MINI-CURSO 01

OS MITOS DA SEXUALIDADE CONTEMPORÂNEA

 

Renata Escarlate Coelho Neto

 


 

INTRODUÇÃO

Os papéis sociais, comumente ligados à idéia de gênero, não mais satisfazem aos critérios pessoais do que significa ser mulher, ser homem, ser humano, ser indivíduo, na atualidade. Nada do que apreendemos como padrões do que é ser uma pessoa de uma determinada idade ou sexo, vale mais como parâmetro de como devemos ser ou nos comportar diante de uma sociedade tão diversa e tão cheia de oportunidades e dúvidas. As referências transgeracionais já não mais atendem às demandas sociais contemporâneas e a Clínica Psicológica está tendo que lidar com uma grande dificuldade de identidades de gênero e papéis sociais de homens e mulheres, neste novo milênio.

O presente texto procura contextualizar as necessidades coletivas de cada gênero, bem como auxiliar o bom relacionamento de homens e mulheres de acordo com as necessidades individuais – porque jamais poderíamos falar de relacionamento entre pessoas sem distinguir pessoas como seres autônomos e individuais, com necessidades particulares.

Nada disso poderia acontecer sem um viés, uma costura psicológica, através da observação comportamental e da literatura atual, do senso comum – um estudo de nosso tempo através de uma abordagem psicológica relacional, a Gestalt-terapia, aliada a um instrumento científico bastante interessado na questão de gênero: a Sexologia. Dedico-me, assim, a tratar de um assunto que interessa a cada um de nós, profissionais da área de saúde, pessoas interessadas nos relacionamentos humanos na atualidade.

O foco e objetivo principal deste trabalho é elucidar não só o que faz com que a geração presente seja tão diversa da geração passada, mas o por que de estarmos todos tão perdidos em uma sociedade na qual homens aprenderam a chorar e mulheres dedicam-se à administrar a própria vida (e sexualidade) com “mãos de ferro”, aliado às formas através das quais a Gestalt-terapia pode ajudar no processo de construção de gerações mais saudáveis, com um senso de identidade mais pessoal e menos “ambiente-orientado”.


SAÚDE E SEXUALIDADE

Para começarmos a discutir os mitos da sexualidade contemporânea, creio que se faça necessário conceituar três aspectos muito importantes da sexualidade contemporânea em si: o que é sexo, o que é sexualidade e o que é saúde sexual. Pode parecer muito simplório começar por tais conceitos, mas normalmente não paramos para nos fazer estas perguntas. Não costumamos parar para pensar que muito se discute sobre sexo e sexualidade, principalmente nos meios de comunicação de massa, na atualidade, mas pouco se faz no sentido de esclarecer, em primeiro lugar, qual é a diferença entre sexo e sexualidade.

E esta, pensando bem, é a base de tudo. Há algumas décadas, não muitas (seis ou sete, para ser mais precisa), não havia a menor possibilidade de se contar uma piadinha ou fazer uma brincadeirinha de duplo sentido em uma roda social que “se prezasse”. Sexo era palavra proibida. As informações sobre sexualidade eram assunto de confessionário na Igreja ou, na melhor das hipóteses, nos consultórios dos médicos. Não era possível conversar sobre sexualidade em público. Quando surgiram os primeiros trabalhos científicos na área da Sexologia (que ainda não tinha esse nome) os pesquisadores envolvidos foram execrados, sofreram preconceitos terríveis, discriminação na comunidade científica, corte de verbas para suas pesquisas, entre outros ataques mais ou menos agressivos. Eram verdadeiramente marginalizados.

Freud (final da década de 1890), Reich (década de 1920), Kinsey (década de 50), Masters e Johnson (década de 1960) eram considerados “pervertidos” e foram perseguidos pelos membros da sociedade mais conservadores e mais influentes de suas épocas. Graças a eles, que mesmo diante de tanta animosidade e adversidade, jamais desistiram de seus trabalhos e que hoje existe um segmento da ciência dedicado exclusivamente às questões da Sexualidade Humana (a Sexologia) e graças a eles também que hoje podemos falar sobre, fazer, entender, documentar, estudar sexo e conceituar sexualidade e saúde sexual. E graças a eles, também, os profissionais com foco de interesse na área da sexualidade e dos relacionamentos amorosos podem ajudar a muitas pessoas angustiadas, que sofrem de questões afetivo-sexuais e encontram na ciência e na sociedade respostas para seus questionamentos e alívio para seu sofrimento.

Porém, no decorrer deste trabalho vamos avaliar se o fato de podermos falar livremente sobre sexo só ajudou, ou atrapalhou também nossas vidas... muito daquilo que se publica hoje em dia pode contribuir para o fim de muitos relacionamentos e a destruição da auto-estima de muita gente. Pelo momento, precisamos começar definindo claramente os aspectos sobre os quais estaremos trabalhando ao longo do texto.

SEXO

Sexo, conforme referido, não diz respeito ao ato sexual em si, como muitos podem imaginar. Parece simples, mas não é. Sexo vem do verbo latino “SECARE” que quer dizer “cortar”, “dividir”. (BOECHAT FILHO e CASTRO, 1999, p.17). De acordo com o Superdicionário Luft: “Sexo – diferença física, condição orgânica que distingue o macho da fêmea, aparelho genital masculino ou feminino (...)” Ou seja, sexo é gênero, é o que separa, divide, diferencia os gêneros e norteia a identidade sexual.

ATO SEXUAL

Ainda na linha do “parece fácil, mas não é”, o que é ato sexual? Penetração? Para muitas pessoas este ainda é o parâmetro. Mas beijo é ato sexual? Depende! Há beijinhos carinhosos que estão mais para a classificação de “afagos” do que de sexo em si. Alguns que mais lembram um carinho, um “dengo” do que algo sexual. Mas há também os beijos calorosos, íntimos, tão “quentes” que se aproximam muito do próprio ato de penetrar. E as carícias? Podem ser dos mais diversos tipos, como os beijos. Há sexo oral, anal, masturbação mútua, observação visual (voyerismo), sexo por telefone, sexo virtual. Seria ato sexual definido pela obtenção do orgasmo? Neste caso, pessoas com transtornos de sexualidade impeditivos do orgasmo estariam fora do grupo das pessoas sexualmente ativas, ainda que fizessem sexo todos os dias. Ou mesmo pessoas que obtém orgasmos sem penetração seriam pessoas que perpetram atos sexuais, ainda que estes orgasmos fossem obtidos através de carícias externas à área genital. Todo prazer pode ser considerado ato sexual, ou não, dependendo do conceito pessoal. O que determina se cada pessoa está ou esteve envolvido em ato sexual ou não é a resposta sexual, o prazer, mais do que a própria interação física. Somente a própria pessoa pode determinar se esteve ou não envolvido em ato sexual. Não é um conceito teórico, mas um sentimento, uma experiência individual. A pesquisadora e psicanalista Lou Andréas-Salomé nos brinda com uma definição poética do ato sexual, explicando que “não é por gula amorosa que se verifica uma invasão tão inquietante, mas por razão contrária: o desejo sexual como manifestação total (...) da infinita inquietação do ser, desencadeada pelo ato sexual (...) e sua influência na totalidade do ser. O que então se produz , a fusão de duas criaturas na embriaguez erótica, não é sua única união autêntica.” (ANDREAS-SALOMÉ, 2005, p.67).


SEXUALIDADE

Por sexualidade podemos entender o conjunto de reações, respostas e sensações envolvidas na interação pessoal com estímulos sexuais, sejam estes estímulos reais ou imaginários. Sexualidade é o conjunto dos fenômenos da vida sexual. Um conjunto de sentimentos, ligados a sensações e comportamentos que une as pessoas, envolvendo a emoção, o afeto e a energia.
Envolve fenômenos biológicos, psicológicos, sociais e antropológicos que se manifestam no dia-a-dia das relações entre as pessoas. (BOECHAT FILHO e CASTRO, 1999, p. 19).

Podemos observar, segundo as afirmações de Andréas-Salomé que “a própria sexualidade (...) associa-se constantemente a todos os instintos que consegue, de um modo ou de outro, submeter a seu domínio.” (ANDREAS-SALOMÉ, op. cit.).

Para que isso aconteça (o despertar dos “instintos” ou sensações) é primordial a utilização das funções de contato: precisamos interagir, sentir, pensar, observar. E as qualidades que entram em ação nesse momento são o desenvolvimento de linguagem (capacidade de compreensão verbal ou não verbal), os cinco sentidos (olfato, paladar, tato, audição e visão) e o movimento. É só através da interação do ser humano com o mundo que o cerca que a sexualidade ganha espaço para ser experimentada. Somente através do contato é que pode haver estimulação.

Sendo assim, podemos concluir que sexualidade é o encontro daquilo que se sente com aquilo que se percebe (ou recebe do mundo em forma de estímulo) e como se reage a esse encontro. A sexualidade é o entre, é o contato. (POLSTER e POLSTER, 2001, p.142).

SAÚDE

Já conceituar saúde é um pouco mais fácil, porém não é simples: em nossa sociedade (sociedade ocidental), uma sociedade tradicionalmente voltada para a proatividade, para a resolução de problemas já existentes, saúde não fica muito longe do conceito de ausência de doenças, problemas ou disfunções. “Saúde – estado do que é são. Estado do indivíduo em que há exercício regular das funções orgânicas(...)” (LUFT, FERNANDES e GUIMARÃES, 1999)

Exercício regular das funções, ou seja, ausência de problemas. O conceito de saúde do qual nos utilizaremos tem a ver com a Gestalt-terapia e seus conceitos de “melhor forma possível”. Saúde quer dizer funcionamento pleno, não regular. Quer dizer o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis a cada organismo, uma interação holística e integrada dos aspectos emocionais, psicológicos, biológicos, sociais e relacionais em determinado momento, em determinada situação. Segundo Latner, “saúde é a capacidade de lidar satisfatoriamente com qualquer situação com a qual deparemos, e satisfatória é a resolução que está de acordo com a dialética da formação e destruição de Gestalten.” (LATNER, 1973, p. 43 apud FRAZÃO in D´ACRI, LIMA e OGLER, S., 2007, p. 72).

Podemos entender, então, que saúde não é uma forma fixa, um “ter saúde”, mas sim como processos que facilitem o trânsito pessoal entre situações que se apresentem diante de cada um de nós. “Saúde implica em um reconhecimento da capacidade do indivíduo de manter-se em contato com seu contexto. (...) Implica em um movimento para a vida (...) para o contato, para as trocas, para o crescimento sistêmico.” (RODRIGUES, 2000, p.47).

Ainda neste sentido, Polster afirma que em Gestalt-terapia, “não nos limitamos ao trabalho com doentes, e o conceito de cura há um bom tempo passou a ser um anacronismo. (...) Para trabalharmos com uma idéia de cura, a sociedade presumivelmente tinha uma amplitude (um conceito fixo, convencionado e estabelecido) na qual qualquer pessoa que estivesse em boa forma psicológica poderia encontrar um lugar correto para si mesma.” (POLSTER e POLSTER, 2001, p.41) Ou seja, o conceito de saúde costumeiramente perpassava por um “padrão” no qual todos encontrariam sua “ausência de incômodos”. Na visão da Gestalt-terapia isso não se aplica à prática de uma abordagem psicológica (ou sexual) que leve em conta os conceitos pessoais, a formação, o “background” individual e a necessidade de cada indivíduo de se ajustar à sua própria emoção, à sua experiência única, pessoal e intransferível, e nela encontre sua própria saúde, sua forma criativa de ajustar-se a cada nova circunstância que diante dele se apresente. Saúde, portanto, numa perspectiva gestáltica, diz respeito à capacidade criativa e adaptativa do ser humano, a habilidade de reconhecer e atender às necessidades do organismo vivo, em movimento, em crescimento e em desenvolvimento. (ZINKER, 2007, p.109)

SAÚDE SEXUAL

Ser ou estar sexualmente saudável não quer dizer ser ou estar sexualmente ativo. Também não quer dizer “não ter problemas, questões ou incômodos na área sexual”.
Continuando na linha de definição de saúde, de acordo com a perspectiva gestáltica, saúde sexual diz respeito à capacidade de lidar criativamente e satisfatoriamente com as situações ou necessidades sexuais conforme se apresentem. Corroborando com essa perspectiva, o Dr Jack Morin afirma: Avaliar a saúde através da já conhecida perspectiva patológica é relativamente fácil. Se um médico não diagnosticar uma doença, você é considerado saudável. Fazer o diagnóstico apropriado pode ser complicado, mas o conceito é animadoramente descomplicado. Seguindo uma linha similar de pensamento, psicólogos e terapeutas sexuais tendem a conceituar saúde sexual como a ausência ou redução de sintomas que causam sofrimento, tais como disfunções sexuais, desejo inibido, incompatibilidade entre parceiros ou ímpetos compulsivos para reencenar excitações insatisfatórias ou danosas. Com raras exceções, os clientes que fazem algum progresso resolvendo sintomas como esses realmente se sentem mais felizes e mais saudáveis. (...) Uma séria limitação da perspectiva patológica é sua visão unidimensional dos problemas sexuais. Apesar de nunca ter encontrado ninguém que estivesse feliz por ter um problema sexual, já trabalhei com dúzias de pessoas cujos inconvenientes sintomas se revelaram oportunidades para o crescimento. (...) pesquisaram alternativas melhores, encontraram novos níveis de respeito próprio e confiança. Repetidamente aprendi com meus clientes que a questão não é tanto se eles têm problemas, mas quão inventivamente lidam com eles que determina o grau de bem-estar. (Morin, J., 1997, p.335) Fiz questão de transcrever o texto completo, porque é um dos raríssimos textos no qual pude observar a noção de saúde a partir de um ponto de vista contrário ao da “ausência de patologia”.

Afora os textos de gestalt-terapia em si, poucas são as ocasiões em que nos deparamos com conceitos adaptativos ou mesmo preventivos de saúde, na pesquisa da Sexualidade Humana. Ainda de acordo com o texto observado, a integração dos aspectos fisiológicos aos emocionais, psíquicos e comportamentais (pensamento, sentimento e ação) do homem nos faz observar que quaisquer desintegrações dizem respeito ao todo do sujeito e nosso trabalho deve ser norteado por este paradoxo: um sintoma é um sinal do todo do organismo, uma mensagem, um pedido de socorro, cujo único objetivo é nos mostrar que algo não vai bem, no todo indivisível que é o ser humano. “Não podemos de forma alguma visualizar o erotismo saudável como um estado fixo e livre de problemas – nem deve ser esse o nosso ideal. O bem-estar erótico se expande à medida que tomamos conhecimento e integramos emoções e motivações contraditórias dentro de nós mesmos, ao mesmo tempo em que também aprendemos a lidar com elas em outras pessoas. Aqueles no caminho para a saúde erótica descobrem que problemas e potenciais são dois aspectos de um todo.” (MORIN, 1997, p.336) – ou seja, se algo não está funcionando bem no todo, o próprio sintoma é um sinal de saúde, de sabedoria do organismo, uma vez que não só revela o potencial do organismo de se comunicar, sinalizando o incômodo, mas também revelando as oportunidades (que exigem empenho) de que se cuide da integração, para que se possa buscar não só o reestabelecimento das funções plenas, mas também novos níveis de funcionamento, de prazer, de auto-conhecimento e conhecimento mútuo (no caso de uma relação de parceria).

A Gestalt-terapia nomeia esse processo de “auto-regulação organísmica” (LUCCA in D'ACRI, LIMA e OGLER, 2007, p.31), baseado na teoria holística de Kurt Goldstein, cuja visão de ser humano como um todo integrado, um sistema no qual as funções se inter-relacionam e que está em permanente relação com o meio, nos demonstra a organização da percepção humana de acordo com suas necessidades proeminentes, movimentando-se incessantemente na direção da busca do equilíbrio energético originalmente desestabilizado pelo surgimento de tal necessidade. Essa busca é o que move o sistema na direção da auto-realização, e assim também o é quando a necessidade emergente diz respeito à energia sexual.

Outro aspecto muito importante da saúde sexual que nunca devemos desconsiderar é: o homem é um ser social, e assim sendo, suas interações sociais, seu convívio com outros seres humanos, com o mundo, com o contexto no qual está inserido também interessam e tocam sua sexualidade.
Perls, o principal idealizador da Gestalt-terapia, nos explica que: “o enredo da vida de uma pessoa tem uma quantidade de outras pessoas envolvidas, visto que necessitamos de outras pessoas para um certo montante de sustentação da auto-estima. Necessitamos de outras pessoas para necessidades alimentares e sexuais.” (PERLS, 1988, p. 145)

Nossa sexualidade não é destituída de nossas interações, por isso nosso trânsito no contexto em que estamos inseridos, nossas possibilidades de interagir, nossa autenticidade e capacidade de fazer e desfazer contatos também têm muita importância na manutenção de uma sexualidade saudável.

Há que se destacar ainda a importante relação entre saúde sexual, sentimentos e pensamentos (conceitos, crenças, valores). Ao longo de todo o capítulo venho trabalhando com a noção sistêmica de integração entre pensamentos, sentimentos e ações, por isso faz-se de suma importância que se dedique especial interesse à necessidade de percepção e reconhecimento de sentimentos e pensamentos, no que diz respeito à sexualidade. Cada um de nós aprende ao longo da vida que “devemos” viver de acordo com determinadas regras. Mais tarde essas regras se tornarão conceitos e esses conceitos permearão nossas relações. Não é diferente quando falamos de sexualidade – formamos regras e idealizações, também nessa área da vida. Porém, conforme observaremos nos capítulos sobre identidade e imagem, é muito importante para a saúde sexual que aprendamos a integrar esses conceitos e desconstruir essas idealizações para podermos aceitar nossas necessidades individuais, de forma que não haja desequilíbrio sistêmico por causa desses pensamentos, crenças e valores. O mesmo pode ser aplicado aos sentimentos.

É fundamental que cada pessoa possa discernir seus sentimentos e possa aprender a respeitá-los, para que haja pleno funcionamento sexual. O auto-conhecimento é a base do reconhecimento aceitação e integração dos sentimentos à sexualidade e uma das peças mais importantes da engrenagem que proporciona a saúde sexual. Nesse sentido, Perls nos explica que caso as idealizações não correspondam à realidade que se apresenta, “há frustrações e dificuldades, especialmente se a pessoa estiver amaldiçoada com o perfeccionismo.

Uma vez que se seja perfeccionista, tem-se uma medida de comparação na qual se exige o impossível. E uma vez que você comece a exigir o impossível de seu parceiro, então começa o ressentimento – o jogo de acusações, a irritação e assim por diante.” (PERLS, 1998, p.145). Idealizações nos levam a cristalizações que impossibilitam as interações saudáveis e geram sentimentos e pensamentos negativos e impossibilitam o contato pleno.

Por fim, no espectro das interações humanas e sua correlação com a saúde sexual, reservo um espaço de destaque para a questão da amorosidade. O médico cardiologista Alexander Lowen correlaciona saúde física (em concordância com a ênfase na integração das funções humanas como um todo sistêmico que apresentamos neste capítulo) à disponibilidade da pessoa para o sentimento de amor. “Uma mente aberta, um coração aberto e a disposição para escutar (inclusive a si mesma) são elementos essenciais à pessoa amorosa, como à personalidade integrada, em que coração, cabeça e sexualidade funcionam em harmonia. (...) A ligação íntima entre esses segmentos está interrompida para a maioria das pessoas, de tal sorte que o pensamento está dissociado dos sentimentos e a sexualidade, do amor. Essa interrupção anula a integridade da personalidade.” (LOWEN, 1990, p.190)

Podemos concluir que, na visão de Lowen, o amor está intimamente ligado à disponibilidade para integração pessoal, bem como para as interações da pessoa com o mundo que a cerca. É como uma pré-disposição à saúde.

A MITOLOGIA SEXUAL: SUAS IMPLICAÇÕES E FUNDAMENTOS

A sexualidade nunca esteve tão em evidência na História da Humanidade quanto agora. Também, de fato, nunca se teve tanto acesso a informação (e muitas vezes desinformação) quanto neste início de século XXI. Mas o que se está falando por aí, sobre sexualidade?
Em tempos de pós-modernidade, onde qualquer pessoa pode escrever, falar e publicar o que lhe vier à mente; em tempos nos quais se propõe que um curso de “strip-tease” ou “pole dance” é a pílula mágica que salva todo e qualquer relacionamento amoroso, precisamos de muita cautela na avaliação do tipo de pensamento e nos mitos sobre a sexualidade que se vêm formando em nossa sociedade. O importante é que nós, profissionais de saúde, nos disponibilizemos a questionar a formação da identidade contemporânea e a construção das imagens de feminino e masculino, na atualidade, sem minorizar as implicações da mitologia social acerca da sexualidade, uma vez que “ninguém é uma ilha” e todos somos influenciados de alguma forma pelo que acontece a nosso redor. A sexualidade hoje é pública e isso nos afeta, sim! “É comum ouvir-se das gerações de pais e avós: Hoje em dia as crianças sabem muito mais do que a gente. Vêem tudo na televisão.” (GOUVEIA, 1990, p.31)

Mas será que isso é de todo favorável ao desenvolvimento de uma sexualidade saudável, no sentido previamente debatido, ou será que continuamos “engolindo sem mastigar” aquilo que nos é transmitido como regra ou como verdade, em uma sociedade na qual a informação circula tão depressa? – É assim que nascem os mitos.


Mas o que é um mito e para que serve?
Mito é uma forma de compreensão de uma realidade ou fenômeno incompreensível ou inexplicável, que por sua natureza misteriosa tende a ser compreendido pelo ser humano como uma ameaça. A função principal de um mito é ajudar o Homem a acomodar o incompreensível, solucionar o problema da ameaça gerada pela situação ou circunstância inexplicável e tranqüilizar-se em um mundo cheio de mistérios aos quais não consegue atribuir sentido ou significado. “Entre as comunidades ‘primitivas’, o mito se constitui em um discurso com tal força que se estende por todas as dependências da realidade vivida; não se restringe apenas ao âmbito do sagrado (ou seja, da relação entre a pessoa e o divino), mas permeia todos os campos da atividade humana.” (ARANHA e MARTINS, 2003, p.72.

O mito é uma explicação. E o que é mitologia e qual é a sua função? E como se forma um quantum mitológico? Uma trama na qual os mitos se integrem e expliquem toda a nossa vida?

Mitologia, de acordo com o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, quer dizer: “o conjunto de mitos próprios de um povo, de uma civilização, de uma religião (...); ciência, estudo ou tratado acerca das origens, desenvolvimento e significação deles; o conjunto de mitos relacionados com um personagem, um fato, uma doutrina, um tema, etc.” (FERREIRA, 1986, p. 1143).

O conjunto de crenças gera conjuntos de leis, de formas e soluções para se lidar com os problemas apresentados por essas crenças, gerando a necessidade de união de forças das pessoas que a essas mesmas crenças estão submetidas. Assim nascem a cultura e a sociedade, ou seja, cada grupo social se funda a partir de uma necessidade instaurada por um mito ou um conjunto de mitos específicos, que constroem e dão sentido à aproximação dos indivíduos – o grupo de iguais. Sendo assim, podemos afirmar que a mitologia é a fibra principal na construção do tecido social. “Para que a civilização pudesse existir, foi necessário o controle da instintividade e a passagem para o mundo humano se deu com a instauração da lei e, consequentemente com o advento da interdição.” (ARANHA, M. L.de A. & MARTINS M. H. P., 2003, p.340).

A mitologia permite o nascimento das “comunidades emocionais”, das culturas, das sociedades e isso pode mesmo ser um aspecto positivo dos mitos: todos nós acreditamos em alguma coisa, todos nos apoiamos nas comunidades, todos somos seres sociais e buscamos identificação com nossos pares, em nome da construção de uma identidade pessoal fundada em reconhecimento, identificação e diferenciação. É através das comunidades, e consequentemente da mitologia vigente na comunidade na qual estamos inseridos ou na qual buscamos inserção, que realizamos os pareamentos necessários para a sobrevivência do ser humano. “Chamamos de comunidade a uma relação social na medida em que, a orientação da ação social, na média ou no tipo ideal, baseia-se em um sentido de solidariedade: o resultado de ligações emocionais ou tradicionais dos participantes.” (WEBER, 1987, p. 77).

Mas nem tudo são flores, no território dos mitos: os mesmos mitos que constroem as sociedades as aprisionam, e muitas vezes destroem, por seu radicalismo e absurdo controle sobre a vida das pessoas. Por mais que sejamos seres sociais e necessitemos das interações que, conforme já vimos, são estabelecidas pela mitologia, não deixamos de ser indivíduos, pessoas diferenciadas, únicas e exclusivas, com necessidades pessoais que muitas vezes não se compatibilizam com as de outras pessoas de nosso próprio meio social, porém o controle exercido pelos mitos muitas vezes torna impossível a vivência autêntica da identidade pessoal.

Isso é o que acontece quando uma crença é tomada como verdade absoluta, quando uma sociedade ou comunidade passa a atuar a partir da cristalização de um mito, quando o mito se torna a lente a partir da qual aquele determinado grupo de pessoas se dispõe a ver o mundo. É nesse momento que um mito se torna um fator de controle social. “Cristalizar: (...) fixar-se, não progredir” (FERNANDES, LUFTe GUIMARÃES, 1999).

A melhor análise sobre o poder desagregador do mito que já encontrei vem de um grande estadista americano, o eternamente amado e idolatrado Presidente Kennedy. Ele mesmo tornou-se um mito, cultivado ainda hoje pelo país que governou há mais de quatro décadas: o mito do herói, o estadista perfeito. Não o foi, como jamais haverá algum, mas esta não é a discussão proposta aqui. O que acho deliciosamente irônico é o fato de ele ter sido quem disse o que a respeito do mito gerado por sua própria imagem pode, hoje, ser dito:
“O grande inimigo da verdade não é a mentira – deliberada, proposital e desonesta – mas o mito – persistente, convincente e irreal.”
(KENNEDY, 1999, p.301).

Observando por este ponto de vista, a mitologia é a ferramenta perfeita para se criar, caso se tenha inteligência para tanto, uma forma de controle social, na qual cada indivíduo, a partir da crença lançada pelo mito ou conjunto de mitos, acredite firmemente que é livre e que age de acordo com sua própria vontade. O ponto de partida dos mitos está mesmo na própria sociedade, que vai transmitindo supostas verdades, mantendo todos os seus membros formatados para continuarem fazendo parte dela e gerando “novos membros”.

Essa é a ideologia de qualquer comunidade emocional: “seja como nós somos, comporte-se como nos comportamos e creia no que cremos e você será um de nós.” Se a origem dos mitos é a necessidade de explicação daquilo que se desconhece e seu resultado é a formação de massas de iguais (as comunidades, sociedades ou civilizações), não podemos deixar de pensar nas religiões como um quantum mitológico dos mais eficientes.

Não pretendo tratar de assuntos religiosos ou da mística geral das religiões em relação ao espectro amplo da vida humana: meu foco é a sexualidade e, como você pode imaginar, a mitologia religiosa sempre serviu (e serve até hoje) como eficaz método de controle social. Repressão e liberação sexual sempre passaram pela sacralidade da atividade sexual.

Sobre os preconceitos e mitos envolvendo a sexualidade humana, certa vez ouvi um pastor protestante muito famoso dizer a seguinte frase: “Algumas pessoas são tão reprimidas com relação à sexualidade que agem como se acreditassem que Deus criou o Homem, mas chamou o Diabo para criar o sexo.” A metáfora da qual ele se utiliza, em tal colocação, descreve um temor, uma presunção de que a sexualidade seja algo desprezível, indigno, pecado, errado, feio... Historicamente, as religiões criaram sempre padrões acerca do que consideravam “certo”, “moral”, comportamentos que julgavam “preservar a sociedade e a família”, determinando quase todos os aspectos relacionais do modo de vida de seus seguidores. Isso também se aplica à sexualidade. “Pode isso e não pode aquilo” é o tipo de colocação que qualquer pessoa, que participe ou já tenha participado em algum momento de qualquer comunidade religiosa, conhece bem.
É mais fácil manter comunidades unidas quando os padrões e regras são respeitados e, para que isso aconteça, se faz necessário que exista um “motivo” que leve as pessoas a respeitarem tais regras e padrões. Essa é a função do medo. O mito, conforme antes estabelecido, serve para explicar ou criar soluções para ameaças incompreensíveis, dessa forma nada mais simples do que criar uma ameaça incompreensível, caso já se tenha a solução comportamental em mente.
“O indivíduo entra em contato com o sagrado como árbitro do seu próprio destino. Ao dar sua livre adesão ao bem, torna-se aliado da divindade, praticando o dever religioso.” (ARANHA, e MARTINS, M. H. P., 2003, p.75).

Assim nasceram os mais diversos mitos da sexualidade humana: os tradicionalmente conhecidos de que masturbação causa cegueira, cabelos nas mãos, sexo antes do casamento leva a um relacionamento amaldiçoado, homossexualidade causa diversas doenças (o mito de que a AIDS seria um castigo divino aos homossexuais e pessoas promíscuas), entre muitos outros. Para que tais consequências não sobreviessem às pessoas, bastava não praticar os “comportamentos sexuais proibidos”. Isso é controle social através dos mitos.

“Os mitos e os tabus sexuais existentes são o reflexo de uma herança de permanente vigia da sociedade em relação à sexualidade individual e coletiva (...). Herdamos e construímos, a cada dia, um meio sócio-cultural que vigia a sexualidade alheia na tentativa de coagir as ações individuais e enquadrá-las nos modelos hegemônicos e “permitidos”, inventando inúmeras representações sexuais através de diversos discursos.” (FURLANI, J., 2003, p.178).

Porém, a mitologia sexual não envolve apenas a sexualidade em si, mas também a afetividade e auto-estima.
Dentre as necessidades emocionais básicas de todo ser humano encontram-se três que podem fundamentar meu raciocínio: a necessidade de aceitação, a de aprovação e a de garantias contra o abandono. Por isso nos submetemos às regras sociais: para que sejamos aceitos, aprovados e nunca excluídos de nosso meio. Os mitos e as leis descendentes deles segregam as pessoas em dois grupos: o grupo dos que cumprem a regra, do “bem”, dos que merecem pertencer à comunidade emocional; versus o grupo dos “maus”, rebeldes, que descumprem a lei e merecem ser marginalizados.

O resultado desta equação é bem simples: se meus desejos, tendências, vontades, crenças pessoais e comportamentos divergem dos dogmas proclamados pelo quantum mitológico que me cerca, sinto culpa. Minha auto-estima é afetada e meus sentimentos e afetividade tornam-se um problema para mim. Duas possibilidades se revelam: 1) Sigo me comportando “mal” e sou segregada; 2) Comporto-me de acordo com a regra, adapto-me a ela e crio em mim mesma uma dicotomia entre meus sentimentos e minhas ações. É o nascimento do padrão comportamental disfuncional – o padrão neurótico36.

36 - “Há buracos imensos na awareness (capacidade de auto-reconhecimento processual) da pessoa perturbada. Sua visão de si mesma é rígida e estereotipada; ela é incapaz de aceitar muitas partes de si mesma (...) nega as chamadas polaridades negativas, aqueles aspectos que foi condicionada a pensar que são inaceitáveis ou repugnantes. (...) O resultado desse processo é o surgimento de sintomas neuróticos.” (ZINKER, 2007, p. 222). Neurose é, assim, uma questão de desequilíbrio entre quem se é e como interagir com o mundo no qual se vive. Neurose é uma questão da ordem do social. (BUARQUE in D´ACRI, LIMA e ORGLER, 2007, p.158). É claro que isso não é nada bom, mas como a mitologia tem um aspecto positivo, agregar comunidades, também possui um aspecto negativo, pode gerar padrões de comportamento disfuncionais. Eu disse pode. Porque, conforme foi dito, isso só acontece a partir da união de dois fatores: a escolha pessoal de seguir as regras que não estão coerentes com seus sentimentos pessoais, somada à cristalização, dogmatização ou radicalização do quantum mitológico.

A neurotização do comportamento a partir da mitologia leva à idealização de vivências que em quaisquer circunstâncias seriam impossíveis e o que essas idealizações geram é nada além de frustração.
“Eles estão saindo há três meses. Já contaram e revelaram tudo um para o outro – suas histórias, seus segredos, suas vidas públicas, suas partes íntimas. Agora chegou a hora de voltar para o mundo real. Um deles quer ler um livro gostoso e assistir a seu programa favorito na televisão. O outro fica nervoso e começa a se perguntar: “É só isso?”. Não é assim que acontece nos filmes.” (CARTER e SOKOL, 2006, p.119). A guerra entre expectativas idealizadas (como na ilustração acima) e realidade acaba mesmo em insegurança e frustração. E é por esse motivo que todos precisamos ter muito cuidado com as introjeções que nossa afetividade possa conter.

“Muitas suposições populares sobre amor e sexo são exatamente isso: suposições. (...) É difícil pensar inicialmente sobre como ter um relacionamento quando certos modelos foram sustentados como reais durante toda a nossa vida. É por isso que quando estes modelos não nos parecem corretos, ou quando são falsos e falhos, nós ainda continuamos tentando fazer as coisas à velha maneira, mesmo quando estas formas não estão obviamente funcionando.” (SCHWARTZ, 2002, p. 11). A natureza dos padrões neuróticos de comportamento é cíclica, se reinventa, é dinâmica e contínua, por isso os comportamentos se ajustam a cada nova situação de acordo com a forma neurótica original, baseada na crença introjetada e na expectativa original.

Existe uma luz no fim do túnel, quando falamos de mitologia sexual e suas implicações. Na verdade duas luzes: auto-conhecimento e questionamentos das imposições sociais. Quanto mais próximos estivermos de nossos próprios valores, de nossos próprios desejos, quanto melhor soubermos o que serve ou não serve individualmente a cada um de nós, em cada relacionamento particular, mais fácil será saber com que aspectos do mundo que nos cerca podemos conviver pacificamente e quais precisamos adaptar criativamente para que possamos ser mais felizes e menos neuróticos.

Nem tudo o que é socialmente convencionado é “bom” ou “certo”. Uma vida mais funcional exige empenho pessoal para questionar padrões impostos. Se serviu para a sociedade como um todo, antes de mim, isso não quer dizer que me sirva.

Mas não falo de um questionar só por questionar. Não é só pelo puro prazer de criar polêmica que devemos questionar os padrões de comportamento impostos pela nossa comunidade emocional (embora eu admita que muitas vezes essa notoriedade de natureza revolucionária possa parecer tentadora), mas sim em nome da saúde pessoal. “O aprimoramento da reflexão, que propicia o exercício da crítica racional, permite a rejeição dos mitos prejudiciais quando nos tornamos capazes de diferenciá-los, legitimando alguns e negando àqueles que podem levar à desumanização.” (ARANHA e MARTINS, 2003, p.76).

Para podermos experimentar uma sexualidade mais saudável, ela precisa ser mais pessoal, mas individual, mais relacionada a quem eu sou, naquela relação, naquele momento.

CONCLUSÃO – COMO A GESTALT-TERAPIA PODE AJUDAR NO ESTABELECIMENTO DE UMA SEXUALIDADE MAIS SAUDÁVEL, NA ATUALIDADE

Diante de uma visualização de como os padrões relacionais neuróticos se formam, de como a trama mitológica influi na vivência do afeto e das interações, de como nascem e se estabelecem introjeções a partir de uma “ética social” baseada em mitos e informações nem sempre verdadeiras e que nem sempre respeitam a individualidade e as necessidades pessoais, o papel do Gestalt-terapeuta torna-se exatamente voltar o indivíduo para si mesmo. Esse processo se dá a partir de auto-conhecimento, auto-aceitação, quebra de preconceitos e elevação da auto estima, pois é somente através do amor próprio que uma pessoa se permite vivenciar experiências prazerosas e que podem ser consideradas “um presente delas a si mesmas”. Assim é uma sexualidade saudável: é possível a uma pessoa saber o que lhe dá prazer, aceitar esta forma pessoal, buscar este prazer e oferecer prazer a outra, da forma que a outra prefere, sem rótulos, preconceitos, idealizações, medos e agressões, uma vez que ao aceitar-se como é, cada pessoa pode disponibilizar-se a aceitar a cada ser humano em seu próprio ser-no-mundo.

Sendo assim, o trabalho em busca da saúde sexual do gestalt-terapeuta é um trabalho de reconexão de seu cliente consigo mesmo, um trabalho de contato profundo e de quebra de preconceitos e introjeções, caso estes tenham um papel de interromper o contato. Reestabelecendo o ciclo de contato necessidade -possibilidade de satisfação, construímos, um conceito de sexualidade saudável como uma sexualidade livre de idealizações e preconceitos, uma sexualidade nascida da espontaneidade e autenticidade, pessoal, advinda da experiência e interação, na qual a pessoa íntegra se conhece e se aceita, se permite ter e oferecer prazer e se disponibiliza para conhecer e aceitar o mundo ao seu redor.


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