MINI-CURSO 03

INTIMIDADE E SATISFAÇÃO SEXUAL NA MULHER CONTEMPORÂNEA - UMA VISÃO GESTÁLTICA

 

Maria Celisa Meirelles Barbalho


RESUMO

A satisfação sexual depende de condições físicas e emocionais dos parceiros. Mudanças significativas ocorridas com o casamento e a sexualidade no século passado têm levado as mulheres a adotar novos valores com base numa postura mais igualitária diante do casamento, onde a busca do amor, do desejo e do prazer tem sido mais autêntica, juntamente com a individualidade e o crescimento pessoal dos cônjuges. A intimidade tem sido apontada como um dos fatores mais importantes na construção desta nova realidade, onde homens e mulheres buscam relacionamentos que os satisfaçam, tanto sexual quanto emocionalmente. Pretende-se com esta presente reflexão analisar a relevância da intimidade na satisfação sexual de mulheres na contemporaneidade. A partir dessas considerações, objetiva-se também traçar paralelos entre alguns conceitos gestálticos e as pesquisas das últimas décadas sobre a sexualidade feminina.


Palavras-chave: sexualidade feminina, intimidade, satisfação sexual, gestalt -terapia, contemporaneidade.

 

OBJETIVO

Este artigo tem como objetivo relacionar intimidade e satisfação sexual na mulher contemporânea e traçar paralelos entre conceitos gestálticos e pesquisas das últimas décadas sobre sexualidade feminina.

Somente em momentos de crise a sexualidade humana desloca-se do plano da figura para o plano do fundo. Mesmo em tempos de guerra, a natalidade não decresce a níveis altamente significantes. Isso nos induz a crer que, se em determinados momentos ela deixa de ser primordial na vida das pessoas, mesmo assim parece continuar sendo um lenitivo importante para as angústias que estejam vivendo. Tomando-se como referência a produção industrial do mundo ocidental, vivemos em tempos de abundância e a mulher vem exercendo papel de preponderância cada vez mais acentuado em todas as áreas da vida social. Um número crescente de mulheres ocupa cargos políticos de relevância, postos executivos nas empresas, determinam os rumos da economia, da educação, justiça e da saúde. Na cultura ocidental, a sexualidade envolvendo sentimento e sensualidade sempre esteve mais intimamente ligada à figura feminina, enquanto o sexo genital, ou seja, o falo, mais à masculina.

A despeito dessas diferenças, sexualidade é uma manifestação do todo da pessoa e não apenas algo restrito ao contato genital. Implica em estar focado (a) no presente, no aqui-agora do relacionamento e entregar-se às sensações, sentimentos e fantasias do momento. A consciência do corpo e seu desejo impulsionam a deixar-se ficar na intimidade do contato que leva aos movimentos próprios na busca do prazer e do orgasmo. O escritor uruguaio Mario Benedetti, num belíssimo romance intitulado A Trégua descreve assim esse momento no qual a energia surge como um clarão, portanto como uma energia-luz-calor: “..o ápice é só um segundo, um breve segundo, um clarão instantâneo e não há direito a prorrogações...tenho de gastar esta plenitude sem nenhuma reserva, sem previsão alguma” (BENEDETTI, 2007, p. 106).

 

CONSIDERAÇÕES SOCIOLÓGICAS

Diversos autores são unânimes em afirmar a importância da intimidade na construção de um relacionamento satisfatório, base para uma vida sexual saudável e prazerosa (FARIAS, 1994; DOLTO, 1996; MOSELEY & MOSELEY, 2000; BASSON, 2000, 2001, 2004, 2005; MUNARRIZ, 2002; BANCROFT et al, 2003; ABDO, 2004ª; VASCONCELLOS, 2005; BARBALHO, 2005).

Malone & Malone, (pai e filho) analisam em The Art of Intimacy como se pode criar intimidade num relacionamento. Definindo intimidade como uma dimensão da realidade e do amor real, necessária para atualização do autoamor e da autoestima, eles afirmam: “é a intimidade que energiza e promove a mudança, oferece a possibilidade de acelerar e dirigir nossa evolução, tanto pessoalmente quanto biologicamente e portanto contém nossa esperança para o futuro.” (MALONE & MALONE,1987, p. 7-8 -18)

Intimidade deriva do latim -intima -que significa interno, nosso ser interno que somente nós conhecemos. Contrário à máxima filosófica do “Conhece-te a ti mesmo” através da introspecção, os citados autores concebem que “... só podemos nos conhecer quando estamos sendo íntimos com alguma coisa ou alguém fora de nós mesmos” (MALONE & MALONE, 1987, p. 19).

Numa análise profunda do tema eles apontam que:
Intimidade é uma experiência extraordinária. Habitualmente, só me conheço na minha solidão, sonhos, meu espaço pessoal. Mas sentir-me e conhecer-me na presença do outro é animador, esclarecedor, alegre e mais que tudo libertador. Posso ser quem sou livre e abertamente na presença do outro. É a única e verdadeira liberdade que temos como seres humanos. Posso ser eu sem impedir que os outros sejam o que são. As duas liberdades seguem lado a lado. Posso ser eu mesmo como parte de tudo o mais no universo, totalmente pertencendo e sendo. Posso ser meu íntimo self (MALONE & MALONE, 1987, p. 29).

A falta de intimidade é o grande problema da atualidade, uma vez que as relações humanas se tornaram “líquidas”. Zygmunt Bauman, um dos mais originais e perspicazes sociólogos da atualidade, analisa criticamente as relações humanas na contemporaneidade, ainda que sob uma perspectiva negativista. Em sua obra Amor Líquido, Bauman cita Catherine Jarvie, quando comenta o Guia Matrimonial de Londres, de autoria de Gillian Walton: as chamadas “relações de bolso” (BAUMAN, 2004, p. 36) são “encarnação da instantaneidade e da disponibilidade” (BAUMAN, 2004, p. 36). Relações das quais se pode prescindir quando necessário. Doces, curtas e controláveis, essas relações existem segundo condições especiais: em primeiro lugar, deve-se evitar apaixonar-se, sentir amor ou desejo. Pautado pela conveniência, não se deve investir no relacionamento. Em segundo lugar, não se deve deixar o relacionamento cair do bolso, mas supervisioná-lo sempre. A qualquer momento, caso se note algo diferente do previsto, ”é hora de seguir adiante” (BAUMAN, 2004, p. 37).

Observa-se, contudo, na atualidade, uma maior autenticidade de todo ser humano, independente da idade, na busca do desenvolvimento de sua sexualidade.

Uma opinião contrária a Bauman, encontramos na gestalt-terapeuta Teresinha Mello da Silveira (2001), em seu artigo Individualidade, Conjugalidade e Instabilidade no Casamento Contemporâneo. Partindo de uma positiva análise sociológica e psicológica das mudanças pelas quais passou a sociedade no século passado, a autora pontua como as transformações sociais que ocorreram a partir da década de 60 modificaram o casamento, imprimindo uma variedade de formas, ainda que mais exigentes e causadoras de instabilidade, sem dúvida alguma porém proporcionadoras de maior autenticidade e união homem-mulher. Baseando-se em estudos de Vaitsman, Silveira afirma que, no início do século passado, à mulher cabia apenas o cuidado com os filhos e a vida privada, cabendo aos homens a vida pública e a função de provedor da casa. “A confirmação de um casamento feliz estava na sua duração” (SILVEIRA, 2001, p.15). A situação se modificou nos anos 60: O advento da pílula anticoncepcional, o movimento feminista e a decorrente emancipação da mulher e maior liberdade sexual, os movimentos de contracultura, o aumento da freqüência das mulheres nas universidades, o arrefecimento da religiosidade, a participação ativa das mulheres na política em condição igual à dos homens modificaram rápida e acentuadamente a vida do casal (SILVEIRA, 2001, p.15).

Acrescente-se a estas transformações o advento do divórcio em 1977. As relações conjugais e os papéis de homem e mulher se transformaram, dando lugar à família “igualitária”, onde todos aspiram mais “autonomia, igualdade e satisfação emocional” (SILVEIRA, 2001, p. 20-21).

A citada autora adverte que após o estágio da paixão, tão comum no início de todo relacionamento, o casal precisa fazer novos pactos baseados numa realidade mais possível de ser vivida. Assim, “O relacionamento muda pouco a pouco, levando o par a uma ligação de cumplicidade, aliança, comprometimento e disponibilidade de um para o outro” (SILVEIRA, 2001, p.26).

Contrariamente ao que ocorreu no século passado, quando imperava o modelo “até que a morte nos separe”, (SILVEIRA, 2001, p.14), o casamento na atualidade evoluiu para um espaço onde todos possam crescer e se expandir, onde haja desejo e amor. Sua durabilidade deve-se agora à possibilidade de resgate da individualidade, do companheirismo, do respeito às diferenças e da busca da realização de duas pessoas inteiras e não de duas metades.

Mas, como ocorre em toda mudança de paradigma, coexistem simultaneamente o modelo novo de casamento com o modelo anterior, visto este ainda estar arraigado na cultura, no consciente e inconsciente coletivo das pessoas. Essa transformação em direção a um casamento que responda de maneira igualitária aos desejos e necessidades dos dois cônjuges, sejam esses desejos de natureza amorosa, sexual ou de crescimento pessoal, acontecerá paulatinamente segundo as possibilidades e as conquistas de cada um dos membros do casal.

Uma interessante pesquisa da também gestalt-terapeuta Selma Ciornai com 30 mulheres brasileiras, de nível universitário, ilustra como as mudanças na sociedade e na mente das pessoas ocorrem de maneira lenta e pausada. Seu objetivo foi investigar as experiências de mulheres que haviam participado de movimentos de contracultura nos anos 60 e 70 e que, à época da pesquisa, estavam na faixa dos 40, 50 anos. Estas mulheres haviam participado “...da criação de valores, crenças e práticas que desafiaram as normas e convenções sociais” (CIORNAI, 1999, p. 24). Seu trabalho investigou como estas mulheres vivenciavam a fase de vida mais velha e as questões ligadas ao climatério e menopausa e à própria sexualidade, tendo também a intenção de:

(...) encorajar as mulheres que vivem esta passagem em silêncio e solidão a nele [no trabalho apresentado pela autora] encontrar um sentido de identificação, solidariedade, força e motivação, tanto por nele eventualmente reconhecer e confirmar suas próprias experiências, como por nele encontrar uma fonte de apoio que as ajude a relacionar-se de forma mais positiva com este período de suas vidas (CIORNAI, 1999, p. 26).

A autora concluiu, ao final de seu estudo, que os valores presentes nos anos de juventude...

(...) não estavam presentes em algumas das áreas mais íntimas de suas vidas, isto é, em sua identidade enquanto mulher. A maioria sabia muito pouco de fato sobre a fase de climatério e menopausa, e o silêncio, vergonha e preconceito social eram bastante persistentes em seus depoimentos. (...) a maioria relatou sentir-se perdendo seu poder de atração e estar começando a sentir-se como uma carta descartada na esfera social enquanto mulher (CIORNAI, 1999, p. 233).

A experiência de participação em um workshop vivencial de Arteterapia na abordagem gestáltica com duração de 12 horas ajudou estas mulheres a trazerem os valores da juventude para o “agora” de suas vidas, no sentido de se tornarem mais conscientes na construção de “..uma nova mitologia sobre a mulher mais velha, a passagem da menopausa e o próprio envelhecer” (CIORNAI, 1999, p.234).

Os anos 60 marcaram o início da conscientização das mulheres de sua sexualidade, em maior escala, pois houve casos isolados de maior abertura de algumas mulheres que se destacaram nas artes, filosofia, ciências ou política na primeira metade do século XX. Surpreende perceber que algumas das mulheres que participaram dos encontros com Selma e que integraram o movimento da contracultura anos atrás, tenham demonstrado tanta falta de conhecimento sobre o próprio corpo durante o trabalho em questão, em plena década de 90.

A pergunta que pode ser colocada é: É possível que aqueles ideais que Silveira apontou como característicos da consciência da mulher contemporânea, tanto no casamento quanto na sexualidade, não são mais encontrados na mulher que iniciou esse movimento, mas na jovem mulher contemporânea? Como entender então a crítica de Bauman ao amor contemporâneo, chamado por ele de “líquido” nesse contexto?

Os achados de Ciornai confirmam os dados de pesquisas com 497 mulheres suecas (HALLSTROM & SAMUELSSON, 1990), 474 mulheres dinamarquesas (KOSTE & GARDE, 1993) e 2001 mulheres australianas entre 40 e 60 anos (DENNERSTEIN, 2003). Estes estudiosos afirmam que se observa nas mulheres desta faixa etária um significante declínio do interesse sexual, sendo a estatística de 27% nas suecas, 30% nas dinamarquesas e 31% nas australianas. Afirmam também que 63% das suecas tinham interesse sexual inalterado, contra 59% das dinamarquesas e 62% das australianas. O que não ficou claro é como estava o nível de interesse sexual destas mulheres antes da pesquisa. Isso ajudaria a entender melhor o que quer dizer “interesse sexual inalterado”. Outro dado digno de nota é que somente 7%, 10% e 11% delas (respectivamente australianas, suecas e dinamarquesas) declararam um aumento de interesse sexual; nas australianas devido a um novo parceiro.

Estes dados contrastam, porém, com pesquisas de Abdo, realizadas com 2869 brasileiras da mesma faixa etária (acima de 40 anos). Algumas mulheres pesquisadas afirmaram que desejavam sexo uma ou várias vezes ao dia: 16% das que se encontravam entre 40 e 50 anos; 14,2% entre 51 e 60 anos; 4% das que tinham acima de 60 anos (ABDO, 2004a, p. 59).

A pesquisa acima citada, Estudo da Vida Sexual do Brasileiro, aponta também que a satisfação sexual de mulheres brasileiras entre 41 e 60 anos alcança níveis importantes: (44,9% nível de satisfação muito intensa e 43,0 nível de satisfação intensa; ou seja, 88,0% das mulheres nesta faixa etária estão muito satisfeitas com sua vida sexual). Enquanto que mulheres acima de 60 anos apresentam leve declínio na satisfação muito intensa (39,6%), mas os mesmos 43,0% de satisfação intensa (ABDO, 2004a, p. 94).

É possível imaginar que frequência e satisfação sexual não necessariamente impliquem em intimidade. Não conheço pesquisas que tenham associado esses três fatores. Entretanto, autores como Rosemary Basson afirmam que as mulheres aderem ao sexo por “desejo de intimidade emocional, para aumentar o bem-estar e a auto–imagem” (BASSON, 2005, p.1328). Essa pesquisadora, da Universidade British Columbia, de Vancouver -Canadá, baseia-se, para tanto, em mulheres do nosso tempo, visto que suas pesquisas foram realizadas nos últimos 9 anos. Basson trabalhou com 3.300 mulheres entre 42 e 52 anos. Ela apresenta um modelo multifatorial da sexualidade feminina, que demonstraremos a seguir:

Figura 1 – Ciclo de resposta sexual mostrando tanto o desejo responsivo vivenciado durante a experiência sexual, como o desejo espontâneo inicial.


No estágio inicial (esquerda) há uma neutralidade sexual, mas com motivação positiva. As razões para uma mulher aderir ao sexo incluem o desejo de expressar amor, receber e compartilhar prazer físico, sentir-se emocionalmente próxima, dar prazer ao parceiro e aumentar seu próprio bem estar. Isso leva à prontidão para encontrar e conscientemente focar no estímulo sexual. Estes estímulos são processados na mente, influenciados por fatores biológicos e psicológicos, resultando na excitação sexual subjetiva. A estimulação continuada leva à excitação sexual e o prazer torna-se mais intenso, disparando o desejo por sexo: o desejo sexual, ausente inicialmente, agora está presente. A satisfação sexual, com ou sem orgasmo, acontece quando a estimulação continua suficientemente longa e a mulher pode permanecer focada, gostar da sensação de excitação sexual e estiver livre de resultados negativos, como dor. (Modificado de BASSON, 2001 e publicado com a permissão do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas) JAMC. 10 Mai 2005; 172 (10), p 1327-1328.


O ciclo gestáltico de experiência, como descrito por Zinker em sua obra A busca da elegância em psicoterapia – Uma abordagem gestáltica com casais, famílias e sistemas íntimos, nos demonstra as fases do nosso funcionamento psicológico, como ilustra a figura abaixo:

 

Figura 2: Ciclo Gestáltico de Experiência.


No plano intrapsíquico, enraizamo-nos na awareness do que é relevante no momento, do que chama nossa atenção e se destaca motora ou intelectualmente. Esse interesse é investido de energia, sem a qual seríamos incapazes de agir. Nossa awareness é clara e rica. Quando está suficientemente energizada, podemos nos mover de modo decisivo em direção àquilo que desejamos. As ações levam ao contato com o ambiente e são seguidas por um senso de satisfação, resolução e fechamento. Somos capazes de nos afastar da situação, relaxar e deixá¬la ir. O retraimento, quando limpo e completo, permite que nos voltemos para uma nova experiência sem sentir o “peso” de algo inacabado. Uma nova awareness, então, surge no primeiro plano, e o ciclo recomeça. (ZINKER, J.C.: A busca da elegância em psicoterapia – Uma abordagem gestáltica com casais, família e sistemas íntimos. São Paulo, Summus Editorial, 2001, p.88-89).

O ciclo descrito acima representa idealmente as fases da experiência humana quando livre de interrupções e bloqueios de contato.

Traçando-se um paralelo entre o ciclo de resposta sexual feminino descrito por Rosemary Basson e o ciclo gestáltico de experiência descrito por Joseph Zinker observa-se que:

1 -Anterior à fase da awareness de Zinker está o ponto zero, onde a mulher começa a experimentar sensações corporais indefinidas, unidas a fantasias, lembranças, mas sem consciência do próprio desejo. Já a fase da awareness corresponde à motivação feminina para engajar-se na atividade sexual. Através de alguns estímulos que envolvem os cinco sentidos -como o olhar, a fragrância do perfume, o clima de envolvimento emocional, os parceiros se aproximam. Basson afirma que nem sempre a mulher tem consciência de seu desejo no início de uma atividade sexual, mas a ela adere por múltiplas razões. Como anteriormente já citado: expressar amor, receber e compartilhar prazer, estar emocionalmente próxima ao parceiro (BASSON, 2005, p.1328).

2 -Zinker nos adverte que se a gestalt é plena, a awareness é clara e rica. “Quando está suficientemente energizada, podemos nos mover de modo decisivo em direção àquilo que desejamos” (ZINKER, 2001, p. 89). Basson, por sua vez, diz que quando o desejo sexual é espontâneo, leva à excitação ou mais entusiasmo e “prontidão para encontrar e ser receptiva ao estímulo sexual” (BASSON, 2005, p. 1328). Os estímulos eróticos servem como preliminares onde cada casal deve buscar aquilo que mais os excite -abraços, beijos, música, conversa, filme. A atenção ao ambiente pode ajudar no preparo do clima.

3 -A fase da energia e ação de Zinker, quando a pessoa se coloca inteira no relacionamento, na busca de seu prazer e de dar prazer ao(à) parceiro(a), corresponde ao que Basson afirma ser a procura do estímulo sexual em contexto adequado. Nessa fase fatores biológicos e psicológicos confluem para a excitação sexual subjetiva.

4 -A fase do contato pleno, da satisfação sexual, que leva à resolução e fechamento (ZINKER, 2001), corresponde ao relaxamento, quando os parceiros podem aproveitar a sensação de plenitude e paz que o orgasmo oferece, na intimidade do relacionamento (BASSON, 2005). Ela relembra que a satisfação sexual feminina inclui não somente orgasmos, mas “recompensas não sexuais, tais como intimidade emocional e bem-estar” (BASSON, 2005, p. 1328). A autora aponta que os dois preditores da ausência de angústia sobre sexo são o relacionamento emocional com o parceiro durante a atividade sexual e o bem-estar geral emocional da mulher. Quanto mais forte a intimidade emocional com o parceiro, menor o sofrimento e a angústia quanto à sexualidade (BASSON, 2005, p. 1329). Zinker vai afirmar que “um ciclo completo (...) resulta em uma sensação de bem-estar. Um ciclo incompleto resulta em insatisfação e em “mal-estar” (ZINKER, 2001, p. 88-89).

Na tabela abaixo, demonstramos comparativamente as fases descritas pelos dois autores.

Figura 3 -Comparação entre o ciclo gestáltico de experiência de Zinker e o ciclo de resposta sexual feminina de Basson – (Barbalho, 2009).

 

Não é objetivo deste trabalho nomear e detalhar as disfunções sexuais femininas, mas pode-se considerá-las como distúrbios “na fronteira de contato” (POLSTER & POLSTER, 1979, p.100) sexual dos parceiros. Uma gestalt ambígua dificulta a awareness sobre o que é mais importante num determinado momento para os parceiros sexuais. Por outro lado, uma gestalt cristalizada pode levar tanto a disfunções relacionadas com a repressão do desejo e da atividade sexual, bem como à compulsão na atividade sexual, sem contato com a própria satisfação. Pode-se pensar que a falta de intimidade e entrega também se encontram na raiz dessas disfunções.

Outra autora contemporânea, Polly Young–Eisendrath, aponta que as mulheres não sabem desejar, no entanto, a despeito disso, desejam ser objeto de desejo. Ela faz uma análise crítica de como distorcemos o nosso desejo e passamos a vida tentando satisfazer o desejo dos outros. Na verdade, nem sabemos o que desejamos. Ela acredita que querer ser desejada significa ter “um desejo de poder e controle que foi transformado e escondido” (YOUNG-EISENDRAHT, 2001, p. 16). Desse modo, controlamos nosso parceiro, não nos mostramos como portadoras de desejos, tememos nos expressar e aprendemos a dissimular.

Esse nosso jeito de ser, segundo ela, também não dá espaço à expressão de intimidade ou união:

Querer ser desejada também não é a expressão de um desejo de intimidade ou união. Pelo contrário (...) nos faz sentir como se não possuíssemos desejos próprios (...) nunca dizemos diretamente o que queremos, e é possível que jamais saibamos realmente o que queremos (...) não conseguimos perceber o que realmente queremos nem ver o quanto estamos motivadas para querermos ser desejadas (YOUNG-EISENDRATH, 2001, p. 17).

Young-Eisendrath nos incita a assumir responsabilidade por nossos desejos e necessidades, comunicando-os com clareza, sendo fiéis a nós mesmas, falando a verdade.

(...) único caminho para sair da superficialidade das falsas promessas de querer ser desejada para a possibilidade de ser amada” (...) Ser amada é ser compreendida no nosso falível e verdadeiro espírito” (...) Admitir quem somos e o que queremos, reconhecer nossa dependência e gratidão, coloca-nos numa posição vulnerável (...) Essas limitações inatas nos levam a perceber até que ponto precisamos de outras pessoas e nos obrigam a apreciar o quanto somos ajudadas e sustentadas por nossos relacionamentos. Esconder-se da verdade leva ao oposto: a uma autoproteção ansiosa, ao isolamento, ao medo e à vergonha (YOUNG¬EISENDRAHT, 2001, p.33-34).

Um importante questionamento a ser levantado é como as mulheres atingem o orgasmo e se o atingem. Evelyn Strauss numa interessante matéria intitulada Labirintos do prazer, na revista Mente e Cérebro, analisa o orgasmo do ponto de vista feminino. A autora afirma que “Mulheres podem atingir o orgasmo por meio de grande variedade de estímulos, mas algumas têm dificuldade de experimentar a excitação e o tão almejado clímax” (STRAUSS, 2009, p.16).

A autora nos leva a refletir citando estudos desde Freud, passando a Masters e Johnson (importantes pesquisadores da sexualidade da década de 60), Relatório Hite (década de 70) e a estudos mais recentes, das últimas três décadas, sobre a sexualidade feminina. Segundo seu relato, inúmeros autores esclarecem que são muitas as vias do corpo feminino que levam ao orgasmo, desde a penetração vaginal, à estimulação do clitóris, o bico dos seios, o ponto G, auto-estimulação genital, ou mesmo por meio de fantasias sexuais, sem estimulação direta do corpo (WHIPPLE; OGDEN; KOMISARUK apud STRAUSS, 2009, p.18).

Carmita Abdo, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, citada por Strauss, aponta entre as condições femininas que comprometem o desejo, a depressão, o transtorno pré-menstrual, a gravidez, o puerpério e a transição para a menopausa (ABDO apud STRAUSS, 2009, p. 19). A autora acrescenta também que 60% das disfunções sexuais femininas são adquiridas no relacionamento.

Alexander Lowen descreve o orgasmo como “uma sensação de completa unidade e fusão com o parceiro como também uma sensação de fazerem parte da totalidade pulsátil do universo” (LOWEN, 1988, p. 190). Esta unidade e fusão, da qual Lowen fala, somente pode ser facilitada por um clima de intimidade e cumplicidade, que facilita a entrega dos parceiros um ao outro.

A sensação de perda de controle momentânea, que caracteriza o orgasmo, também é um facilitador da satisfação sexual, o que nem sempre a mulher se permite sentir. Um certo grau de vulnerabilidade e perda de controle são necessários para que a mulher experimente a excitação sexual e o orgasmo (BASSON, 2005, p. 1329). Algumas mulheres experimentam medos (conscientes ou inconscientes) sobre a sexualidade, sentem-se presas a experiências traumáticas anteriores, ou ainda, têm expectativas negativas quanto à atividade sexual, o que dificulta atingir o orgasmo e a satisfação sexual.

Algumas instituições, como a Universidade de São Paulo e a Escola Paulista de Medicina, possuem núcleos ou ambulatórios de sexualidade feminina para mulheres pós-menopausadas com o objetivo de ajudá-las a encarar com serenidade esse período e a aprenderem a explorar sua sexualidade com saúde e espontaneidade, junto a seus parceiros. São projetos que contam com a colaboração de equipes transdisciplinares, (incluindo psicólogos, ginecologistas e fisioterapeutas), trabalhando em conjunto para incentivar as mulheres desta faixa etária a viverem sem culpa a sua sexualidade.

Porém, apesar de todo avanço do conhecimento da sexualidade, alguns estudos apontam para uma permanente insatisfação do homem e da mulher modernos. Alberto Lima em sua recente obra Alma – gênero e grau, analisa as diferenças da percepção de homens e mulheres acerca do comportamento e atitudes uns dos outros. Seu livro é o resultado de pesquisa feita com pessoas de várias idades (acima de 20 anos), abrangendo diferentes estágios de vida, partindo das respostas obtidas a duas questões básicas:

“O que você considera um absurdo no comportamento masculino (feminino)”? “O que gostaria de compreender melhor sobre o homem (sobre a mulher)?”, (LIMA, 2008, p. 32).

Lima faz profundas reflexões sobre esse dois universos.

O que ele constatou confere com o que se presencia no consultório: a dificuldade de compreensão e comunicação entre gêneros e a necessidade de se rever os papéis masculino e feminino na contemporaneidade. “O que está doente é a relação intrapsíquica masculino-feminino, tanto em homens, quanto em mulheres”. O autor propõe a superação da posição defensiva nos relacionamentos em favor da posição amorosa (LIMA, 2008, p. 278-279).

 

REFLEXÕES PSICOSSOCIAIS

O que foi exposto acima, corresponde ao que realmente encontramos na experiência clínica cotidiana. Em Goiânia, temos nos dedicado ao estudo destas questões através do atendimento clínico individual, atendimento de casal, um Grupo Multidisciplinar de Estudos em Sexualidade, um Círculo de Mulheres e através de Workshops sobre Amor e Sexualidade para profissionais da saúde e abertos à população em geral.

A experiência na clínica e nos grupos tem mostrado que algumas situações impedem as mulheres de se entregarem plenamente à experiência sexual. Na grande maioria das vezes observam-se conflitos morais de papéis (querer assumir personagens de fantasias, de dominação, de submissão, múltiplos parceiros, práticas homossexuais, de bissexualidade e outros, que lhe dão prazer, mas que se lhe aparecem com forte vinculação de sexo e pecado). Preconceitos e tabus povoam o imaginário das mulheres. Outra fonte de desconforto é apresentada por situações sexuais inacabadas, falta de contato com as próprias sensações corporais, tentativas de controle ligadas a medo de abandono, falta de confiança no parceiro, falta de conhecimento sobre o próprio corpo e o corpo do parceiro.

Kaplan (1977, p. 158-173), renomada sexóloga americana da década de 70, já apontava como causas diádicas de disfunções sexuais no casal a rejeição do(a) parceiro(a), falta de confiança, lutas pelo poder e falhas na comunicação. (KAPLAN apud BARBALHO, 2005, p. 97).

Outra questão bastante presente que impede o exercício livre e pleno da sexualidade nas mulheres está enraizada na cultura e no que ela nos impõe. O ideal de beleza inatingível que a mídia nos sugere faz com que não aceitemos as transformações do próprio corpo com o avançar da idade. Isto gera baixa estima, falta de investimento e evitação do contato sexual. Por sentirem-se feias e sem atrativos, essas mulheres boicotam sua sexualidade, sentem vergonha do próprio corpo e dificuldade de se entregar ao parceiro. É comum usarem então de desculpas “famosas” ou conhecidas: distrações na hora do sexo, “dores de cabeça”, cócegas, dores na região genital e outros. Pretextos estes usados quando as dificuldades, na verdade, são do todo da pessoa -do corpo e da mente -e não somente de parte ou partes do corpo.

Além disso, quando nos falta intimidade conosco, com nossas necessidades e preferências, como haveremos de tê-la com nossos parceiros? Aqui entra a falta de diálogo como um sério impedimento à fluidez de um relacionamento, ficando como resultado dessa atitude um sentimento de constrangimento e vergonha.

Gary Yontef (1998) estudando a vergonha nos explicita que trata-se de um sentimento de falta de valor, de inadequação, de inferioridade, de não ser suficiente e “não estar apto para ser amado e merecedor de respeito”. Habitualmente, a reação das pessoas que vivem este tipo de sentimentos é esconder-se e encolher-se. Yontef nos esclarece que sentimentos de vergonha e inadequação sexual podem encobrir conflitos entre desejos sexuais e atitudes moralistas em relação ao sexo. O “medo ou o sentimento de inadequação” podem aparecer sob a forma de pensamentos de que “sexo é sujo” ou “não estou interessado” (YONTEF, 1998, p. 370-376).

Pessoas com tendência à vergonha, envergonham-se de si mesmas, de seu corpo, de sua vida e de seu modo de viver e encarar a própria sexualidade.

Como visto, esses distúrbios e dificuldades sexuais são antigos e desde sempre descritos na literatura clínica, outros, no entanto, vem desaparecendo gradativamente, por conta das transformações sociais ocorridas e um maior espaço desses temas na mídia (periódicos, revistas, jornais, programas de rádio e TV), por exemplo: virgindade, masturbação, sintomas sexuais histéricos, vaginismo e outros.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A intimidade se configura como a mais importante condição para a satisfação sexual da mulher na contemporaneidade. Quando somos íntimos podemos ser companheiros de jornada, respeitar nossas diferenças e nos relacionar como pessoas inteiras com nossos parceiros. A intimidade ajuda na criação de um relacionamento prazeroso, onde satisfação sexual, amor, união de alma e corpo possam coexistir harmonicamente.

Algumas questões que se colocam são:

Abrimos espaço para a intimidade e o prazer em nossas vidas?
Conseguimos nos entregar de fato a nossos parceiros reais ou somente aos imaginários, que povoam nossas fantasias?
Conseguimos abdicar do controle e da ansiedade de desempenho na hora do sexo?
Sabemos passar da idealização de nossos companheiros para o contato com a pessoa real que são e que somos, com todas as implicações dessa atitude?
Passamos do amor romântico ao amor companheiro ou ainda esperamos nosso príncipe encantado que chegará montado num cavalo branco?
E nosso desejo, é desejo sexual assumido como nosso, ou simplesmente queremos ser desejadas?
Ao nos colocarmos como pessoas sem desejo, como se o desejo fosse somente do “outro”, saímos do relacionamento de iguais para assumirmos o posto de controladoras da situação conjugal, onde a moeda de troca é a relação sexual.

Em minha experiência clínica, tenho observado mulheres de várias idades que são controladoras, mantêm seus relacionamentos em clima de rivalidade e disputa, gerando disfunções sexuais a si próprias e aos parceiros.

Uma última pergunta que se apresenta é: O que nos impede a entrega?

Questões anatômicas, fisiológicas e hormonais devem ser encaminhadas ao profissional competente para se tentar solucioná-las. A Gestalt Terapia, com sua metodologia que dá ênfase à focalização na qualidade do contato, pode colaborar para nos ajudar -mulheres contemporâneas -a nos tornar “aware” do que existe na raiz das interrupções do contato sexual, de nossa falta de desejo, de excitação e de orgasmo.

Miriam Polster sugere uma resposta a esta indagação. Ela nos convida a termos:
... prontidão e habilidade de seguir um caminho original, a nos olhar como agentes ativos para mudanças e a improvisar a saída da rotina inadequada. O fato de que alguns costumes estejam instalados por muitos anos significa somente que eles precisam ser reexaminados e alterados para refletir necessidades ou conhecimentos contemporâneos. Uma vez que a mulher tenha vislumbrado uma possível inovação, sua coragem para suportar sua própria originalidade lhe impulsionará (POLSTER, M., 1992, p. 184-185).

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