Self e temporalidade.

Autores

  • Rosane Lorena Granzotto Instituto Gestalten em Florianópolis
  • Marcos José Müller Granzotto Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Palavras-chave:

Gestalt-terapia, self, fenomenologia, temporalidade, consciência, intencionalidade, neurose.

Resumo

Neste texto pretendemos abordar o entendimento de Perls, Hefferline e Goodman (1997) sobre o caráter “dinâmico†e “temporal†do ajustamento criativo e respectivas interrupções. Da mesma forma, pretendemos comentar a função que a descrição das interrupções da criatividade deveria cumprir no âmbito da clínica gestáltica, precisamente, constituir um método de decifração da estrutura de um comportamento neurótico único (Perls e cols., 1997: 259). Nesse sentido: i) preocupados em restabelecer não só a dinâmica figura/fundo, mas, principalmente, o caráter temporal sem o qual o ajustamento criativo seria apenas uma cadeia de ocorrências sem ligação entre si, ii) e preocupados em resgatar a compreensão de que a descrição das interrupções não se presta a constituir uma tipologia de pessoas neuróticas, mas a estabelecer um método de trabalho clínico coerente com o caráter único e temporal dos ajustamentos neuróticos, iii) propomos - mais que uma nova apresentação gráfica das noções de ajustamento criativo do self e respectivas interrupções -, uma releitura da gênese das diversas configurações neuróticas que, para Perls e cols. (178), mais não são que “inibições variadas do processo de contatar o presenteâ€. Para tal, recorreremos à base filosófica desde onde, como reconhece o próprio Perls, “toda classificação, descrição e análise exaustivas das estruturas possíveis do self†deve ser estabelecida, qual seja essa base, a fenomenologia (189). Precisamente, recorreremos à descrição fenomenológica da vivência do tempo, na qual encontramos a matriz desde onde pudemos pensar o vínculo entre a dinâmica figura/fundo e a teoria da neurose enquanto inibição variada do processo de contatar o presente.

Biografia do Autor

Rosane Lorena Granzotto, Instituto Gestalten em Florianópolis

É especialista em Filosofia (UFSC, 2001), psicóloga clínica (CRP 12/00039), gestalt terapeuta desde 1985, formada pelo Centro de Estudos de Gestalt de São Paulo e pelo Gestalt Trainning Center – San Diego por Erving e Mirian Polster. Co-fundadora do Núcleo de Estudos de Gestalt de Santa Catarina (1987) e da Configuração (1995), atualmente é diretora do Instituto Gestalten em Florianópolis – SC, onde desenvolve a clínica privada com adultos e casais e ministra cursos de Especialização em Gestalt Terapia, atividade esta exercida desde 1989. É autora de Uma psicoterapia do entre (Jornal do ConselhoRegional de Psicologia SC – Ano IV, nº 40). Co-autora dos artigos Gênese fenomenológica da noção de gestalt e Self e temporalidade, ambos publicados na Revista do X Encontro Goiano da Abordagem Gestáltica . (10, Goiânia, 2004: 69-82 e 82-98). Revisou e prefaciou a edição brasileira do livro Gestalt Terapia Integrada de Erving e Mirian Polster (Summus, 2000). Atualmente cursando mestrado em Filosofia na Universidade Federal de Santa Catarina desenvolvendo o tema Filosofias da Gestalt.

Marcos José Müller Granzotto, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

MARCOS JOSÉ MÜLLER-GRANZOTTO é doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente, é professor adjunto do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e atua nos programas de pós-graduação em Filosofia e em Literatura. Ministra cursos sobre História da Filosofia, Estética, Ontologia e Filosofia da Psicologia. É autor do livro Merleau-Ponty acerca da expressão (Porto Alegre: Edipucrs, fevereiro 2001, 344p.) e dos artigos Crítica de Schopenhaeur à Analítica dos Princípios de Kant (Revista de Filosofia, XIV, 15, Julho/Dezembro 2003, 27-42), Itinerário da problemática da expressão na filosofia merleau-pontyana: continuidades e descontinuidades (Revista Latinoamericana de Filosofia, XXVIII (1): Otoño 2002, 55-80); Privilégio e astúcia da fala na consecução da reflexão crítica segundo Merleau-Ponty (Revista Portuguesa de Filosofia, 58: 2002, 119-139), Reflexão estética e intencionalidade operante (Manuscrito, XXIV, 2: outubro de 2001), , Restituição do mundo da percepção e arqueologia da reflexão crítica (Kriterion, XLII, (103): 29-57, janeiro 2001), Leitura merleau-pontyana da teoria fenomenológica da expressão (Veritas, 45, (2): 213-22, junho 2000), Transformação “reconstrutiva†da filosofia transcendental (in: VVAA. Finitude e Transcendência – Petrópolis: Vozes, 1994), A fundamentação da egoidade pura e o problema da intersubjetividade em Husserl (Sociais e Humanas, 6 (1), dezembro, 1991), O prejuízo da lógica hegeliana segundo Schelling (Estudos Leopoldenses, 27 (121), Jan/fev, 1991) dentre outros trabalhos . Também é co-autor dos artigos Gênese fenomenológica da noção de gestalt e Self e temporalidade, ambos publicados na Revista do X Encontro Goiano da abordagem gestáltica. (10, Goiânia, 2004: 69-82 e 82-98). Atualmente cursando a graduação de Psicologia e Especialização em Gestalt Terapia no Instituto Gestalten – SC, onde também é colaborador.

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Publicado

2004-08-05

Como Citar

Granzotto, R. L., & Granzotto, M. J. M. (2004). Self e temporalidade. IGT Na Rede ISSN 1807-2526, 1(1). Recuperado de http://igt.psc.br/ojs3/index.php/IGTnaRede/article/view/22

Edição

Seção

Artigos