Autores: Marcelo Pinheiro e Fernanda Teixeira

A linha de pesquisa citada visa implicar a psicologia clinica a investigar com responsabilidade e ética o impacto na subjetividade atual causado pelo uso da internet nas relações afetivas, sociais, emocionais e na psicoterapia.

A Gestalt Terapia(GT) possui métodos próprios da vivencia do contato em suas diversas manifestações através do ciclo do contato. No campo da internet esbarramos com o uso dos computadores mediando o contato entre as pessoas, que tem trazido a clinica e ao meio social conflitos existenciais como sexo virtual, traição virtual, catarse via email, identidade real e virtuais, amigos virtuais e presenciais, Orientação x psicoterapia via email e outros.
Percebemos que ao respondermos emails nos perguntando sobre quaisquer assunto relacionado a psicoterapia e a GT nós terapeutas estamos orientando e aconselhando via e-mail, ou melhor, nos disponibilizando ao contato e a relacionamento virtual. A linha de pesquisa problematiza e indaga sobre esta pratica que realizamos até o momento com um olhar ingênuo cientificamente.

Sobre o Impacto da internet na clinica, Leitão(2005) ouviu relatos como:
“É como se estivéssemos acrescentando capacidades sensoriais e motoras. Para nós, nosso corpo é veloz e chega em qualquer parte do mundo via Internet.(..). Pelo que ouço, o corpo se cansa de navegar como se realmente tivesse se movido, tivesse olhado tudo, mexido em tudo. Parece que ganhamos pseudópodes virtuais. Patrícia Rezende (gestaltterapeuta)”

O homem contemporâneo, na medida em que se tornou um usuário de computadores e absorveu a Internet nas suas mais variadas áreas de sua vida, praticamente intimou a psicologia clínica a investigar os impactos subjetivos das novas tecnologias digitais. Precisamos estudar, compreender, descobrir este novo individuo que está modificado e se modificando nitidamente. Qual o olhar gestáltico para esta nova subjetividade? Nos espantamos? Criticamos? Ou inovamos?

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Leitão & Nicolaci-da-costa. Impactos da Internet sobre pacientes: a visão de psicoterapeutas. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 3, p. 441-450, set./dez. 2005