ARTIGO

Terapia de família.

Roberta Ferreira Domingues


Ao pensar em atendimento familiar fica difícil para mim, não pensar na inclusão de crianças ou adolescentes no sistema que se apresenta para a terapia. Acredito que existem várias configurações para o sistema familiar e essas configurações incluem o modelo pai - mãe - criança e o modelo pai - mãe - adolescente entre outros.

Assim, para atender uma família é preciso refletir sobre as implicações que tais modelos vêm causar. Em relação aos riscos que me parecem existir, penso nas famílias que vêm à terapia com a queixa em torno da criança ou do adolescente e no cuidado que se deve ter para lidar com tal situação, ao mesmo tempo, em que é preciso tomar cuidado para não responsabilizar excessivamente os pais ou um dos pais. Nessa mesma questão, se enquadra o medo principal e também o grande impasse que pode potencialmente surgir. Esses todos são aspectos que, a meu ver, têm um certo ar negativo.

Demais aspectos por sua vez podem ser englobados num ramo de aspectos positivos. Os encantos e as possibilidades no atendimento de uma família, para mim estão relacionados à oportunidade de ver todo um sistema trabalhando junto, diante do terapeuta e concomitantemente, isto é algo que só a terapia familiar permite e que para a criança e o adolescente - que ainda sofrem tanta influência desse sistema - pode ser extremamente rico. Portanto, a meu ver, a terapia familiar deve ser indicada quando qualquer um dos membros se sentir incomodado por alguma situação que envolva a família e o terapeuta precisa ter habilidade para enxergar essa família a partir das características que foram citadas acima.