POSTER 10: GESTALT-TERAPIA: PORQUE DIALOGAR FAZ ALGO COM A GENTE
Autor: Henrique Aquino
Vivemos em tempos de crise em relação ao modelo de interação humana adotado pela contemporaneidade. Nesta atmosfera, falta ao homem pós-moderno lucidez e participação efetiva em seu mundo para “desenvolver o calor humano (...) valorizar o direito à diferença e permitir a cada ser humano existir plenamente em seu ambiente social” [1]. Este contexto nos impõe atitudes que estão na contramão do desenvolvimento de relações “simplesmente” humanas e plenamente existenciais entre as pessoas. Assim, parece que “o nosso tempo atual (...), é o último capítulo (...) É o fim dessa grandiosa e perigosa História do esquecimento do ser” [2], do esquecimento deste ser-em-relação.
“Mas
não é o fim do mundo, porque não é o fim do pensamento.”
[2]: A Gestalt-terapia, se posiciona como anfitriã às reflexões
acerca da crise relacional do homem contemporâneo. “O gestaltista
é a figura que se nega a submergir inconsciente no mundo que o cerca”
[3]. O gestalt-terapeuta possui a atitude necessária para ensejar um
encontro verdadeiro entre seres humanos. Não há respostas ou ensinamentos.
“A Gestalt-terapia é um encontro existencial entre pessoas”
[4], para dialogarmos, pensarmos juntos, acerca de nossa condição
humana e dos recursos criativos que cada um dispõe.
“Tomo aquele que me ouve pela mão e o levo até a janela.
Abro-a e aponto para fora. Não tenho ensinamento algum, mas conduzo um
diálogo” [5]. Dialogar é, em primeiro lugar, aprender a
ouvir. Dialogar é sair de si e (ex)pôr-se com humildade ao contato
intersubjetivo, arriscando-se no movimento de pensar junto à alguém.
Neste momento virtuoso, somos sempre recompensados por nossa boa vontade, eqüidade,
nossa atitude com relação ao outro. É quando para nós,
esta pessoa afasta lentamente seu véu e se apresenta em sua nova e indizível
beleza, podendo agora existir conduzindo diálogos com outrem, alhures,
sempre em busca de um encontro vivo. Porque dialogar faz algo com a gente.
Palavras-Chaves: Contemporaneidade; Gestalt-terapia; Diálogo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[5] BUBER, M. Eu e Tu. São Paulo: Centauro. 2006.
[1] GINGER, S. Gestalt: A Arte do Contato: Petrópolis, R.J: Vozes. 2007.
[2] MICHELAZZO, José C. Perspectivas do novo paradigma em Heidegger: superar a metafísica, resgatar a terra e salvaguardar o homem. In: Castro, Daguiar S. P. et al. Existência e Saúde. São Bernardo do Campo: Umesp. 2002.
[3] PONCIANO. Gestalt-Terapia: Refazendo um caminho. São Paulo: Summus. 1985.
[4] ZINKER,
J. Processo Criativo em Gestalt-Terapia. São Paulo: Summus.
2007.