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19: RE-DESCOBRINDO A GESTALT-TERAPIA: UM OLHAR SOBRE
A
CONTEMPORANEIDADE
Autores: Chayenne Camaroti, Ana Gabriela de Souza Aguiar, Carolina Parente de Andrade, Lívia de Moura Grizzi, Natália Reis de Melo e Patricia Wallerstein Gomes.
O presente
estudo consiste em uma leitura dos fenômenos da Contemporaneidade a partir
do referencial teórico da Gestalt-terapia, como esta concebe o homem
e como se dá seu relacionamento com o meio, atualizando seus fundamentos
para o momento sócio-histórico-cultural presente, uma vez que
tal contexto influencia diretamente as demandas atuais que chegam à clínica
psicológica.
Partimos da concepção de que nem todo sofrimento psíquico,
embora vivido pelo indivíduo, é originado nele e por ele mesmo;
considerando-o como um ser relacional, seus sucessos e fracassos, necessariamente,
devem ser compreendidos na sua articulação com o outro e com a
cultura (FARIA apud HOLANDA; FARIA, 2005, p. 61).
Visto que a Gestalt-terapia foi construída num cenário social diferente do que se encontra hoje, surge a necessidade de um estudo que contemple uma outra possibilidade de compreensão do sofrimento psíquico na atualidade. Este estudo buscou caracterizar o paradigma contemporâneo, ressaltando sua contribuição na construção da subjetividade humana e, conseqüentemente, do referido sofrimento. A partir disso, pôde-se compreender as influências do ritmo contemporâneo no ciclo do contato vivido atualmente, marcado, principalmente, pelo imediatismo resultante da velocidade das transformações e dos ajustamentos criativos exigidos pelo meio.
Ficou evidente nesse estudo que é efetivo, necessário e possível pensar a contemporaneidade à luz da abordagem em questão, as vistas de oferecer uma prática atualizada, contextualizada e, essencialmente, fiel à sua fundamentação epistemológica. Tal intenção parte da importância de compreender como esse meio vem se apresentando para, com isso, refletir as formas de relacionamento que ocorrem no campo organismo/ambiente, vividas na experiência de fronteira de contato.
Portanto, sabendo-se que os sofrimentos acompanham a movimentação social, histórica, cultural (HALL, 2005), questionou-se o desinteresse desta abordagem em criar articulações relacionadas ao homem e seu meio atual – a Contemporaneidade. Tendo em vista que a Gestalt-terapia é considerada a partir de uma perspectiva holística, constatou-se que este estudo possibilitou fornecer subsídios teóricos capazes de refletir uma prática clínica contextualizada; coerente com as demandas contemporâneas e com a clínica gestáltica.
REFERÊNCIAS
FARIA, Nilton Júlio de; HOLANDA, Adriano Furtado (Orgs.). Gestalt-terapia e Contemporaneidade: contribuições para uma construção epistemológica da teoria e da prática gestáltica. Campinas: Livro Pleno, 2005. 257 p.
______. Gestalt-terapia, subjetividade e cultura. In: FARIA, Nilton Júlio de; HOLANDA, Adriano Furtado (Orgs.). Gestalt-terapia e Contemporaneidade: contribuições para uma construção epistemológica da teoria e da prática gestáltica. Campinas: Livro Pleno, 2005, p. 57-81.
HALL, Stuart.
A identidade cultural na pós-modernidade. 10. ed. Rio de Janeiro: DP&A,
2005, 102 p.