ARTIGOS

 

METODOLOGIA GESTALTIFICATIVA:
O que se quer dizer quando se fala em uma metodologia gestáltica. Gestética. Gestática. Gestaltificativa.

 

METHODOLOGY GESTALTIFICATIVA:
What is meant when we talk about a methodology Gestal-tica.Gestética. Gestática. Gestaltificativa.

 

 

Afonso Henrique Lisboa da Fonseca

Instituto de Psicologia do Centro de Estudos Superiores de Maceió –Alagoas,Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

A metodologia gestáltica, gestaltficativa, gestática – já que se trata emi-nentemente de ação – consiste simplesmente em condescender afirmativa-mente com a vivência ativa da experiência e da experimentação ontológicas, com a vivência da experiência fenomenológico existencial e dialógica, compreensiva e implicativa, carcterística do modo ontológico de sermos, fenomenológico existencial e dialógico, e com sua intrínseca atividade gestaltificativa, com a sua intrínseca característica de vivencia de desdobramento compreensivo e implicativo de possibilidades.Consiste, assim, na condescendência, na verdade, numa afirmação da afirmação, da vivência das carcterísticas fenomenológico existenciais e dialógicas próprias da ação compreensiva e implicativa, de seu caráter ativo, afirmativo, de desdobramento compreensivo de possibilidades, com o seu caráter experimental e hermenêutico, com o seu caráter compreensivo, implicativo, gestáltico, fenomenológico existencial e dialógico.

Palavras-chave: Metodologia gestáltica, Fenomenologia, Cognição e Epstemologia.


ABSTRACT

The methodology gestalt, gestaltficativa, gestática - since it is eminently action - is simply to indulge in the affirmative with the active experience of ontological experience and experimentation, with the experience of existential phenomenological experience and dialogue, buy ensiva and implicative, the carcterística ontological way of being, existential phenomenological and dialogical, and its intrinsic activity gestaltificativa, with its intrinsic characteristic of deployment experience and understanding of implicative possibilidades. Consiste thus in indulgence, in truth, of a statement of claim, the experience of existential phenomenological and dialogical carcterísticas own understanding and action implicative, your active character, so, of unfolding understanding of possibilities, with your character experimental and hermeneutics, with its comprehensive character, implicative, gestalt, existential and phenomenological dialogical.

Keywords:Methodology gestalt, Phenomenology, Cognition, Epstemologia.


 

 

Introdução

 

A metodologia gestáltica, gestaltficativa, gestática – já que se trata eminentemente de ação – consiste simplesmente em condescender afirmativamente com a vivência ativa da experiência e da experimentação ontológicas, com a vivência da experiência fenomenológico existencial e dialógica, compreensiva e implicativa, carcterística do modo ontológico de sermos, fenomenológico existencial e dialógico, e com sua intrínseca atividade gestaltificativa, com a sua intrínseca característica de vivencia de desdobramento compreensivo e implicativo de possibilidades.

Consiste, assim, na condescendência, na verdade, numa afirmação da afirmação, da vivência das carcterísticas fenomenológico existenciais e dialógicas próprias da ação compreensiva e implicativa, de seu caráter ativo, afirmativo, de desdobramento compreensivo de possibilidades, com o seu caráter experimental e hermenêutico, com o seu caráter compreensivo, implicativo, gestáltico, fenomenológico existencial e dialógico.

 

1. A CONSCIÊNCIA – COGNIÇÃO --, A AÇÃO ESPECIFICAMENTE PRÉ-REFLEXIVA, E A RE-FLEXÃO.

 

A consciência reflexiva, teorética, representativa, tem como condições o sujeito e o objeto, e a dicotomia entre ambos. Na medida em que a consciência teorética se dá como a contemplação que o sujeito faz de um objeto.

Mais do que isto, a consciência teorética se dá no modo de sermos do acontecido. No qual se constituem como tais o sujeito e o objeto, como acontecidos, como coisas. E as condições da reincidência (re-flexão) da consciência do sujeito coisa sobre o objeto coisa. Que se constitui como o que chamamos de reflexão. A re(a)presentação. Teoria.

A consciência e a ação pré-reflexivas, fenomenológico existenciais e dialógicas, compreensivas e implicativas, são o modo de sermos da vivência do acontecer. São o modo de sermos da vivência compreensiva de forças, vivência de possibilidades, que se desdobram, e se constituem como consciência e ação especificamente pré-reflexivas, como cognição fenomenológico existencial e dialógica, implicativamente gestáltica.

Como tal, especificamente, não são o modo de sermos do acontecido.
Mas o modo de sermos do acontecer. Não são re-flexão, não são da ordem da re(a)presentação, mas apresentação São, na atualidade, a presentificação do presente. A ação e a consciência pré-reflexivas.

O reflexivo, teorético, acontecido, com suas condições do sujeito e do objeto, decorre em seguimento ao acontecer, à momentaneidade instantânea do pré-reflexivo.

O reflexivo, teorético, acontecido, é, assim, a exaustão do desdobramento compreensivo de possibilidades, que escoa para a coisidade instalativa. Cosidade esta que caracteristicamente já se constitui na ausência do desdobramento de possibilidades. Característica esta ausência da instalação do acontecido, em sua coisidade instalativa.

É esta coisidade instalativa do acontecido que se constitui, com a consumação da vivência do desdobramento das possibilidades, como a condição do sujeito, e do objeto, como coisas instaladas.

E como a condição da relação teorética e reflexiva inerte, entre entre sujeito e objeto. Relação predominantemente sem ação, mera repetição, re-incidência repetitiva e repetitiva do sujeito sobre a coisidade do objeto.

Até que, em sua virtualidade, a coisidade instalativa, o sujeito e o objeto, possam, por uma disposição estética, ser novamente infundidos de possibilidades, e perspectivação. E se reconstituirem intensionalmente como ação, como o ator, e como cognição fenomenológica, existencial, dialógica, compreensiva, e implicativa.

 

2. A CONSCIÊNCIA, A COGNIÇÃO, PRÉ-REFLEXIVA É TODA ELA AÇÃO. A AÇÃO É, TODA ELA, CONSCIÊNCIA, COGNIÇÃO PRÉ-REFLEXIVA, COMPREENSIVA E IMPLICATIVA, FENOMENOLÓGICA.

 

A consciência, a cognição, pré-relexiva, fenomenológica – porque é, própria e especificamente, disto que se trata, no modo pré-reflexivo de sermos, de consciência, de cognição -- é, simultanea e intrinsecamente, toda ela, ação-- especificamente. Consciência, cognição, ação, fenomenológicas e existenciais e dialógicas. Compreensivas e implicativas, gestaltificativas.

A consciência pré-reflexiva, fenomenológica, e existencial, se constitui como vivência de possibilidades. As possibilidades são forças; a força de tudo que acontece, e devém como vivência fenomenológica. Como potências, como forças (Deleuze)1, as possibilidades existem em seus desdobramentos; e intrinsecamente constituem os seus desdobramentos como consciência pré-reflexiva.

Os desdobramentos compreensivos das possibilidades é o que chamamos de ação.

As forças, fenomenologicamente vivenciadas – e que são forças plásticas, em suas intensidades; e não forças brutas --, só existem em desdobramento, como observa Deleuze2. E, assim, se constituem como consciência pré-reflexiva.

De modo que a consciência e a cognição pré-reflexivas, fenomenológicas, são especificamente a vivência da ação, a vivência do desdobramento de possibilidades. O desdobramento de possibilidades se constitui, todo ele, como cognição; pré-reflexiva, fenomenológica, e existencial; como fenomeno logos; como fenoneno. Que é, assim, a vivência fenomenológico existencial e dialógica da ação, compreensiva e implicativa.

Assim, a consciência pré-reflexiva, fenomenológico existencial, e dialógica, compreensiva e implicativa, é, toda ela, vivência do desdobramento de possibilidades. Própria e especificamente, a vivência da ação compreensiva e implicativa.

 

3. LÓGICAS (vivências de sentido), A CONSCIÊNCIA E A AÇÃO PRÉ REFLEXIVAS SÃOEPISTEMOLÓGICAS, FENOMENOLÓGICAS (EXISTENCIAIS), DIALÓGICAS, ONTOLÓGICAS.

 

São lógicas, a consciência e a ação pré-reflexivas,em termos de que, própria e especificamente, são vivência de sentido(de Logos). São, enquanto tais, própria e especificamente conhecimento, conhecer.

Naturalmente que não o conhecer e o conhecimento reflexivo, teorético, explicativo. Mas o conhecimento propriamente pré-reflexivo, implicativo, compreensivo, fenomenológico existencial, dialógico. Ontológico.

Heidegger3observa que o sentido do termo logos em Fenomenologia é diferente do sentido que se lhe é dado no objetivismo; quando, por exemplo, se fala do significado do termo Biologia. O estudo do Bios, o estudo da vida.

O logos em Fenomenologia jamais significa o estudo do fenomeno. Estudo que mais propriamente significaria o ponto de vista de uma perspectiva reflexiva, teorética, explicativa. Especificamente reflexiva e explicativa. Da contemplação que um sujeito faz de um objeto. Dialógico, na fenomenológica vivência da ação, o ator, não contempla um objeto. Da mesma forma que não é um sujeito, um dos antípodas na cisão sujeito-objeto, característica do modo de sermos do acontecido. Na ação o ator vivencia o modo unificado de sermos, à parte, e que não é o modo da dicotomia sujeito-objeto.

Em Fenomenologia, ontológica, o logos especificamente significa sentido. Fenomenologia éo sentido próprio do fenomeno. Já que o fenomeno é, enquanto vivência compreensiva e implicativa do desdobramento de possibilidades, enquanto compreensão e ação, todo ele, impregnação de sentido, cognição e consciência pré-reflexivas, especificamente. Em seu desdobramento, como ação, as possibilidades se constituem como sentido, como logos. Como consciência e cognição pré-reflexivas, fenomenológicas, compreensivas, e implicativas.
Logos, portanto, sentido,desdobramento de sentido, que é a ação e a consciência, pré-reflexivas.

A ação, o desdobramento compreensivo e implicativo, gestaltificativo, das possibilidades, a vivência pré-reflexiva, fenomenológico existencial e dialógica, compreensiva e implicativa, própria e especificamente, é, assim, lógica, vivência de sentido,fenomeno-lógica, édia-lógica, é onto-lógica...

Especificamente epistemológica, portanto. O fundamento de uma ciência compreensiva, e implicativa. O modo fenomenológico existencial, dialógica, compreensivo e implicativo de conhecer.

A ação é, assim, fenomenológica, na medida em que é a emergência das possibilidades, e a constituição como sentido do desdobramento das possibilidades. Desde os seus níveis pré-compreensivos, transitando pelos seus desdobramentos ativos, compreensiva e implicativamente, cognitivos, pré-reflexivamente conscientes; até a condição de sua instalação como coisa. Curada (em analogia à cura do queijo, por exemplo, à cura da carne do sol, à cura do concreto...).4

Além de própria e especificamente fenomenológica, a ação é dialógica.5

E é dialógica na medida, em específico, que a vivência fenomenológica se dá como a vivência cognitiva, fenomenológica, ontológica, da relação numa dualidade eu-tu. Que é a relação com o desconhecimento, paulatinamente cognoscível, dos sentidos de uma alteridade absoluta. Uma fonte autônoma de produção de sentido, como diria Husserl. O outro. A outridade.6

A relação com o desconhecimento paulatinamente cognoscível desta alteridade absoluta se dá no âmbito vivencial de uma esfera do ‘entre’, da esfera do inter, que envolve o eu-tu.

É o âmbito de desvelamento compartilhado de sentido nesta esfera do entre que é o diaa que se refere o sentido de dialógico: o compartilhamento do sentido. Que se constitui enquanto tal na movimentação dialógica eu-tu, na qual, tanto eu como tu, o eu-tu, sempre, presentes, atuais, se remetem reciprocamente um ao outro como sentido.Como possibilidades que se desdobram e se constituem como sentido. Como consciência e ação, como cognição, pré-reflexivas. Criando, como vinculação totalizante entre eles, desta forma, a esfera do inter da vinculação dia-lógica, de compartilhamento de sentido. Na momentaneidade instantânea da duração da cognição e da ação fenomenológicas.

A vivência pré-reflexiva, fenomenológico existencial e dialógica, a vivência inerente à ação, é, em específico, a vivência ontológica.

Somos seres, devires, especificamente lógicos. Onto-lógicos, portanto: seres que, própria e especificamente, vivenciam sentido, como sua característica distintiva. O sentido que nos é dado, implicativa e compreensivamente, como consciência pré-reflexiva, fenomenológico existencial e dialógica, com o desdobramento de possibilidades, como o desdobramento da ação.

Este sentido que vivenciamos como consciência pré-reflexiva é, especificamente, onto-logos, sentido ontológico.

Em todo este âmbito vivencial, da constituição do desdobramento da possibilidade como consciência pré-reflexiva, especificamente estamos, assim, no âmbito epistemológico, no âmbito do conhecimento, da cognição, e da consciência, propriamente ontológicas, pré-reflexivas, fenomenológico existenciais e dialógicas, compreensivas e implicativas.

Epistemológicaa vivência compreensiva que é a consciência pré-reflexiva inerente inspectativamente à ação, além de interpretação,do tipo especificamente compreensivo, e implicativo, é uma epistemologia especificamente. Uma epistemologia ontológica, fenomenológico existencial e dialógica, compreensiva e implicativa. Um modo humano de conhecer. E ouçamos a Nietzsche7: mesmo no conhecimento, eu só encontrei vontade de criar...

 

4. A AÇÃO, COMPREENSIVA, IMPLICATIVA, GESTALTIFICATIVA, CONSCIÊNCIA PRÉ-RFLEXIVA, É COGNIÇÃO DIALÓGICA, NÃO OBJETIVA, NEM SUBJETIVA. É ANTERIOR À CONDIÇÃO DO SUJEITO, E DO OBJETO, E À DICOTOMIA SUJEITO-OBJETO

 

A vivência, a experimentação da ação, a condição do ator, fenomenológico existencial e dialógica; ação compreensiva e implicativa, gestaltificativa; não é experiência objetiva, nem subjetiva, é anterior ao modo de sermos da dicotomia sujeito-objeto. Não é teórética, nem prática; mas própria e especificamente dialógica, poiética a criação pela atualização compreensiva de possibilidades.

Enquanto vivência do modo de sermos do acontecer, a vivência da ação não tem as condições próprias do sujeito e do objeto, e de sua dicotomização teorética. Modo de sermos do ator, inspectador, o modo de sermos da ação compreensiva, implicativa e gestáltica não é o modo de sermos do sujeito. Mas o modo de sermos do ator. O modo de sermos do sujeito e do objeto é, própria e especificamente, o modo de sermos que se constitui como coisidade instalativa, posteriormente à momentaneidade instantânea do desdobramento compreensivo de possibilidades, da ação fenomenológica; gestáltica.

Como modo de sermos de vivência do desdobramento de forças, do desdobramento de possibilidades, o modo de sermos da ação fenomenológica, compreensiva, é tensional, é intensional. E é vivido como uma pressão. Que se constitui em ex-pressão.Ou seja, que se constitui como uma vivência tensional, intensional, em jato; que se constitui em jatação, em jeto (Heidegger). Projeto. Que se explicita, que se ex-pressa.

O modo de sermos da ação fenomenológica é assim jeto, o próprio jeto, na presença e na atualidade intensiva, intensional, de sua expressão Projeto, projetação, expressão. É vivido no modo pré-coisa de sermos, o modo de sermos do presente. A ação compreensiva dá-se, assim, no presente, como projeto.

Não é, portanto, o modo de sermos do sub-jeto, do ob-jeto, e de sua dicotomização.

Pópria e especificamente, o modo de sermos do sub-jeto e do ob-jeto, o modo de sermos que constitui o sujeito e o objeto, dá-se como acontecido, como coisidade instalativa, com a exaustão da força expressiva da ação, com a exaustão e decaimento de sua força de possibilidade, com o seu decaimento (Heidegger), com a constituição da coisa em sua instalação. A coisa se constitui, assim, depois da condição da atualidade e da presença, depois da expressão do jeto, do projeto, como ação. Condição coisificada do sub-jeto, e do ob-jeto.

 

5. A CONSCIÊNCIA, COGNIÇÃO, E AÇÃO, PRÉ-REFLEXIVAS SÃO FENOMENAIS, SÃO FENOMENOLÓGICAS

 

Dado o caráter compreensivo e implicativo de vivência do desdobramento de possibilidades, o caráter de ato, de ação, e a sua intrínseca constituição como consciência, a partir do impulsionamento de seus níveis pré-compreensivos, a consciência pré-reflexiva, a cognição, a ação, é, própria e especificamente, acontecer. Diferentemente da consciência explicativa, teorética; e do comportamento -- que é um tipo de desconscienciação; que são o modo de sermos da experiência do acontecido.

O caráter de constituição como sentido, como consciência, como cognição, como ação, pré-reflexivas; a constituição compreensiva e implicativa cognitiva da ação, a partir de seus níveis pré-compreensivos; além de dar ao desdobramento compreensivo das possibilidades o seu caráter deacontecer, dá-lhe, também o seu caráter de aparecimentocomo consciência, como cognição, pré-reflexiva. Fenomenológico.

As possibilidades, em seus desdobramentos compreensivos e implicativos, a ação, são, assim, aparescentes, como consciência pré-reflexiva, como sentido. Em seus desdobramento como processo gestaltificativo de formação de figura e fundo, as possibilidades têm a condição de termos de uma linguagem pré-verbal, como observa Heidegger. Como fala e argumentação pré-verbais, como já observava Brentano.

Este aparecer das possibilidades em seus desdobramentos, como sentido, como consciência e cognição pré-reflexivas, é que se constitui, que aparece, como fenomeno.

Fenomeno que se dá como logos, e que é o fenomeno logos da Fenomenologia, enquanto ontológica e dialógica, enquanto ética, estética e poiética, fenomenética.

A palavra Grega phainomenon, que dá origem ao termo e ao conceito de fenômeno, tem a conotação de brilho, de aparecimento. É a mesma que dá origem à palavra e ao conceito de faísca, por exemplo.

De modo que o fenômeno é o que se manifesta por si mesmo (Heidegger), que aparece e que brilha como consciência, como ação pré-reflexivas. Ou seja, que brilha como consciência no próprio acontecer de seu aparecimento.

E não como a repetição do acontecido da consciência reflexiva, teorética, explicativa.

Neste sentido é que a consciência e a ação pré-reflexivas, compreensivas e implicativas, são eminentemente fenomenológicas. Fenomenáticas. Fenomenéticas.

 

6. A VIVÊNCIA FENOMENOLÓGICA DA AÇÃO, DA CONSCIÊNCIA PRÉ-REFLEXIVA, A VIVÊNCIA DO DESDOBRAMENTO COGNITIVO, COMPREENSIVO E IMPLICATIVO, GESTALTIFICATIVO, DE POSSIBILIDADES, É, PRÓPRIA E ESPECIFICAMENTE, O PRESENTE.

 

O presenteé o modo de sermos da ação, da ação e consciência pré-reflexivas. Modo de sermos do acontecer, da vivência do acontecer, enquanto modo de sermos da vivência de possibilidades, e da vivência do desdobramento de possibilidades. Modo vivenciativo de sermos.

Como forças, sempre em desdobramento, as possibilidades são finitas enquanto tais. Ao se finarem, ao decairem (Heidegger), em suas forças, em seus desdobramentos, as possibilidades secoisificam, Constituem-se instalativamente como coisas. Instalativas. De modo que uma coisa, uma não coisa, ação (vivência), é a possibilidade, enquanto força em seu desdobramento compreensivo; e, outra coisa, a possibilidades realizada, atualizada, coisificada, instalada. Uma não coisa (vivência), ação, é a getaltificação enquanto vivência; outra coisa é a gestalt realizada, atualizada, coisificada.

A condição de coisa é a condição da possibilidade decaída, instalativa.

Não é inércia, não obstante, não é inerte. Porque ainda guarda em si o germe da possibilidade. Que se atualiza quando, mais uma vez, vivida esteticamente, pré-reflexivamente, fenomeenológico existencial e dialogicamente, como ação, como possibilidade em desdobramento, no modo pré-objetivo e pré-subjetivo de sermos.

Na sua condição decaída de força, a coisa é ação lentificada, é lentificação.E é isto que significa instalação.

Possibilidade decaída, lentificada, instalação, a coisa é designada pelos Gregos como a condição de ente.É o ente.A coisa que se constitui como instalação, com o desdobramento e exaustão da força de possibiidade da ação.

O ente decorre, assim, não só da anterioridade da ação, mas da própria condição de possibilidade da ação; que, no decurso de sua performação, de sua performance, a enforma, enforma a coisa, na sucessão de um processo, gestáltico, gestaltificativo, de formação de figura e fundo.

De modo que, se a coisa constituída, instalada, é o ente, o modo anterior de sermos da ação compreensiva, no qual a ação se desdobra cognitivamente -- como desdobramento pré-reflexivo de possibilidades, e que a condiciona, modo de sermos fenomenológico existencial e dialógico da ação compreensiva e implicativa --, é o modo de sermos pré-coisa, o modo de sermos pré-ente, o presente -- especificamente. O modo de sermos do presente.

O modo fenomenológico existencial de sermos, vivencial, fenomenológico existencial e dialógico, compreensivo e implicativo, modo epistemológico de sermos da consciência, da ação, pré-reflexiva, é o modo de sermos, portanto, do presente.

 

7. O PRESENTE, A PRESENÇA, SÃO ATUAIS, ESPECIFICAMENTE SÃO A ATUALIDADE, E SÃO EXPERIMENTAIS. FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAIS, DIALÓGICOS, EXPERIMENTAIS.

 

O presente a presença são, não só, eminentemente atuais, como são eminentemente experimentais.

É no modo vivencial de sermos do presente, fenomenológico existencial e dialógico, compreensivo e implicativo, que se dá a vivência de possibilidades, e a vivência do desdobramento de possibilidades, em que se constitui a ação. O modo de sermos do presente é o modo de sermos da ação, é o modo de sermos do ato, da atualização, da atualidade.

A ação, como desdobramento de possibilidades, é eminentemente experimental, no sentido fenomenológico existencial. A ação é dialógica. Vinculação entre eu e um possível que se desdobra a partir da alteridade pré-compreensiva e radical de um tu.

O que quer dizer que a ação, o desdobramento de possibilidades, demanda o correr o risco da incerteza, o tentar e o atentar-se pela posssibilidade do incerto, pela incerteza do possível.

Este disposição de tentar, este afirmar a infirmeza do desdobramento do possível incerto, e, portanto, arriscado; esta disposição de correr o risco de afirmação da incerteza possível, potente, é o que dá sentido ao radical do verbo perire,em Grego. Que significa arriscar, tentar.

Radical, perire, que dá origem, em Portugues, a palavras e conceitos, especificamente fenomenológicos, de experimentação, de empírico; ea palavras como respiração, pirata, piração, perigo.

De modo que, atual, o presenteé eminentemente, própria e especificamente, empírico (no sentido fenomenológico), e experimental. Perigante.Empírico quer dizer sem teoria. E, junto com a experimentação fenomenológica envolve o tentar e arriscar a incerterza da atualização do possível. Do desdobramento compreensivo e implicativo de possiblidades.

A consciência e ação pré-reflexivas, fenomenológico existenciais e dialógicas, compreensivas, gestaltificativas e implicativas, são, assim, própria e especificamente,atuais. Presentes. Empíricas. E experimentais.

 

8. A CONSCIÊNCIA, A COGNIÇÃO, E A AÇÃO, PRÉ-REFLEXIVAS, FENOMENOLÓGICAS, O PRESENTE E A PRESENÇA, SÃO COMPREENSIVOS, IMPLICATIVOS, GESTALTATIVOS

 

Compreensão, implicação, gestaltificação são termos e conceitos sinônimos, do ponto de vista gestáltico. São termos e conceitos que se referem à característica organiz/ação integrada e fluente da consciência pré-reflexiva, da ação, fenomenológico existencial e dialógica, compreensiva, e implicativa, em totalidades significativas, que se sucedem como o processo de formação de figura e fundo da vivência da criação, e como a criação objetiva da coisidade instalativa do mundo.

O primeiro dado é o de que aconsciência pré-reflexiva se organiza como um fluxo de integr/ações de multiplicidades de possibilidades. Na verdade, o que chamamos de possibilidade é unific/ativa, mas não é única. A vivência de possibilidade é a vivência integrada, a vivência da integr/ação de multiplicidades de forças, de multiplicidades de possibilidades. Que se unificam formativamente, a partir da interação das forças de suas dominâncias, como vivência dos processos de formação de figura e fundo.

Cada possibilidade vivenciada se constitui, em seu desdobramento, assim, como consciência pré-reflexiva, gestaltificante, compreensiva, implicativa.

Forças, sentido, vivências de sentido (logos), as possibilidades, competem e argumentam entre si. De modo que vão organizando suas dominâncias, segundo suas hierarquias plásticas, num processo vivencial de formação, de per-formação, de per-formance, de per-feição (perfeição, um modo de fazer),de per-feccionamento, de figura e fundo. Que é o fluxo da consciência pré-reflexiva. Que é o fluxo da ação. Ação que é consciência e conscientização pré-reflexivas. Este é o processo de formação de gestalts, o processo de formação de figura e fundo, a implicação (implic-ação), a compreensão, a gestaltificação, a partir dos fluxos cognoscíveis da ação, dos desdobramentos das possibilidades.

A consciência e a ação pré-reflexivas, desdobramento gestáltico, implicativo, compreensivo, de possibilidades, pode ser de dois tipos: (1) meramente cognitiva, ou (2) prolongar-se muscularmente, como consciência pré-reflexiva e ação cognitiva e muscular. De modo que a ação pode ser meramente cognitiva, ou cognitiva e muscular.

A designação de gestaltificação para o fluxo de organiz/ação da consciência, ação, pré-reflexiva buscou, de um modo muito fértil, captar o processo de organiz/ação do fluxo vivencial de integração da vivência das possibilidades em seus desdobramentos como ação. Na sua vivência, as possibilidades se dão como gestalts. Como totalidades significativas. Totalidades significativas, gestalts, compostas, enquanto tais, por outras totalidades significativas, por outras gestalts. Todas as totalidades significativas são compostas por outras possibilidades, por outras totalidades significativas, na sucessão interminável dos processos de formação de figura e fundo.

Na vivência cognitiva da organiz/ação, na gestaltific/ação, da dominância de suas forças plásticas, poiéticas, as possibilidades, enquanto consciência e ação pré-reflexiva, dão-se antes, como tais, como totalidades significativas, como gestalts.

Totalidades significativas que são, na sua organiz/ação plástica, diferentes da soma de suas partes.Sucessivamente, as gestalts partes vão então, posteriormente,figurando, contra o fundo de seu conjunto, nos processos de figuração, de configuração: de formação de figura e fundo.

A vivência imediata da multiplicidade organiz/ativa de possibilidades, gestáltica, na constituição da consciência e da ação pré-reflexivas, fenomenológico existenciais e dialógicas, é o que podemos chamar de plexo. Plic,originalmente, no Grego. Plic é plexo. Que vai dar origem a termos como complexo, múltiplo, plural, e, sobretudo, perplexo, perplexidade, dentre outros. A raiz plicreferia-se, originalmente, ao entrançamento da crina e do rabo dos cavalos. Multiplicidades organizadas.

Como se a vivência articulada de possibilidades, no fluxo da momentaneidade instantânea da consciência e da ação pré-reflexivas, fosse uma entrançação.Esta vivência é a vivência do plexo, doplic.

Na imediaticidade desta vivência pré-relexiva do plexo estamos na implicação.

A compreensãotem o mesmo sentido que gestaltificação,e que implicação. Acompreensão -- gestaltificação, implicação -- é a capt/ação cognitiva, gestaltific/ativa, abrangente, dos sentidos pré-reflexivos dos plexos da multiplicidade de possibilidades, nas organiz/ações de suas dominâncias. A compreensão tem assim o mesmo sentido que implicação, e que gestaltificação, como constituição cognitiva -- nos processos de formação de figura e fundo, e na constituição da coisa -- da consciência e ação pré-reflexivas; fenomenológio existenciais dialógicas, enquanto articulações da multiplicidade das possibilidades em seus desdobramentos ativos.

 

9. A CONSCIÊNCIA E A AÇÃO PRÉ-REFLEXIVAS SÃO DIALÓGICAS

 

O caráter dialógico perpassa toda a momentaneidade instantânea ação, fenomenação, da vivência pré-reflexiva da experimentação ontológica, fenomenológico existencial, compreensiva e implicativa, gestaltativa.

A vivência ontológica fenomenológico existencial, a vivência da ação, gestaltificação, se dá toda ela como vivência compreensiva, implicativa, gestaltficativa, no âmbito vivencial da esfera do inter, da esfera do entre. Que vincula e caracteriza a dualidade de uma relação com a alteridade radical de um tu – no âmbito da relação com a natureza não humana, no âmbito do inter humano, e no âmbito da relação com o sagrado --, a dualidade de uma dialógica eu-tu.

Como acontecer, a vivência ontológica fenomenológico existencial dá-se no âmbito da ação, no âmbito do desdobramento compreensivo de possibilidades. De modo que dá-se na esfera do inter da relação dialógica, processo de desdobramento de possibilidades. Dá-se numa dualidade em que um eu se remete a um tu, da mesma forma que o tu também se remete ao eu. O tu, alteridade radical, desvela-se sucessivamente, como sentido compartilhado, na esfera de sentido do inter, do entre, que é a relação eu-tu. O eu é igualmente vivência de possibilidade, e desdobra-se na vivência da interação com um tu, que, possível, desdobra-se na interação. Este sentido que se desdobra na esfera dialógica do inter – inter humano, por exemplo -- é o sentido do dia-lógico. A produção compartilhada de sentido, como vivência compartilhada de possibilidades, e do desdobramento de possibilidades, na esfera ontológica, fenomenológica, dialógica, do inter.

Que se constitui como experimentação e hermenêutica do eu, hermenêutica do tu, e hermenêutica do eu-tu, no âmbito do dialógico.

 

10. A CONSCIÊNCIA-E-AÇÃO PRÉ-REFLEXIVA, FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAL, COMPREENSIVA E IMPLICATIVA, GESTALTIFICATIVA, É ONTOLÓGICA

 

A cognição, a consciência e ação pré-reflexivas, fenomenológico existenciais, compreensivas, e implicativas, gestaltificativas, estéticas e poiéticas, hermenêuticas, são, própria e especificamente, ontológicas. Constituem o modo ontológico de ser humano. A vivência do modo, do ethos, mais característico e definidor do ser humano.

Este ethos é marcado pela vivência cognitiva de possibilidades, e pela vivência do desdobramento de possibilidades. Em particular, assim, pela constituição das possibilidades, em seus desdobramentos, como sentido. Como logos. Fenomeno logos, dia logos, epistemo logos, onto logos.

Este logos, sentido,que se constitui a partir do desdobramento compreensivo e implicativo de possibilidades é a característica mais definidora do humano. Sua característica ontológica,portanto.

O sentido que originariamente experienciamos neste modo ontológico de sermos, como experiência e experimentação hermeneuticas da consciencia e ação pré-reflexivas, é um sentido que, caracterizando o humano, especificamente é sentido ontológico.

 

11. A CONSCIÊNCIA-E-AÇÃO PRÉ-REFLEXIVAS SÃO EPISTEMOLÓGICAS

 

Vivência fenomenológico existencial e dialógica de sentido, compreensivo e implicativo, gestaltficativo, cognitivo portanto, a consciência e ação pré-reflexivas, eminentemente lógicas, são conhecimento. São o modo ontológico de conhcermos.

Conhecimento ontológico, fenomenológico existencial compreensivo e implicativo – pré-reflexivo. Diverso, portanto, do conhecimento explicativo teorético, reflexivo, característico da dicotomia sujeito-objeto.

No âmbito da epistemológica do conhecimento compreensivo e implicativo não estamos ainda no âmbito da dicotomia sujeito-objeto. Mas no âmbito vivencial, não coisificado, da dialógica eu-tu.

Um conhecer compreensivo e implicativo, fenomenológico existencial, é um conhecer sem objeto, é uma ciência sem objeto. Mas um conhecer, uma ciência, no âmbito da dialógica eu-tu. É o acontecer do conhecimento, em sua epistemológica ontológica, fenomenológico existencial, compreensiva, implicativa, gestaltativa. Epistemológica, portanto.

 

12. A CONSCIÊNCIA E AÇÃO FENOMENOLÓGICA É ESPECIFICAMENTE, EM SI, SUPERAÇÃO.

 

Como observamos, a exaustão da possibilidade, o decaimento, na performance da ação – a desatualização envolvida na atualização, como Buber observa – constitui a coisa em sua instalação. Em sua condição instalativa, a coisa, portanto, é o acontecido. É o passado. Que, em sua condição de possibilidade progressivamente exaurida, impossibilidade progressiva, constitui a angústia, segundo a elucidação heidggeriana.

Instalativa, a coisa é virtual. Porque nela a possibilidade dorme ainda, como a brasa que ainda subjaz à cinza... A própria angústia de sua experiência já é nela o desperatar de possibilidades, do desdobramento de possibilidades, que nela se encontravam instaladas, e ignotas.

O recrudescimento intensional da ação na instalação da coisa já é superação desta instalação. Superação intríseca da coisa na finitude de suas possibilidades. O resgate do possível, nos fluxos de sua atualização.

Daí a soberba constatação de Zaratustra8:

E eis o que segredou-me a existência, eu sou aquilo que se auto supera indefinidamente...

 

13. UMA METODOLOGIA GESTALTFICATIVA É UMA METODOLOGIA QUE ELEGE PRIVILEGIAR A VIVÊNCIA FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAL E DIALÓGICA, GESTALTIFICATIVA, COMPREENSIVA E IMPLICATIVA, DA AÇÃO, A SUA AFIRMAÇÃO, COMO AFIRMAÇÃO DA AFIRMAÇÃO. Que é a cognição, a consciência, a ação, pré-reflexivas, fenomenológico existenciais e dialógicas, compreensivas, implicativas: gestaltificativas. Hermeneuticas e experimentais.

 

A metodologia gestaltificativa, assim, é uma ética e uma metodológica da ação, da atualização, e da superação. Uma estética e uma poiética da atualização, da ação, e da superação. Uma estética e um poiética, uma ética, da existência.

Uma metodologia, uma ética, de privilegiamento da criação e de desdobramento da dialógica inter humana da pontualidade momentânea de uma relação fenomenológico existencial. Relação esta que decorre no modo ontológico de sermos, no modo da consciência, da cognição, da ação, pré-reflexivas, fenomenológico existenciais e dialógicas, compreensivas, implicativas, gestaltificativas. Relação que permite e potencializa a vivência fenomenológico existencial experimental, e hermenêutica, de possibilidades; e do desdobramento de possibilidades. Que permite e potencializa a vivência e afirmação do desdobramento da ação, compreensivação.

Uma ética, uma metodologia, que privilegiam a vivência e o desdobramento da ação, da atualização, e da superação, como afirmação da vivência de consciência e da ação pré-reflexivas, que é a vivência fenomenológico existencial e dialógica de possibilidades, e do desdobramento cognitivo de possibilidades, que é compreensiva, implicativa, gestaltficativa.

A metodologia, a ética, gestaltificativas são uma ética e uma metodologia, portanto, que se recusam a privilegiar o modo explicativo de sermos. Uma ética e uma metodologia que se recusam, assim, a privilegiar o modo cientificamente explicativo de sermos; que se recusam a privilegiar o modo teorético de sermos, ou a privilegiar o modo moralista de sermos, o modo pragmático de sermos, o modo comportamental de sermos, o modo técnico, e se recusa, inclusive, a privilegiar o modo realista de sermos – já que é fundada, enquantotal, no modo de sermos do possível, e não o modo de sermos da realidade.

A vivência do desdobramento de possibilidades é em si afirmativa.

Como forças, as possibilidades são, em seus desdobramentos compreensivos, já, em si, afirmativas. Mas, enquanto tais, as possibilidades são ainda infirmes, e demandam, como tais, a afirmação.

A vivência do desdobramento de possibilidades, a própria ação, é, em si, dialógica. O que quer dizer que é relação eu-tu com a potência, com a possibilidade, com a força emergente, de uma alteridade radical. Que só se desvela no processo de seu desdobramento, de sua atualização. Um processo, portanto, afirmativo e potente. Que envolve a certeza da sua potência. Mas que envolve, também, uma incerteza fundamental quanto aos seus desdobramentos e teleologia.

De modo que afirmar a vivência da força de possibilidades envolve uma disposição tentativa, e o correr o risco da incerteza de seus processo e consequências.

Essa disposição tentativa de correr o risco da incerteza da atualização de possibilidades, esta disposição de tentar, esta disposição de correr o risco do desdobramento da ação, é o que constitui a experimentaçãopropriamente dita (do Grego perire) especificamente fenomenológico existencial.

De modo, que uma metodologia e uma ética gestaltficativas são uma metodologia e uma ética eminentemente experimentais, neste sentido fenomenológico existencial, gestáltico. Que se dispôe, essencialmente, a tentar e a arriscar o desdobramento de possibilidades, o desdobramento da ação, da atualização, e da superação.

A atualização de possibilidades, a vivência do desdobramento de possibilidades, enquanto consciência e ação pré-reflexivas, é especificamente, como sabemos, um processo cognitivo, um processamento cognoscente. Na medida em que, em seus desdobramentos, as possibilidades, própria e especificamente, se constituem como consciência pré-reflexiva, como consciência compreensiva e implicativa.

Este processo de conscientiz/ação pré-reflexiva, compreensiva e implicativa, inerente à possibilidade em seus desdobramentos, e que se dá vivencialmente, fenomenológico existencialmente, como um processo implicativo, gestáltico, de formação de figura e fundo, e, no limite, como um processo de formação da própria coisa, na virtualidade de sua coisidade instalativa, é o que entendemos como interpretação, no sentido fenomenológico existencial. É uma hermenêutica – arte da interpretação9 --, a hermenêutica no sentido fenomenológico existencial, compreensivo e implicativo.10

De modo que a ética e a metodologia gestaltficativa, fenomenológico existencial e dialógica, compreensiva e implicativa, gestaltficativa, são própria e especificamente uma hermeneutica, uma hermenática compreensiva e implicativa.

 

14. A VIVÊNCIA GESTALTIFICATIVA, GESTÁTICA, VIVÊNCIA ONTOLÓGICA, FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAL E DIALÓGICA É UMA ÉTICA, ESTÉTICA, POIÉTICA.

 

Com suas características peculiares, a vivência gestaltificativa, compreensiva, implicativa, fenomenológico existencial e dialógica, é um modo radical (de raiz) de sermos. E, como tal, é especificamente uma ética. É estética, e a poiética.

É radicalmente diversa da teorética, por exemplo. Na medida em que, basicamente, a teorética se dá no modo de sermos do acontecido, quando se constituem o sujeito e o objeto. Constituindo-se como a contemplação de um objeto por um sujeito. Ambos não mais um acontecer, não mais ação, não mais desdobramento de possibilidades, mas acontecido,especificamente.

A ética estética e poiética da vivência de consciência e ação pré-reflexivas, gestaltificativas, fenomenológico existenciais e dialógicas, compreensivas e implicativas, é, em particular, acontecer. É da ordem da ação, da ordem do desdobramento de possibilidades.

E, como tal, o acontecer fenomenológico existencial, é especificamente o jeto, pro-jeto; o jeto, o jato, do desdobramento de possibilidades, da ação compreensiva.

E não o sub-jeto, ou o ob-jeto.

De modo que a experiência gestaltificativa da ação dá-se como a relação dialógica eu-tu da ação compreensiva. E não como dicotomia sujeito-objeto. Tudo que a relação eu-tu não é, é relação sujeito-objeto. Já que é um modo de sermos que é anterior à constituição de ambos, e de sua dicotomização.

A fenomenética da experiência gestaltificativa da ação, e da consciência pré-reflexiva, estética, poiética, é também diversa da ética da pragmática, pragmética? Já que a pragmática se pauta pelo privilegiamento da utilidade, e da ação funcional.

A fenomenética, a estética, a poiética, em sua característica de ação, e da condição do ator, não são objetivas -- nem subjetivas. São, de um modo diverso de ser, anteriores à constituição do sujeito e do objeto, e anteriores, portanto, ao modo de sermos da utilidade, e da funcionalidade. A ação, estética e poiética, é sempre superação, é disfuncional, é superação, e nunca adaptação, ou ação funcional.

A epistemologia e ética pragmáticas, pragméticas (?), se pautam pela utilidade e pela ação funcional. Que, efetivamente, não são da ordem da ação... Na medida em que a ação propriamente dita, como atualização compreensiva de possibilidades, é inútil, inutilmente produtiva; é compreensiva, fenomenológico existencial, e intrísecamente disfuncional. Já que é eminentemente, própria e especificamente, superação. Não se pautando pela nem pela utilidade, nem pela funcionalidade da adaptação.

 

15. A VIVÊNCIA GESTALTIFICATIVA, GESTÁTICA, CONSCIÊNCIA E AÇÃO PRÉ-REFLEXIVAS, FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAIS, É FENOMENÉTICA. FENOMENÁTICA. HERMENÊUTICA. HERMENEUTICÁTICA.

 

A vivência de consciência e a ação pré-reflexivas se constituem como desdobramento compreensivo de possibilidades. Em seus desdobramentos, as possibilidades surgem ainda pré-compreensivamente, no âmbito pré-compreensivo das forças, que a Ontologia, em particular a ontologia fenomenológica de Heidegger designa como Ser. Pré-compreensivas, as possibilidades paulatina e inexoravelmente vão se constituindo como cognição pré-reflexiva, fenomenológico existencial e dialógica, compreensiva e implicativa. Fenomenéticas, fenomenáticas.

Este desdobramento das possibilidades é própriamente hermenêutico, é hermenático, é hermenético. Própria e especificamente como devir da ação compreensiva. Que especificamente se desdobra da esfera ontológica pré-compreensiva do Ser, para a compreensão -- como processo gestáltico de formação de figura e fundo --; e para o decaimento na esfera ôntica dos seres, dos entes, esfera dos entes coisificados em sua coisidade instalativa.

Processamento cognitivo que representa a emergência de formas inéditas, na sucessão performática dos processos de formação de figura e fundo. Tanto enquanto vivência pré-refelexiva inédita, de formação de figura e fundo; como na constituição da prória coisa como forma inédita, que, mesmo como coisa, é inédita e única, novidade absoluta.

Esta emergência e desdobramento da ação, da possibilidade, é especificamente hermenêutica, hermenética, hermenática. A hermeneutica especificamente compreensiva e implicativa, fenomenológico existencial.

Literalmente, a hermenêutica é a arte de Hermes.

Hermes era um dos deuses Olímpicos encarregado, dentre outros encargos, de transmitir e traduzir, interpretar, para os humanos da planície a mensagem dos deuses do Olimpo. Fazia o nexo, assim, entre dois mundos, o dos deuses Olímpicos e dos homens. Por isso Hermes é o artista da interpretação. Interpretação, e hermenêutica, estas que, em termos da ontologia fenomenológica e existencial hermenêutica de Heidegger, é entendida como a vivência compreensiva do desobramento da possibilidade, como ação e como consciência pré-reflexiva, desde seus níveis pré-compreensivos, passando por seus processamentos gestálticos, implicativos, compreensivos, e desaguando na condição instalativa da coisa criada.

De modo que a vivência da ação, pré-reflexiva, fenomenológico existencial e dialógica, compreensiva, gestáltica e implicativa, é a própria experiência da interpretação fenomenológico existencial compreensiva, a própria experiência hermenêutica. Hermenática, hermenética -- arte da interpretação, neste caso, especificamente, compreensiva. Uma vez que a dialógica da interpretação fenomenológica da ação compreensiva, gestaltificativa, como desdobramento compreensivo de possibilidades, é o trânsito entre as duas dimensões de sermos, a dimensão ontológica, fonte do possível --, e adimensão ôntica. Isto é a existência. Heidegger diria que o homem é o ser hermenêutico por excelência.

 

16. A CONSCIÊNCIA, A AÇÃO, PRÉ-REFLEXIVA É DESPROPOSITAL, É DESPROPOSITATIVA, É DESPROPÓSITO; NÃO É DA ORDEM DO MODO DE SERMOS DAS RELAÇÕES DE CAUSA E EFEITO.

 

A consciência e a ação fenomenológicas, compreensivas e implicativas, gestáticas, dão-se como a vivência dialógica, compreeniva e implicativa, do fluxo do desdobramento compreensivo de possibilidades. Que, experimental, e hermenêuticamente, desvelam-se, na improvisação, em seus sentidos compreensivos e implicativos. Na vivência da ação fenomenológica somos o fluir do devir dos desdobramentos presentes e atuais das possibilidades. Fluir do devir este que não comporta, e que não ocorre no modo de sermos da causalidade, no modo de sermos das relações de causa e efeito. Cujas condições residem no modo de sermos da causalidade instalativa.

A causalidade, as relações de causa e efeito vigoram, assim, no modo acontecido de sermos, no qual, como Buber observa, tudo passa por causa e efeito.

Fora do modo de sermos da causalidade, desproposital, vigora, no desdobramento fenomenológico da ação compreensiva, a experimentação e a hermenêutica fenomenológico existencial, desproposital, despropositativa.

E produtiva, poética, crativa, enquanto tal.

 

17. A CONSCIÊNCIA, A AÇÃO, PRÉ-REFLEXIVA É INUTILMENTE PRODUTIVA, NÃO É DA ORDEM DO MODO DE SERMOS DOS ÚTEIS, DOS USOS E DAS UTILIDADES.

 

Um útil, um uso, uma utilidade, são, sobretudo, objetos, são, sobretudo, coisas. Coisas materiais ou coisas mentais. Mas coisas, na virtualidade de sua coisidade instalativa. São objetos, coisas, acontecidos. Constituídos com a exaustão do modo de sermos do acontecer, como acontecidos.

São, assim, antinômicos com relação à consciência pré-reflexiva, com relação à vivência, com relação à ação pré-reflexivas. Na medida em que, a consciencia e ação pré-reflexivas, a ação compreensiva, não são da ordem da coisidade, não são da ordem do acontecido. Mas, própria e especificamente, da ordem da vivência da ação, anterior; da ordem do acontecer; anteriores à condição da coisidade instalativa, acontecida; como vivência compreensiva e implicativa do desdobramento de possibilidades.

O modo de sermos explicativo, não implicativo, do acontecido, da coisidade instalativa, não é, como a ação compreensiva, produtivo; não é desdobramento de possibilidades, e de sentido; não é hermenêutico, não é poiético.

O produtivo, o hermenêutico, o poiético, são próprios à atualidade e à presença, características do modo fenomenológico existencial de sermos da vivência compreensiva do desdobramento de possibilidades; são próprios ao modo de sermos da ação compreensiva e implicativa, gestáltica; ao modo de sermos, portanto, do acontecer.

Este modo de semos, como modo de sermos da atualização, da realização de possibilidades é que, ainda que seja o modo inútil de sermos, é o modo produtivo de sermos. É o modo de sermos da inutilidade produtiva, da inutilidade poiética.

Apenas quando se esgota a episódica momentaneidade instantânea da ação, apenas quando se esgota o desdobramento compreensivo de possibilidades, do modo de sermos do acontecer, da poiética da inutilidade produtiva -- modo fenomenológico existencial de sermos, compreensivo, implicativo, gestaltificativo --, é que se constitui o modo de sermos do acontecido, o modo de sermos da realidade, dos úteis, dos usos, das utilidades. Que só virtual e instalativamente é possibilidade, desdobramento de possibilidades.

Usamos os úteis, os usos, as utilidades, no modo acontecido de sermos da coisidade instalativa. Mas quando se trata de criarmos, inclusive de criarmos os úteis, os usos e as utilidades, só podemos fazê-lo no modo ontológico de sermos da inutilidade produtiva, modo de sermos poiético da criação, como vivência da atualização de possibilidades. Modo ontológico de sermos, fenomenológico existencial e dialógico.

 

18. A CONSCIÊNCIA E A AÇÃO PRÉ-REFLEXIVAS NÃO SÃO DA ORDEM ACONTECIDA DA REALIDADE. A CONSCIÊNCIA E A AÇÃO PRÉ-REFLEXIVAS SÃO ACONTECER, ATUALIDADE, PRESENTE E PRESENÇA; ATUALIZAÇÃO, PRESENTIFICAÇÃO, REALIZAÇÃO. NÃO SÃO DA ORDEM DO MODO DE SERMOS DO ACONTECIDO; NÃO SÃO, PORTANTO, DA ORDEM DO MODO DE SERMOS DA REALIDADE.

 

A realidade é a dimensão coisificada, reificada e realizada, do acontecido. Esfera da instalação da coisa, é a esfera do ente, a esfera ôntica (do ente), do acontecido. Que se constitui em seguimento ao acontecer.

A ação, o desdobramento compreensivo da ação, como desdobramento compreensivo e implicativo de possibilidades, é o acontecer. Ação cognitiva, o acontecer não é o modo de sermos da coisa, do ente; mas o modo de ser, própria e especificamente, do pré-ente, do presente.

O acontecer da vivência ontológica fenomenal não é da ordem da coisa, não é da ordem da coisidade instalativa, não é da ordem do acontecido, do realizado, do atualizado. Não é, portanto da ordem da realidade. Mas da ordem da consciência pré-reflexiva da ação, da ordem da vivência que é anterior à objetividade e à subjetividade. Modo dialógico, fenomenológico, ontológico, de sermos do ator, do inspectador. Modo de sermos do presente e da vivência do desdobramento do possível. Enquanto que a realidade é, própria e especificamente, o modo de sermos do passado.

Assim, o modo de sermos da ação compreensiva e implicativa é o modo de sermos do presente, da presença e da atualidade, e não o modo passado de sermos da realidade. Acontecido, coisidade instalativa, o modo de sermos da realidade não é ação compreensiva, não é a momentaneidade instantânea do acontecer do desdobramento compreensivo e implicativo de possibilidades.

 

19. OTIMIZAÇÃO DA GESTALTIFICAÇÃO

 

Podemos dizer que, arriscada e tentativa, fenomenológico existencial experimental e hermenêutica, a experiência vivencial, fenomenológico existencial, tem um caráter de qualidade, de qualificação e de otimização.

A qualidade de sua expressividade plástica, criativa e poieticamente produtiva, é o critério.

A vivência de possibilidades é vivência múltipla e multiplamente articulada de forças, de possibilidaes em desdobramento, que se aperfeiçoam nas organizações estéticas e poiéticas de suas expressões, como processos de formações de figura e fundo. A integração e a qualidade expressiva e hermenêutica da vivência decorrem da qualidade estética e poiética, da vivência de sua característica gestalticativa.

O caráter gestaltificante da experiência da ação fenomenológica é que permite a qualidade da expresssividade de suas forças, forças plásticas, na qualidade e sutileza de suas formas, e dos processos de suas formações.

As possibilidades que geram, na vivência de seus desdobramentos, as formas da consciência, enquanto processos de formação de figura e fundo, e mesmo a forma final das coisas, em suas instalatividade, são múltiplas sempre, e articuladas gestalticamente, compreensiva e implicativamente. E são sutis e detalhativas nas expressões de suas intensidades plásticas. Sutileza e detalhação que decorrem da intensidade da absorção na momentaneidade instantânea da gestáltica da ação, enquanto vivência compreensiva do desdobramento de possibilidades.

De forma que a qualidade, e a otimização da qualidade, de sua expressividade dependem da intensidade da entrega à vivência de seus desdobramentos expressivos, como qualidade da entrega afirmativa a seus processos fenomenológicos, compreensivos e implicativos, de formação de figura e fundo. Como qualidade, qualificação, otimização, de seus processos implicativos e compreensivos, inspectativos, de gestaltificação.

E, naturalmente, esta qualidade de gestaltificação da atualização das possibilidades, de gestaltificação das potências, de gestaltificação das intensidades, decorre e depende do modo, e da intensidade, com que podemos nos absorver na estética da implicação da vivência fenomenológico existencial compreensiva; momentâneamente nos descolando, desportando, na navegação da atualização do possível, do modo explicativo de sermos (...).

 

20. AÇÃO COMPREENSIVA E IMPLICATIVA, PRÉ-REFLEXIVA, E O COMPORTAMENTO. A ação pré-reflexiva, fenomenológico existencial e dialógica, ontológica, compreensiva e implicativa, não é o comportamento. Comportamento e ação são distintos.

 

O comportamento, como modo de sermos da atividade padronizada e repetitiva, acontecida, portanto, é com-portamento. É com-porto. A ação e a consciência pré-reflexivas são des-portamento.

Como modo de semos da atividade padronizada e repetitiva, o comportamento se dá como repetição no modo acontecido de sermos. No qual, quanto mais padronizada e repetitiva a atividade, menos consciente. Quer se trate da consciência teorética, relação sujeito objeto; ou da consciência poiética, estética -- dialógica.

O porto do acontecido, o porto do passado, é o porto do com-portamento.

Já a consciência e ação pré-reflexivas são um desportar.

Presente, vivência fenomenológica, enquanto desdobramento de possibilidades, a ação compreensiva é, especificamente, um desportar, um desportamento do passado, do acontecido. Nos fluxos dos desdobramentos compreensivos de possibilidades.

O estésico é um vento que sopra na Grécia numa época do ano, e que impulsiona as velas dos navios, levando-os a desportarem. Marítimos, filosóficos, e artísticos, os Gregos fizeram metáforas marítimas na concepção da consciência e da ação pré-reflexivas.

Como elas são impulsionadas pelas gestalts, pelas implicações, pelas articulações gestálticas das forças do desdobramento das possibilidades, eles associaram a vivência do desdobramento de possibilidades, ao implusionamento das velas dos navios pelo vento estésio, que os leva a desportarem na navegação. O modo fenomenológico existencial de sermos foi por eles designado, assim, de estesia, a experiência de vivência da ação compreensiva. A experiência deste modo de sermos é, própria e especificamente, a experiência estética.

De modo que, à força das possibilidades, o modo fenomenológico existencial de sermos, modo estético de sermos, modo poiético de sermos, é um desportar, um desportamento, e navegação, à força do desdobramento compreensivo do possível, do potente, da gestáltica fenomenológica da ação.

Assim, se distinguem, em essência, o modo de sermos do com-portamento – modo de sermos acontecido, passado, da repetição --;e o modo de sermos do des-portamento: modo especificamente de sermos do presente, da atualidade e da presença, do desdobramento compreensivo de possibilidades, da consciência e da ação pré-reflexivas.

 

CONCLUSÃO

 

É, assim, característico da experiência e da experimentatividade da metodologia gestaltificativa o privilégio da experiência cognitiva da ação compreensiva implicativa, gestáltica. É característico da metodologia gestaltificativa o dar-se, assim, como vivência do acontecer fenomenológico da ação compreensiva e implicativa. Como desdobramento de possibilidades, na vivência do modo ontológico de sermos.

Modo este de sermos que é anterior à condição coisificada do sujeito, e do objeto, e da dicotomização entre eles. A dicotomização sujeito-objeto permite a teorética -- como modo propriamente reflexivo de sermos. Na vivência do modo teorético de sermos, a teoria se constitui como a contemplação que um sujeito faz de um objeto, no modo coisificado de sermos do acontecido; modo de sermos que constitui, com o seu caráter acontecido e coisificado, as condições do sujeito e do objeto.

A experiência e a experimentação da metodologia gestaltificativa não são, portanto, explicativamente teoréticas, mas, vivência ativa, compreensiva, e implicativa.

Guardam, portanto, as características desse modo de sermos, da ação, da atualização, fenomenológica existencial e dialógica.

Características como a de darem-se, enquanto experiência e experimentação, no modo de sermos implicativo, anterior ao modo de sermos explicativo da teorética e do comportamento. A característica de darem-se, assim, anteriormente ao modo de sermos da ciência explicativa, e do moralismo. A característica de darem-se anteriormente às condições do sujeito e do objeto. De darem-se anteriormente ao modo de sermos da causalidade. A característica de darem-se, da mesma forma, anteriormente ao modo de sermos utilidade. Guardam a característica de darem-se no modo hermenêutico e fenomenológico existencial de sermos, anteriormente ao modo de sermos da técnica. E a de darem-se anteriormente ao modo acontecido e explicativo de sermos da realidade.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BUBER, Martin. Eu e Tu. São Paulo, Cortês, 1983.

BUBER, Martin. Do Diálogo e do Dialógico. São Paulo. Perspectiva, 1985.

DELEUZE, Gilles. Nietzsche e a Filosofia, Rio, Ed. Rio, 1975.

HEIDEGGER, Martin.  El Ser y el Tiempo. Madrid, Fondo de Cultura Económica, 1984.

NIETZSCHE, Frederich.  Assim Falou Zaratustra, Mira-Sintra, Europa-América, 1978.

PALMER, Richard.  Hermeneutica. Lisboa: Edições 70. 1999.

PAZ, Octavio.  El Arco e La Lira. Fondo de Cultura, Mexico, 2002.

 

 

Endereço para correspondencia
Afonso Henrique Lisboa da Fonseca

Endereço eletrônico: E-mail: affons@uol.com.br


Recebido em: 08/10/2012

Aprovado em: 17/12/2012

 

 

Notas

1DELEUZE,Gilles Nietzsche e a Filosofia,Rio, Ed. Rio, 1975. p. 36.
2 DELEUZE, Gilles ibid.
3 HEIDEGGER, Martin El Ser y el Tiempo. Madrid, Fondo de Cultura Económica, 1984.
4 HEIDEGGER, Martin El Ser y el Tiempo. Madrid, Fondo de Cultura Económica, 1984.
5 BUBER, Martin Eu e Tu. São Paulo, Cortês, 1983.
6 PAZ, Octávio El Arco e La Lira. Fondo de Cultura, Mexico, 2002.
7NIETZSCHE, Frederich Assim Falou Zaratustra, Mira-Sintra, Europa-América, 1978.
8NIETZSCHE, op. cit.
9 PALMER, Richard Hermeneutica. Lisboa: Edições 70. 1999.
10HEIDEGGER, Martin El Ser y El Tiempo. Madrid, Fondo de Cultura Económica, 1984.