EDITORIAL

 

No momento de publicação de nosso décimo terceiro número, passamos por um período de busca de reorganização no âmbito da gestalt-terapia do Estado do Rio de Janeiro. Considero este processo de crucial importância no que se refere aos rumos de nossa abordagem. A comunidade gestáltica deste estado tem vivido uma história bastante intensa e fértil no que se refere a seu desenvolvimento.

Já passamos por várias fases. Inicialmente uma organização tribal aonde nossos pioneiros coagulavam pessoas ao seu redor, formando pequenas tribos distribuídas principalmente ao longo da cidade do Rio de Janeiro. Foi como se tivessem sido lançadas sementes em terra fértil. As sementes germinaram e se multiplicaram. Naquela época tínhamos alguns poucos Gestalt-terapeutas ocupando espaço nas faculdades.

A nossa segunda geração se dividiu. Alguns mantiveram o estilo de organização dos antecessores, outros buscaram uma organização mais institucionalizada, novamente a saudável diversidade se manteve. Pudemos observar também uma maior aproximação do universo acadêmico, um aumento na procura dos cursos de mestrado e de doutorado. Com isso, naturalmente, temos ocupado mais espaço nas universidades, o que é muito importante.

Fizemos a primeira tentativa de integração de nossa comunidade através do GT Rio. Organização que experimentou seu apogeu e sua decadência ao longo da década de noventa. Nos anos dois mil nossa integração ocorreu através dos congressos estaduais que tiveram grande importância. Paulatinamente estes eventos perderam força, aparentemente por falta de renovação em sua comissão organizadora.

A perda de força do modelo de organização de congressos desta década está dando espaço a uma rediscussão. Com certeza a experiência de nossa história servirá de embasamento para o novo que está surgindo. Certamente o que virá nesta nova década traduzirá a saúde e a força de nossa comunidade.

Marcelo Pinheiro