Adriana Quintana Gonçalves
Pretendo neste trabalho fazer reflexões a cerca do atendimento infantil e seus familiares. É de extrema importância que quando uma família nos procura, possamos ouvir a queixa sem ter preconceitos do tipo: “ toda vez que uma família procura terapia para a criança, é a família que precisa de terapia”. Como diz Violet:
“Raramente um membro da família diz”nossa família inteira está em apuros, e todos nós precisamos de terapia” A maioria dos terapeutas concordará que os adultos na família geralmente escolhem uma pessoa responsável por todos os problemas. Uma vez que só posso começar com aquilo que me é apresentado, começo com a criança, que é identificada como portadora dos problemas” (grifo meu, Violet, Descobrindo Crianças, pág 334-335)
Assim como Violet penso que quando a criança é trazida pelos pais aos nossos consultórios temos que começar por ela, mas não precisamos nos deter nesta parte, podemos ampliar o nosso trabalho conhecendo um pouco a dinâmica e a comunicação entre os familiares, priorizando o contexto que ela esta vivendo.
Precisamos lembrar que dentro de uma perspectiva gestaltica acreditamos que os comportamentos inadequados de uma criança, por mais perturbador que sejam para ela e conseqüentemente para sua família, ele é um ajustamento em busca da homeostase, de um equilíbrio maior.
“ Desta forma o que fica evidente é o que o comportamento da criança, ainda que seja um comportamento que esteja incomodando os pais, parece estar a serviço de um equilíbrio maior, o que na maioria das vezes não é percebido pela família. (Luciana Aguiar, Gestalt-terapia com crianças)
Geralmente atendo crianças
(parte) tento perceber esse todo (família) que se encontra na apresentação
do seu mundo ao terapeuta.
“Uma parte num todo é algo diferente desta mesma parte isolada
incluída num outro todo” (Serge e Amm Ginger, Gestalt Uma terapia
de contato.)
Quero através da
exposição deste trabalho fazer reflexões acerca de:
Possíveis trabalhos com a criança e seus familiares.
Possíveis trabalhos entre as crianças e seus irmãos.
A terapia como fonte enriquecedora da comunicação entre a família.
Fazer através da terapia comunicações mais diretivas
Ajudar a família a encontrar a melhor forma.
* Trabalho apresentado na I jornada Paulista de Gestalt terapia promovido pelo Sedes Sapientiae em 2006.