TL 12: FORMAÇÃO EM GESTALT-TERAPIA CLÍNICA NA UFPB: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • JORGE GOMES

Palavras-chave:

FORMAÇÃO, UFPB

Resumo

A motivação para apresentar este trabalho partiu da necessidade de registrar para a comunidade gestaltista brasileira e mundial as atividades que tem sido executadas na UFPB. Iniciou-se a partir da oportunidade para desenvolver o projeto de Supervisão da Formação em Psicologia Clínica Adolescente e Adulto na Abordagem Gestalt Terapia (GT), na Clínica Escola de Psicologia, bem como a ousadia de semear esta abordagem em uma Universidade Pública, onde prevalecem as linhas Psicanalitica e Comportamental. A atividade é desenvolvida de forma voluntária, pois os supervisores não percebem nenhuma remuneração pela supervisão. O objetivo é complementar e aprofundar o conhecimento teórico e prático dos estagiários, alunos do último ano do Curso de Psicologia da UFPB, acerca da abordagem humanista existencial no âmbito da psicologia clínica, com foco específico na Gestalt Terapia, favorecendo sua aplicação no atendimento psicoterápico de adolescentes e adultos, conforme encontra-se previsto no Decreto Lei Nº 53464/64, que regulamenta a Lei 4119/62. Neste processo, fomentamos a discussão e reflexão dos enfoques teóricos relativos às Bases Filosóficas do Humanismo, Existencialismo e Fenomenologia e seus reflexos na clínica psicológica; Teoria de Campo, Holística, Ciclo de Contato e outros conteúdos mínimos necessários à atuação como Psicólogo Clínico na GT. A metodologia envolve participação dos estagiários na montagem da programação e concordância com as mesmas, em discussões, apresentação de seminários, Role Plays, eventos de Gestalt (V Encontro com a Gestalt na UFPB em 2010) e em workshops teórico-vivenciais (dois por semestre somando dez horas cada). Para avaliação dos estagiários, montamos um processo que se caracteriza por uma contribuição diferenciada em várias dimensões: trata-se de uma atividade de grupo onde cada um realiza sua autoavaliação, avaliação cruzada dos colegas, e avaliação dos supervisores, considerando os seguintes itens: 1) Assiduidade, 2) Pontualidade, 3) Nota do Relatório, 4) Nota do Artigo, 5) Participação em evento de Gestalt, 6) Psicoterapia Individual, 7) Percepção da Problemática do Cliente, 8) Qualidade das Intervenções, 9) Aplicação da GT Clínica, 10) Atitude / Maturidade de Psicoterapeuta, 11) Compromisso com o Estágio, 12) Avaliação Escrita, 13) Seminários, 14) Autoavaliação, 15) Avaliação dos Supervisores, 16) Avaliação Cruzada (de cada colega de estagio), 17) Qualidade de Relacionamento no Grupo de Supervisão, 18) Entrega das Transcrições. É importante registrar que cada um dos indicadores acima recebe nota de 1 a 10 ao final de cada semestre (Estágios I e II), e seus pesos são previamente discutidos e (re) definidos, variando de 1 a 4. Todos são apresentados ao grupo no primeiro encontro, em formato de discussão, visando disseminar a consciência sobre como cada um deverá se autoavaliar e “se” aprovar na supervisão. Outro registro é que a coleção de indicadores tem passado por ajustes e alterações (exclusão, inclusão de novos, mudança nos pesos) de um semestre para outro; no início eram 12, e hoje são 18. Novamente: a cada dois meses os alunos realizam uma autoavaliação, avaliação cruzada (de cada colega de supervisão) e dos supervisores e, ao final,recebem feedbacks dos supervisores de forma individual. Entendemos que o exercício de autoavaliação, avaliação cruzada e os feedbacks contribuem para o amadurecimento dos nossos futuros colegas de profissão. Talvez esta não seja a melhor forma de acompanhar a capacitação dos colegas, mas cria a oportunidade de cada um se olhar e olhar para o outro de forma a contribuir para o seu crescimento pessoal e profissional, bem como para otimizar a utilização do tempo e as vivências na formação em Gestalt Terapia Clínica, considerando que os profissionais sempre precisarão de mais experiência prática do que a carga horária prevê para a atividade na instituição. Bibliografia PERLS, F. S. A Abordagem GT e Testemunha Ocular da Terapia, Summus Editorial, 1975. _______, Gestalt-Terapia Explicada, Summus Editorial, 1977. _______, Escarafunchando Fritz, Dentro e Fora da Lata de Lixo, Summus Editorial, 1979. PIMENTEL, Adelma, Psicodiagnóstico em Gestalt-Terapia, Summus Editorial, 2003. RIBEIRO, Jorge Ponciano , Gestalt-Terapia – Refazendo o Caminho; Summus Editorial, 1985. _______, Gestalt-Terapia O Processo Grupal; Summus Editorial, 1994. _______, O Ciclo de Contato , Summus Editorial, 2007. _______, Vade Mecum da Gestalt Terapia, Summus Editorial, 2006.

Publicado

2014-01-10