MC 01: A RIQUEZA DO GRUPO TERAPÊUTICO COMO MODALIDADE DE ATENDIMENTO E ADEQUAÇÃO À REALIDADE SOCIAL. REFLEXÃO SOBRE O POUCO USO E INCENTIVO DESTA MODALIDADE TERAPÊUTICA
Resumo
MC 01: A RIQUEZA DO GRUPO TERAPÊUTICO COMO MODALIDADE DE ATENDIMENTO E ADEQUAÇÃO À REALIDADE SOCIAL. REFLEXÃO SOBRE O POUCO USO E INCENTIVO DESTA MODALIDADE TERAPÊUTICA Marcia Cristina Estarque Pinheiro Silva É amplamente divulgada entre os profissionais de psicologia a incompatibilidade entre o número de pessoas que necessitam de atendimento psicológico e o número de profissionais disponíveis para realizá-lo dentro de parâmetros financeiros de considerável parte da população do Rio de Janeiro. É muito grande a procura por centros de atendimento psicológico de baixo custo (SPA de Universidades, Institutos de ensino em psicologia e clínicas populares) ou gratuitos (SUS) e, em contra partida, o número de vagas para este atendimento é muito reduzido. É observada também certa dificuldade de inserção e manutenção no mercado de trabalho pelos psicólogos.Esta dificuldade muitas vezes é relacionada por estes profissionais a uma queixa de falta de clientes em seus consultórios com possibilidade de remuneração para seu trabalho. Interessante ressaltar que a grande maioria destes profissionais sequer cogita a possibilidade de um atendimento em grupo, muitas vezes com uma visão de que esta não seja uma modalidade tão eficiente ou até mesmo possível de ser utilizada nos consultórios. Cabe destacar aqui que a busca por atendimento psicológico no Rio de Janeiro ainda se concentra quase exclusivamente, na amostra da autora, dentro de um modelo tradicional, isto é: um psicólogo atendendo um cliente em um tempo de 50 minutos. Este contexto se dá apesar de o trabalho em grupos ter inúmeras vantagens em relação ao atendimento individual, além das vantagens financeiras como bem ressalta Boris, 2007, pg. 181 “Entretanto a economia do trabalho grupal não se limita ao seu preço, geralmente mais barato, mas ao fato de poder mais facilmente ser usufruído por um maior número de pessoas e de tratar de questões mais amplas e compatíveis com a realidade sociocultural. Sua ineficiência e superficialidade também são questionáveis dependendo da disponibilidade dos participantes grupais de se aprofundar em suas questões e da habilidade facilitadora e cooperativa do psicoterapeuta. A profundidade da psicoterapia grupal requer maior confiança, tempo e habilidade, pois lidamos com as atualidades dos vários participantes. O trabalho em grupo é um recurso muito útil para várias situações de atendimento, mas não para todas. O terapeuta deverá observar a possibilidade de acompanhar de perto casos mais graves individualmente. “(...) os grupos como comunidades de aprendizagem cooperativa não são uma panacéia para todos os males.” (Bóris, 2007. pg. 183) A Gestalt-terapia é uma abordagem que conta com conceitos que são extremamente coerentes e consistentes para o trabalho com grupos. Dentre vários destaco a noção de contato, fronteira de contato, awareness, campo e principalmente o embasamento fenomenológico. Minha reflexão parte deste ponto para tentar compreender o que acontece que o recurso de grupo terapêutico não aparece como possibilidade tanto para a clientela – que na maioria das vezes nem conhece este recurso e tão pouco para os psicólogos que muitas vezes também apresentam desconhecimento técnico e preconceitos e, não buscam aperfeiçoamento nesta modalidade de atendimento. O trabalho consistirá em uma breve apresentação em powerpoint de pontos disparadores para uma discussão ampla. Divisão em pequenos grupos para debate mais aprofundado de perguntas disparadoras que serão escolhidas a partir da troca entre o coordenador do mini-curso e posterior troca no grupo mais amplo sobre os debates dos pequenos grupos. Referências bibliográficas BORIS, Georges Daniel Janja Bloc – PSICOTERIA DE GRUPO E WORKSHOP In:Dicionário de Gestaltterapia: Gestaltês - D´Acri, Gladys. Lima, Patrícia. Orgler, Sheila. São Paulo : Summus, 2007, p.180-184 PERLS, F. S. “TERAPIA DE GRUPO VERSUS TERAPIA INDIVIDUAL” In: STEVENS, J. O. (org) – Isto é Gestalt. São Paulo : Summus, 1977, p. 29-36 ZINKER, Joseph. 7. GRUPOS COMO COMUNIDADES CRIATIVAS (p.177-215) In: Processo Criativo em gestalt-terapia. São Paulo : Summus, 2007Downloads
Publicado
2014-09-19
Edição
Seção
Mini-cursos