Tema
Gestalt-terapia como Experiment-ação: corpo, ato e transgressão.
Objetivos
1- discutir o caráter experiencial do trabalho psicoterápico em
Gestalt-Terapia, buscando ampliar seu significado e discutir seus fundamentos,
constituindo o ato terapêutico como um campo de experiência estética;
2- construir relações entre experimentação, corporeidade
e transgressão, tendo como fundo a fenomenologia de Merleau-Ponty; 3-Promover
um diálogo entre a experimentação na Gestalt-terapia e
nos trabalhos de Lygia Clark;
Conteúdo
1- Da subjetividade à intercorporeidade: elementos da ontologia do Ser
Bruto de Merleau-Ponty
Desenvolveremos um recorte das propostas merleau-pontyanas, colocando-as em
diálogo com as noções de campo organismo-ambiente, ajustamento
criativo e agressão. O filósofo dedicou sua obra ao tema das relações
entre homem e mundo, buscando uma compreensão que partia do mundo da
experiência, de um a priori da correlação sujeito-objeto.
Situou o corpo como consciência e desenvolveu um viés de pensamento
que desembocou em uma ontologia do Ser Bruto.
2- Do espaço à espacialização: a introdução
da experiência a partir da implicação corporal do espectador
no ato artístico de Lygia Clark
Lygia Clark partiu da vocação da arte moderna de unir arte e vida
e desenvolveu um trabalho peculiar fundamentado na transformação
do espaço em espaço-tempo, inserindo o público no contexto
da obra e propondo a experimentação como forma de acesso à
totalidade. Suas obras envolviam as pessoas em um processo vivencial, se colocando
como um campo de experiência. Discutiremos sua trajetória que aponta
para a experiment-ação como ação intercorporal produtora
de significados que permite a ressignificação da existência.
3- O fundo da experiência gestáltica: o fundo estético e
o fundo fenomenológico
Mapearemos as relações da gestalt-terapia com a arte e a estética
a partir da história do envolvimento pessoal de três dos principais
formuladores da gestalt-terapia: Fritz Perls, Laura Perls e Paul Goodman. Consideramos
que suas experiências pessoais com a arte constituem um fundo estético
de onde partem as experiências da Gestalt-Terapia. Tais elementos históricos
e conceituais nos permitam mapear e traçar alguns contornos de um corpo
teórico que tem como importantes referenciais, para a apreciação
da forma ou gestalt, os critérios estéticos. Consideramos que
a vivência com a arte constituiu um fundo que dirigiu o olhar dos fundadores
da gestalt-terapia para o viés fenomenológico
4- Gestalt-Terapia como experiment-ação: ressignificando.
Articulamos as noções de campo, corporeidade, forma e significação
como dimensões constitutivas da experiment-ação. Discutimos
as dimensões do ato psicoterápico como um campo de experiência
produtora de significações. Discutimos a noção de
desajustamento criador – proposição terapêutica que
introduz na situação uma diferença que provoca a implicação
corporal do cliente com a experiência imediata no contexto psicoterápico.
Natureza da abordagem filosófica,
teórica ou técnico-metodológica
O trabalho toma como referenciais principais a proposta do livro Gestalt-Terapia,
de Perls, Hefferline e Goodman, a fenomenologia e a ontologia do ser bruto de
Maurice Merleau-Ponty
Metodologia do curso
Exposição dialogada com utilização de slides
Bibliografia
Alvim, M. B. (2007) Ato artístico e ato psicoterápico como Experiment-ação:
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Brasília
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consultado em 03.01.2007.
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