Psicologia do esporte na abordagem Gestáltica

Autores

  • Adriana Amaral do Espírito Santo

Palavras-chave:

psicologia do esporte

Resumo

Os primeiros registros oficiais na área da Psicologia do Esporte no Brasil datam da década de 1950. No entanto, é a partir da década de 1970 que há o início de um efetivo fortalecimento do campo, com um aumento do número de eventos, discussões, cursos e profissionais interessados na teoria e prática do psicólogo relacionada ao esporte. Da mesma forma, no campo da clínica a Gestalt-terapia é introduzida no Brasil nesta década, marcada pela publicação de Thérèse Tellegen, em 1972, do artigo Elementos de Psicologia Gestáltica, no Boletim de Psicologia da Sociedade de Psicologia de São Paulo. Nos anos subsequentes, são constituídos alguns grupos de formação e workshops, encontros científicos, além dos primeiros livros, revistas, teses e dissertações sobre o assunto. No entanto, apesar desta coincidência temporal, hoje vemos uma escassez imensa de psicólogos utilizando a abordagem gestáltica no atendimento a atletas e praticantes de atividade física, sugerindo a tomada de caminhos distintos por parte destes dois campos. Por isso, vem sendo feito um esforço por parte de alguns profissionais Gestalt-terapeutas e psicólogos do esporte em aproximar as duas teorias para que a prática da psicologia do esporte possa se beneficiar dos conceitos da Gestalt, contemplando aqueles profissionais que não se veem representados por algumas outras formas de visão de homem que são predominantes no campo esportivo. Acreditamos que a escolha da abordagem traduz a visão de homem do psicólogo e vai nortear sua compreensão e suas intervenções em qualquer que seja seu campo de atuação. Assim, para além do conhecimento do fenômeno esportivo, da história e sociologia do esporte, enfim, de todo um embasamento que permita compreender o atleta naquele contexto, a visão gestáltica oferece outras possibilidades de diagnóstico e de intervenção mais coerentes com aquilo que o Gestalt-terapeuta acredita. Acreditamos, ainda, que o que norteia esta utilização é o embasamento filosófico, pautado pela Fenomenologia e pelo Existencialismo, que faz com que busquemos não apenas o rendimento esportivo, mas uma transformação mais global, que não diz respeito apenas a problemas pontuais, constituindo uma preparação psicológica e não apenas um treinamento mental. O objetivo do trabalho será ampliar a conscientização do atleta sobre suas formas de pensar, sentir e agir, ampliar sua awareness. No dia a dia do esporte, não é raro identificar atletas que não têm consciência de sua postura, de seus movimentos, de suas reações corporais, de seus sentimentos, enfim, de sua forma de estar e de agir em treinos e competições. Estar alheios a si mesmos os torna mais vulneráveis a fatores externos, podendo sucumbir diante de situações que não seriam tão problemáticas caso estivessem com seu nível de conscientização mais equilibrado. Dessa forma, acreditamos que a Gestalt-terapia e a psicologia do esporte prometem um casamento muito promissor, deixando de reduzir o atleta a resultados, mas alcançando os mesmos através de uma mudança mais profunda e humana. O mundo do esporte não está muito acostumado a isto, mas cabe ao psicólogo esclarecer que demandas podem ou não ser atendidas e de que forma, sem se cobrar dar conta de exigências que violam o ser humano. Assim, este minicurso busca trazer para dentro do contexto esportivo o olhar da Gestalt-terapia, entendida como uma forma de ser e estar no mundo e de entendê-lo sob uma ótica particular e ainda escassa na literatura brasileira de Psicologia do Esporte. Sua proposta é de apresentar aos Gestalt-terapeutas uma introdução sobre o que é, onde e como atua a psicologia do esporte, com embasamento em conceitos gestálticos, com o intuito de apresentar o campo do esporte aos psicólogos com tendência mais clínica e também de oferecer uma outra alternativa de atuação aos mesmos. Para isso, utilizaremos exposição teórica sobre a psicologia do esporte, exemplos de situações que vivenciamos em nosso cotidiano e estudos de casos para que possamos pensar juntos sobre como utilizar a abordagem gestáltica no esporte. Modalidade de apresentação: Minicurso

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Publicado

2015-12-01