A Gestalt-terapia no cuidado de mulheres vítimas de violência doméstica<br>Gestalt therapy in the care of women victims of domestic violence

Autores

  • Willian Henrique Silva dos Santos UniFatecie
  • Caroline Sara Ferreira do Carmo UniFatecie
  • Daniele Nantes Meurer Takahashi UniFatecie
  • Polyana Tainá Fernandes da Costa UniFatecie
  • Rosilei Aparecida Moreira de Souza UniFatecie

Palavras-chave:

Gestalt-terapia, Violência contra a mulher, Psicoterapia

Resumo

A violência contra a mulher é um fenômeno complexo e persistente. A partir de uma revisão bibliográfica, compreendeu-se as suas influências e características, assim se pesquisou sobre a Gestalt-terapia e a sua proposta de compreensão e intervenção frente esta demanda clínica. Observou-se que a violência contra a mulher é fundada em aspectos sócio-históricos machistas e patriarcais que propiciam relações nas quais as mulheres são dominadas, submetendo-se a ciclos repetitivos de abuso físico e psicológico. Por sua vez, a Gestalt-terapia, também conhecida como a “terapia do contato”, trata-se de uma abordagem humanista, fenomenológica e existencial que considera o “contato” um processo experiencial e relacional que possibilita a satisfação de necessidades e o desenvolvimento humano. Para esta abordagem, as mulheres vítimas de violência bloqueiam o contato com a finalidade de autopreservação; contudo, este contato descontinuado se mantém ativo, gerando sofrimento e estagnando o processo de atualização existencial. Diante disto, o gestalt-terapeuta buscará fornecer a sua cliente uma relação dialógica, segura e confirmativa, na qual ela possa sustentar as experiências de contato interrompidas e inacabadas. Com isto, visa reestabelecer o desenvolvimento humano, promovendo a cura através da mudança.

Referências

AUGUSTIN, Luiza Wille; BANDEIRA, Célia Cristina de Albuquerque. Postura e intervenções do gestalt-terapeuta frente à violência psicológica contra a mulher por parceiro íntimo. Phenomenological Studies - Revista da Abordagem Gestáltica, vol. XXVI-especial, pp. 449 a 459, 2020.

BATISTA, Ana Letícia Soares; MARQUES, Maria Inez Barboza. Reflexões sobre o ciclo da violência doméstica a partir do Creas de Paranavaí/PR. Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 3, p. 12955-12966 mar. 2020.

BECKER, Danielle Nogara. Gestalt-terapia e violência doméstica contra mulheres. Florianópolis: Monografia de especialização em Gestalt-terapia do Instituto Gestalten, 2007.

BORGES, Tainara Oliveira dos Santos; SILVA, Thaiz Poloni da; NUNES, Andrea Loss. Gestalt-terapia e feminismo: uma revisão de literatura sobre a percepção da mulher. In Rev. ESFERA ACADÊMICA HUMANAS, vol. 5, nº 2, ano 2020, pp. 17 a 34, 2020.

CARDOSO, Claudia Lins. A face existencial da Gestalt-terapia. In FRAZÃO, Lilian Meyer; FUKUMITSU, Karina Okajima. Gestalt-terapia: Fundamentos epistemológicos e influências filosóficas. São Paulo: Summus, 2013. Páginas 59 a 75.

CHAGAS, Enila. Psicoterapia dialógica. In FRAZÃO, Lilian Meyer; FUKUMITSU, Karina Okajima. Modalidades de intervenção clínica em Gestalt-terapia [recurso eletrônico]. São Paulo: Summus, 2016. Páginas 14 a 32.

FERREIRA, Wanderléa Bandeira; PIMENTEL, Adelma. Violência psicológica: as (in) visíveis seqüelas, no enfoque da Gestalt-terapia. Florianópolis: Fazendo Gênero 8 - Corpo, Violência e Poder, agosto de 2008.

FRANCESETTI, Gianni. Fundamentos da psicopatologia fenomenológico-gestáltica: uma introdução leve. Belo Horizonte: Artesã, 2021.

FRANCISCO, Jamila Rodrigues; MARQUES, Maria Inez Barboza; SILVA, Adriele de Souza da. O processo histórico para o enfrentamento à violência contra as mulheres no município de Paranavaí. Londrina: IV Congresso Internacional de Política Social e Serviço Social: desafios contemporâneos, maio de 2022.

FRAZÃO, Lilian Meyer; FUKUMITSU, Karina Okajima. Gestalt-terapia: fundamentos epistemológicos e influências filosóficas. São Paulo: Summus, 1° edição, 2013.

HOLANDA, Adriano Furtado. Fenomenologia e humanismo: reflexões necessárias. Curitiba: Juruá, 2014.

HYCNER, Richard; JACOB, Lynn. Relação e cura em Gestalt-terapia. São Paulo: Summus, 1997.

JOYCE, Phil; SILLS, Charlotte. Técnicas em Gestalt: aconselhamento e psicoterapia. Petrópolis: Vozes, 1° edição, 2016.

JULIANO, Jean Clark. A arte de restaurar histórias: o diálogo criativo no caminho pessoal. São Paulo: Summus, 1999.

JULIANO, Jean Clark. Gestalt-Terapia: Revisitando as Nossas Histórias. Revista Virtual IGT na Rede. Ano 1, n° 1, 2004.

JÚNIOR, Elias Boainain. Transcentrando: Tornar-se Transpessoal. Elementos para uma aproximação entre a Abordagem Centrada na Pessoa e a Psicologia Transpessoal. Universidade de São Paulo. Instituto de Psicologia. São Paulo: 1996.

LESSA, Jadir Machado; SÁ, Roberto Novaes de. A relação psicoterapêutica na abordagem fenomenológico-existencial. Análise Psicológica (2006), 3 (XXIV), pp. 393 a 397.

LIMA, Patrícia Valle de Albuquerque. A Gestalt-terapia holística, organísmica e ecológica. In FRAZÃO, Lilian Meyer; FUKUMITSU, Karina Okajima. Gestalt-terapia: Fundamentos epistemológicos e influências filosóficas. São Paulo: Summus, 2013. Páginas 145 a 156.

MACHADO, Sabrina Prado; MACEDO, Maria Luisa Wunderlich dos Santos de. O olhar da Gestalt-terapia sobre a violência contra mulheres. Boletim Entre SIS, Santa Cruz do Sul, v. 4, n. 1, p. 31-44, jan./jun. 2019.

PERLS, Frederick Salomon. A abordagem gestáltica e testemunha ocular da terapia. Rio de Janeiro: LTC, 2° edição, 2012.

PERLS, Frederick; HEFFERLINE, Ralph; GOODMAN, Paul. Gestalt-terapia. São Paulo: Summus, 3° edição, 1997.

PINTO, Ênio Brito. Elementos para uma compreensão diagnóstica em psicoterapia: o ciclo de contato e os modos de ser. São Paulo: Summus, 2015.

PINTO, Ênio Brito. Psicoterapia de curta duração na abordagem gestáltica: elementos para a prática clínica. São Paulo: Summus, 3ª ed., 2016.

PINTO, Ênio Brito. Dialogar com a ansiedade: uma vereda para o cuidado. São Paulo: Summus, 1ª edição, 2021.

POLSTER, Erving; POLSTER, Miriam. Gestalt-terapia integrada. São Paulo: Summus, 2001.

RIBEIRO, Jorge Ponciano. Gestalt-terapia: refazendo um caminho. São Paulo. Summus: 6° edição, 1985.

RIBEIRO, Jorge Ponciano. O ciclo do contato: temas básicos na abordagem gestáltica. São Paulo: Summus, 2007.

RIBEIRO, Jorge Poinciano. Conceito de mundo e de pessoa em Gestalt-terapia: revisitando o caminho. São Paulo: Summus, 2011.

RIBEIRO, Jorge Ponciano. Vade-mécum de Gestalt-terapia: conceitos básicos. São Paulo: Summus, 3ª ed, 2016.

RIBEIRO, Jorge Ponciano. Psicoterapia: teorias e técnicas psicoterápicas. São Paulo: Summus, 3ª ed, 2017.

RIBEIRO, Jorge Ponciano. O ciclo do contato: temas básicos na abordagem gestáltica. São Paulo: Summus, 9ª edição revisada, 2021.

RIBEIRO, Jorge Ponciano. Gestalt-terapia: por outros caminhos. São Paulo: Summus, 2022.

RODRIGUES, Hugo Elidio. Introdução à Gestalt-terapia: conversando sobre os fundamentos da abordagem gestáltica. Petrópolis, RJ: Vozes, 8° edição, 2011.

SÁ, Roberto Novaes de. As influências da fenomenologia e do existencialismo na Psicologia. In JACÓ-VILELA, Ana Maria; FERREIRA, Arthur Arruda Leal; PORTUGAL, Francisco Teixeira. História da psicologia: rumos e percursos. Rio de Janeiro: Nau Ed., 2006. Páginas 319 a 338.

SANTOS, Letícia Pimentel. FARIA, Luiz Alberto de Freitas. Ansiedade e Gestalt-terapia. Revista da Abordagem Gestáltica: Phenomenological Studies, vol.12, n. 1, jun. 2006. Páginas 267 a 277.

SCAFFO, Maria de Fátima. Violência Conjugal: uma breve reflexão à luz da Gestalt-terapia. Revista IGT na Rede, v. 5, n° 9, 2008, pp. 200 a 208.

SCHILLINGS, Ângela. Os sofrimentos emocionais agravados e o diagnóstico “borderline”. In FRAZÃO, Lilian Meyer; FUKUMITSU, Karina Okajima. Quadros clínicos disfuncionais e gestalt-terapia [recurso eletrônico]. São Paulo: Summus, 2017. Páginas 129 a 156.

SILVA, Adriele de Souza da; MARQUES, Maria Inez Barboza. As condições socioeconômica e educacional das “Marias” atendidas pelo Núcleo Maria da Penha (NUMAPE) campus Paranavaí/PR. Londrina: III Congresso Internacional de Política Social e Serviço Social: desafios contemporâneos, julho de 2019.

SILVEIRA, Teresinha Mello da. Contato. In D'ACRI, Gladys; LIMA, Patrícia; OGLER, Sheila (orgs.) Dicionário de Gestalt-terapia: “Gestaltês”. São Paulo: Summus, 2ª edição revista e ampliada, 2016. Páginas 59 e 60.

Downloads

Publicado

2024-01-11

Como Citar

Henrique Silva dos Santos, W., Sara Ferreira do Carmo, C., Nantes Meurer Takahashi, D., Tainá Fernandes da Costa, P., & Aparecida Moreira de Souza, R. (2024). A Gestalt-terapia no cuidado de mulheres vítimas de violência doméstica<br>Gestalt therapy in the care of women victims of domestic violence. IGT Na Rede ISSN 1807-2526, 20(39). Recuperado de http://igt.psc.br/ojs3/index.php/IGTnaRede/article/view/729