar com o outro, mas sua experiência é permeada pelo preconceito e pela técnica. Com estes resultados cabe perguntar o quanto a experiência com o outro, quando esta é possível, guarda de espontaneidade e de seu caráter genuíno. Do ponto de vista da Gestalt-terapia, uma experiência com tais características não permite um contato bom e saudável e nem a espontaneidade, que é “apoderar-se, crescer e incandescer com o que é interessante e nutritivo no ambiente” (PERLS; HEFFERLINE; GOODMAN, 1997, p. 45).
Perls, Hefferline e Goodman (1997) esclarecem:
“1) que experiência é essencialmente contato, o funcionar da fronteira entre o organismo e seu ambiente; e 2) que toda função humana é um interagir num campo organismo/ambiente, sociocultural, animal e físico” (PERLS; HEFFERLINE; GOODMAN, 1997, p. 43).
Na sociedade atual, tal como está organizada, a experiência é mediada e impede a awareness, a reflexão e o ajustamento criativo porque não exige esforço de assimilação ou elaboração do organismo.
Aceitar, ou engolir por inteiro, o que é dado, sem a manipulação da realidade, é problemático porque impede que a situação inacabada seja completada adequadamente. Isso acontece na sociedade administrada que determina até quais são as situações inacabadas – o que uma pessoa precisa para viver bem e ser bem vista –, impedindo que o indivíduo entre em contato com seu próprio organismo. A satisfação da figura é, de saída, interrompida, pois não há identificação da necessidade. Disso decorre uma insatisfação que não se sabe como sanar. A solução é consultar, dentre as possibilidades dadas, o que pode completar a figura, o que gera uma falsa realização e reforça a interrupção da criatividade e da reflexão.
Para a Gestalt, o contato dialético com o meio é fundamental para a constituição da personalidade e este contato, expresso por movimentos de fuga e aceitação, aproximação e retração, depende da capacidade de discriminação que, quando não funciona bem, não permite a identificação ou a satisfação das necessidades do indivíduo, desencadeando a neurose (PERLS, 1988). É interessante pensar como fica a capacidade de discriminação (e, portanto, a personalidade) deste indivíduo da sociedade administrada, que não se reconhece nela e não consegue criticar as condições objetivas.
A principal característica indicada por um escore alto na escala E é a ausência da consciência crítica, que é o que permite que a atuação do psicólogo contribua para o esclarecimento. De acordo com Adorno (2011), a Psicologia pode contribuir para a mudança do clima social, já que contribui para o desenvolvimento da autoconsciência crítica e da emancipação. Os resultados obtidos na pesquisa conduzem à seguinte questão: como os psicólogos podem contribuir para o esclarecimento, especialmente para a conscientização de mecanismos que levam ao preconceito, quando eles próprios manifestam preconceito e parecem ter pouca consciência crítica em relação a temas importantes, como a política e o uso da tecnologia? Sendo assim, acredita-se que uma formação que fortaleça a capacidade de reflexão crítica dos sujeitos, tanto no sentido de autoconsciência quanto de crítica das condições objetivas da sociedade, é de extrema importância.
A teoria crítica contribui para a compreensão da Gestalt-terapia no que diz respeito à sociedade e as relações sociais dos indivíduos trazendo elementos elucidadores (ou complicadores) que não podem deixar de ser pensados, na medida em que a Gestalt entende o indivíduo como um ser social, que tem uma relação dialética com a sociedade.
Por fim, tendo em vista as questões aqui suscitadas, vale destacar o que Perls (1988) entende por um homem bem integrado e como o ideal da democracia. Vale refletir sobre o quanto estamos perto ou distantes de realizá-los e o que é preciso para alcançá-los na sociedade atual. Para o autor, o homem bem integrado é aquele capaz de viver um contato íntimo com a sociedade, sem ser tragado por ela e sem viver completamente afastado dela. “É um homem que reconhece os limites de contato entre ele e sua sociedade, que dá a César o que é de César e fica com suas coisas para si” (PERLS, 1988, p.40). O ideal de uma sociedade democrática é uma comunidade cujos membros participam tanto da criação de suas necessidades quanto de sua satisfação e usufruem de seus benefícios. É isso que acontece?
Referências bibliográficas
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HORKHEIMER, M; ADORNO, T. W..Temas básicos da Sociologia. São Paulo: Cultrix. 1973.
______. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2006.
MARCUSE, H. Tecnologia, guerra e fascismo. Coletânea de textos de Herbert Marcuse. São Paulo: Fundação Editora da UNESP. 1998.
PERLS, F. A Abordagem gestáltica e testemunha ocular da terapia. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S. A. 1988.
PERLS, F.; HEFFERLINE, R.; GOODMAN, P. Gestalt-terapia. São Paulo: Summus. 1997.
ZAMPRONHA, M. A. G. A experiência de relação com o outro de alunos de graduação em Psicologia e o uso da Internet. 2012. 103 f. Dissertação (Mestrado em Educação), Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: História, Política, Sociedade, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2012.
Endereço para correspondência:
Maria Amélia Güllnitz Zampronha
Endereço eletrônico: amelia_zampronha@yahoo.com.br
Recebido em: 16/09/2013
Aprovado em: 25/12/2013
Notas
* Psicóloga pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2003), especialista em Administração de Negócios pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2007), cursou formação em Gestalt-terpia no Instituto Gestalt de São Paulo (2010), é Mestre e Doutoranda no Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: História, Política, Sociedade, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2012). Atua principalmente nos seguintes temas: psicoterapia, formação em Psicologia e teoria crítica.
Anexos
Caro colaborador,
Esta pesquisa está dividida em três partes. A primeira parte solicita dados pessoais; a segunda parte é um questionário a respeito de seus hábitos de uso da Internet e a terceira é uma escala de opinião a respeito de diversos temas.
Você não será identificado em nenhum momento, de modo que a confidencialidade de suas respostas está assegurada.
Peço que, por gentileza, não rasure e não converse nem comente as questões ou suas respostas com outras pessoas enquanto preenche a pesquisa.
Agradeço sua colaboração e atenção.
Identificação
1. Idade: __________ anos
2. Sexo: ( ) masculino ( ) feminino
3. Semestre que está cursando: _____________________
4. Período: ( ) manhã ( ) noite
5. Você trabalha? ( ) sim ( ) não
Questionário de hábitos de uso da Internet
6. Você costuma acessar a Internet?
( ) Sim ( ) Não
7. Em qual(is) local(is) você costuma acessar a Internet (marque uma ou
mais opções, conforme seja o caso)?
( ) Em casa ( ) No trabalho ( ) Na universidade ( ) Em redes wi-fi
( ) Em lan house ( ) Na casa de um amigo ou parente
( ) Outro(s):________________________________________________
8. Você acessa a Internet em dispositivos móveis (marque uma ou
mais opções, conforme seja o caso)?
( ) Celular ( ) Tablet ( ) Internet móvel banda larga ( ) Não
uso.
9. Qual é a frequência com que você utiliza a Internet?
( ) Sempre (todos os dias)
( ) Com bastante frequência (em média, 5 vezes por semana)
( ) Com frequencia razoável (em média, 3 vezes por semana)
( ) Com pouca frequência (em média, 1 vez por semana)
( ) Raramente (em média, 1 vez por mês)
10. Em geral, quantas vezes por dia você a acessa a Internet?
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) mais de 5 vezes
11. Em geral, quanto tempo por dia você permanece conectado à Internet?
( ) Até 1 hora ( ) De 1 a 3 horas ( ) De 3 a 5 horas ( ) Mais de 5 horas
12. O que você costuma fazer na Internet (marque uma ou mais opções,
conforme seja o caso)?
( ) Acessar redes sociais
( ) Trocar emails
( ) Participar de fóruns de discussão
( ) Navegar pelos sites de seu interesse
( ) Ler notícias
( ) Pesquisas em sites de busca
( ) Conversar com pessoas (troca de mensagens instantâneas)
( ) Pesquisas acadêmicas
( ) Assistir a vídeos ou ouvir músicas
( ) Fazer downloads (séries, filmes, músicas, etc.)
( ) Utilizar serviços bancários
( ) Pesquisar produtos e preços
( ) Fazer compras
( ) consultar mapas
( ) Participar de jogos on line.
( ) Outro(s): _______________________________________________
13. Quais tipos de sites te interessam mais, considerando o conteúdo
(ao assinalar suas opções, indique a ordem de sua preferência
– 1°, 2°, 3°, etc.).
( ) redes sociais
( ) notícias sobre política, atualidades
( ) notícias sobre entretenimento (cinema, música, moda, esportes,
etc.)
( ) sites sobre Psicologia
( ) jogos
( ) sites de compras – que tipo de compras? ______________________
( ) blogs – algum tema específico? _____________________________
( ) fóruns – algum tema específico? _____________________________
Escala de opinião
Abaixo você encontrará afirmações sobre diversos temas. Gostaria de saber sua opinião a respeito delas.
• Leia atentamente cada afirmação abaixo e indique seu grau de concordância ou discordância em relação ao que está sendo afirmado.
• Responda conforme sua primeira impressão. Não há respostas certas ou erradas.
• Marque com um “X” a opção que melhor represente sua opinião.
• Atente para os diferentes graus de concordância ou discordância.
• Opine em relação a todas as afirmações e selecione apenas uma resposta.
• Não rasure.
1. A escola deveria se voltar mais para ensinamentos úteis para o trabalho do que para a formação geral.
Discordo totalmente
Discordo acentuadamente
Discordo pouco
Concordo pouco
Concordo acentuadamente
Concordo totalmente
2. Os avanços científicos e tecnológicos proporcionam somente benefícios.
Discordo totalmente
Discordo acentuadamente
Discordo pouco
Concordo pouco
Concordo acentuadamente
Concordo totalmente
3. Tal como é a natureza humana, sempre haverá guerras e conflitos.
Discordo totalmente
Discordo acentuadamente
Discordo pouco
Concordo pouco
Concordo acentuadamente
Concordo totalmente
4. Ao invés de se lamentar por situações problemáticas é melhor se ocupar das questões práticas da vida.
Discordo totalmente
Discordo acentuadamente
Discordo pouco
Concordo pouco
Concordo acentuadamente
Concordo totalmente
5. Os crimes sexuais tais como o estupro ou ataques a crianças merecem mais que a prisão; quem comete estes crimes deveria ser castigado publicamente ou receber uma punição pior.
Discordo totalmente
Discordo acentuadamente
Discordo pouco
Concordo pouco
Concordo acentuadamente
Concordo totalmente
6. Não me sinto confortável quando as pessoas se interessam ou se intrometem em meus assuntos pessoais.
Discordo totalmente
Discordo acentuadamente
Discordo pouco
Concordo pouco
Concordo acentuadamente
Concordo totalmente
7. Devemos aceitar a realidade tal como ela é.
Discordo totalmente
Discordo acentuadamente
Discordo pouco
Concordo pouco
Concordo acentuadamente
Concordo totalmente
8. A obediência e o respeito pela autoridade são as principais virtudes que devemos ensinar a nossas crianças.
Discordo totalmente
Discordo acentuadamente
Discordo pouco
Concordo pouco
Concordo acentuadamente
Concordo totalmente
9. A escolha profissional deveria ser feita levando-se em consideração, principalmente, os fatores objetivos (remuneração, reconhecimento social etc.).
Discordo totalmente
Discordo acentuadamente
Discordo pouco
Concordo pouco
Concordo acentuadamente
Concordo totalmente
10. Acho perda de tempo refletir sobre os acontecimentos passados.
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Discordo acentuadamente
Discordo pouco
Concordo pouco
Concordo acentuadamente
Concordo totalmente
11. Prefiro ter um computador com acesso à Internet a ter uma estante cheia de livros.
Discordo totalmente
Discordo acentuadamente
Discordo pouco
Concordo pouco
Concordo acentuadamente
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12. O que mais os jovens necessitam é de uma disciplina estrita, firme determinação e vontade de trabalhar e lutar pela família e pela pátria.
Discordo totalmente
Discordo acentuadamente
Discordo pouco
Concordo pouco
Concordo acentuadamente
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13. Não adio as possibilidades de prazer.
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Discordo acentuadamente
Discordo pouco
Concordo pouco
Concordo acentuadamente
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14. Uma boa aparência é fundamental para o sucesso em todas as áreas da vida.
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Discordo acentuadamente
Discordo pouco
Concordo pouco
Concordo acentuadamente
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15. Os homens podem ser divididos em duas classes definidas: os fracos e os fortes.
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Discordo acentuadamente
Discordo pouco
Concordo pouco
Concordo acentuadamente
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16. Se falássemos menos e trabalhássemos mais, todos estaríamos melhor.
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Concordo pouco
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17. No capitalismo, o sucesso na vida depende, principalmente, do indivíduo.
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Concordo pouco
Concordo acentuadamente
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18. Prefiro ter muitos amigos, mesmo que não sejamos íntimos, a ter poucos amigos íntimos.
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Discordo pouco
Concordo pouco
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19. Como castigo para os homens, por sua natureza violenta e agressiva, é possível que o mundo inteiro seja destruído por uma catástrofe
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20. O lazer deve ser uma recomposição de forças para se voltar ao trabalho ou ao estudo.
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21. As famílias de hoje são menos estruturadas que as de antigamente e por isso os filhos têm mais problemas emocionais.
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Concordo pouco
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22. A promiscuidade, além de indecente, traz riscos à saúde.
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23. O lazer vem depois do dever cumprido.
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24. A maioria das pessoas não imagina até que ponto a nossa vida está dirigida por complôs forjados em lugares secretos.
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25. Um indivíduo de más maneiras, maus costumes e má educação dificilmente pode fazer amizades com pessoas decentes.
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26. Tal como é a natureza humana, sempre haverá guerras e conflitos.
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Concordo pouco
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27. Quando desejo alguma coisa, nada me impede de consegui-la.
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28. Basta acreditar em si mesmo e ter força de vontade para alcançar sucesso na vida.
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