Laboratório Gestáltico: uma experiência de sensibilização acerca das questões contemporâneas."
Palavras-chave:
Laboratório GestálticoResumo
O “Laboratório Gestáltico: configurações e práticas contemporâneas” é um projeto de extensão universitário que se propõe a ampliar a compreensão de fenômenos contemporâneos, abrangendo temas e práticas sob uma perspectiva gestáltica. É um projeto vinculado ao Instituto de Psicologia da UERJ, agregando professores e alunos, constituindo-se, inclusive, em campo de estágio para alunos interessados na abordagem. Esse trabalho nasce da experiência de sua equipe nuclear (não estão incluídos os professores vinculados) composta no momento por quatro estagiárias há um ano e meio no projeto, e é orientado por suas coordenadoras. Este projeto tem por objetivo a promoção de atividades acadêmicas que buscam resgat ar, no meio universitário e na comunidade leiga, uma outra possibilidade de olhar o mundo, diferente do modelo essencialmente teórico, configurando-se num campo de intervenção e reflexão para produção de um conhecimento aproximado dos aspectos vivos e dinâmicos do cotidiano, e na possibilidade de olhá-lo através do resgate de nossa dimensão sensível. O Laboratório se caracteriza como um espaço de experimentação, onde não só é transmitido um saber, mas há uma troca genuína entre todos os envolvidos. As atividades e temáticas realizadas pelo Laboratório são desenvolvidas por meio de um levantamento de questões a partir do que “nos acontece” e do que nos é solicitado pela comunidade na qual estamos inseridos, possibilitando um aprofundamento teórico contextualizado. Dentre as atividades que realizamos estão incluídas: oficinas, rodas de conversa, mini-cursos, além da participação em congressos e mostras de psicologia, contribuindo para a expansão da abordagem e a troca de conhecimento. Entre os temas trabalhados até então estão: a humanização das relações, a importância do desenvolvimento da sensibilidade, o cuidado, a angústia contemporânea na forma como lidamos com o tempo e sua interferência nas formas de contato contemporâneas, as potencialidades do aspecto lúdico na psicoterapia e na vida, etc. Visto que no último Congresso Brasileiro levamos como proposta de trabalho apresentar nosso projeto, em seu histórico, objetivos e práticas, escolhemos, nesta oportunidade, focar nossa apresentação em algo que para o Laboratório é de suma importância: a experienciação, neste caso, a nossa. Para tal, revisitamos nosso lugar como profissionais em formação e estagiárias do Laboratório Gestáltico. Este movimento em si já se configurou como uma experimentação, uma vez que o mesmo não é possível sem estarmos implicadas no campo e em contato conosco. Seguindo esta trilha, percebemos que encontrávamos aí o primeiro desafio deste trabalho: como tornar possível de ser compartilhado algo coletivo, e ao mesmo tempo tão pessoal, como é a nossa experiência trabalhando em equipe? Percebemos na nossa configuração como grupo de estagiárias a delimitação de um campo onde nossa experiência individual é possível e onde esta se auto-regula. Compreendemos aqui que o que emerge no encontro entre as quatro experiências existentes na equipe, será o que nos norteará ao longo desta narrativa. Ser estagiária do Laboratório Gestáltico é poder experimentar uma posição privilegiada, uma vez que nos foi possível acompanhar de perto, como co-criadoras, os diversos fenômenos nascidos dos encontros. Ter a possibilidade de, saindo da sala de aula, encontrar um espaço onde o importante é dar vez e voz à nossa percepção acerca das questões que nos cercam e nos mobilizam como psicólogos em formação. A partir deste momento, com o intuito de exemplificar a dinâmica acima descrita, destacamos nossa experiência no II Simpósio “Tempo e Vida: Angústias e configurações contemporâneas.”, realizado no ano de 2012, visto que, esta experiência de olhar para o tempo em meio as nossas atividades acadêmicas, e mais especificamente organizando este evento, se deu de forma tão totalizadora que, antes mesmo do evento começar, já podíamos nos dar conta dos nossos processos, das relações que construíamos entre nós e também o “bendito” do “tempo”, que já se impunha de forma preponderante, nos fazendo entrar em contato e, aos poucos, nos levando à tomada de consciência, da qual nos falou Perls, quando a apontou como a geradora da “capacidade para viver no agora, ter capacidade do agora disponível.” (Perls 1977). Posteriormente ao evento as reverberações continuaram, nos abrindo para novas afetações diretamente a ele relacionadas, como as formas de contato contemporâneas. Dessa inspiração, que só foi possível pela oportunidade de experienciarmos um espaço de formação como este, nasceu a idéia de realizarmos nosso III Simpósio, intitulado: “QUANDO EU FALO, VOCÊ ESCUTA? Uma antropologia gestáltica das formas de contato contemporâneas.”. Isso só confirma o quanto os temas e questões que nos mobilizam e direcionam nossas ações como projeto fazem parte de um campo e que, em um movimento contínuo, emergem para nós quando nos colocamos disponíveis para tal. Estar disponível, aberta ao que emerge e sensibilizadas às questões contemporâneas, são aprendizados, que como expusemos acima, perpassam nossa experiência no Laboratório Gestáltico. Além disso, no movimento para preparação deste trabalho, tivemos a possibilidade de nos darmos conta do desejo de levar e multiplicar essa experiência para nossa prática profissional, visto que encontramos nesta forma gestáltica de apreender o mundo algo norteador para nossas ações, assim como de compartilhá-la neste Congresso, apostando na potencialidade integradora desta proposta. Palavra 1: laboratório gestáltico Palavra 2: experimentação Palavra 3: extensão Modalidade de apresentação: Comunicação/ tema livre Área de concentração: Didática e formaçãoPublicado
2015-12-01
Edição
Seção
Temas-Livres