Editorial

O número 5 da “IGT na Rede” chega com grandes mudanças. Estamos realizando uma verdadeira revolução em sua estrutura, aperfeiçoando a apresentação, a navegabilidade, o processo de submissão de artigos, etc. A revista passa a funcionar de forma mais articulada com a comunidade gestáltica. Estamos buscando desenvolver um conselho editorial bem mais amplo, composto por representantes de vários centros, oriundos de diversas regiões do Brasil e do exterior. Estamos constituindo também uma rede de consultores ad-hoc para que os artigos sejão avaliados e referendados por pelo menos dois membros de nossa comunidade. Todas estas mudanças aproximam mais a comunidade gestáltica da confecção da "IGT na Rede", conferindo a ela uma maior representatividade e também uma maior visibilidade.

Essas mudanças surgem em função da busca da indexação de nossa revista. A indexação de uma revista dá a ela reconhecimento e demonstra a seriedade das produções veiculadas pela mesma. Todos nós que conhecemos a fundo a riqueza, consistência e o potencial de contribuição que a Gestalt-Terapia tem a oferecer sabemos da seriedade e consistência das produções de nossa comunidade, mas não basta que apenas nós saibamos disso. É muito importante buscar a comunicação com o mundo ao nosso redor. Acreditamos que é realmente enriquecedor neste momento desenvolver um fórum de intercâmbio que tenha legitimidade junto a um universo que existe além da Gestalt-Terapia. A Gestalt brasileira já têm maturidade para isso.

Cabe lembrar que no ano que vem (2007) estaremos comemorando 20 anos de encontros nacionais. Isso não é pouca coisa. Vivemos em um país continental com uma diversidade cultural riquíssima, de forma que nos encontros nacionais temos a oportunidade de trocar com pessoas oriundas de contextos extremamente diversificados, mas que possuem uma mesma língua. Nós, que trabalhamos com o desenvolvimento humano, sabemos o quanto uma situação como essa traz inevitavelmente movimento, mudança e amadurecimento.

É riquíssima a troca entre pessoas que possuem uma mesma abordagem, uma mesma língua mas se originam de contextos culturais diversificados. Os dois primeiros aspectos trazem proximidade, a diversidade cultural traz em si a probabilidade de pontos de vistas diferenciados. Uma configuração como essa é rara e produtiva. É fundamental que nós possamos nos dar conta disso. A Gestalt brasileira precisa reconhecer o seu valor, precisa deixar de lado a tendência típica dos países de terceiro mundo de autodesvalorização, para assumir sua importância no desenvolvimento de nossa abordagem a nível mundial.

Gostaria de ressaltar também que, mais uma vez na busca de dialogar com as instituições externas à Gestalt-Terapia estamos encontrando mudança e amadurecimento. Com um pouco de criatividade e muita dedicação estas empreitadas têm trazido muito enriquecimento. Tem sido quase sempre possível encontrar espaços junto a instituições como o CFP, ABEP, etc sem que para isso tenhamos que abrir mão de nossa identidade e de nossos valores mas caros.

Temos certeza de que com o apoio de nossa comunidade alcançaremos em breve mais esta vitória.

Marcelo Pinheiro

<