GD 05: A ESPIRITUALIDADE E A RELIGIOSIDADE NA PSICOTERAPIA GESTÁLTICA
Resumo
GD 05: A ESPIRITUALIDADE E A RELIGIOSIDADE NA PSICOTERAPIA GESTÁLTICA Ênio Brito Pinto A partir da constatação de que o termo “espiritualidade” ainda não tem uma conotação psicológica tão clara quanto seria desejável, será proposto o debate sobre o que se pode entender por espiritualidade em psicologia e como esse conceito se diferencia do conceito de religiosidade. Depois de se propor uma reflexão sobre o campo da psicologia da religião, será discutida a possibilidade de que a abordagem gestáltica possa ser um dos instrumentos da psicologia da religião para a compreensão do complexo fenômeno religioso humano. Esperam-se discussões sobre como essa conceituação pode auxiliar o psicoterapeuta em seu trabalho clínico. Dentre as muitas correntes da psicologia, a Gestalt-terapia é uma das que têm enorme potencial para funcionar como facilitadora do difícil diálogo entre a ciência e a religião. Esse potencial não tem sido suficientemente desenvolvido pelos gestalt-terapeutas: nos principais textos da Gestalt-terapia, em livros, em revistas ou em sites ainda há menos do que seria desejável que se possa relacionar explícita e diretamente à religiosidade e à espiritualidade. O potencial da abordagem gestáltica para o diálogo com a psicologia da religião precisa ser atualizado. Isso implicará em que, num processo psicoterapêutico, a espiritualidade e a religiosidade têm que ter vez, voz, espaço, ouvidos, atenção, presença. Nosso papel, enquanto gestalt-terapeutas, é acolher e ajudar o ser humano como um todo, sua espiritualidade inclusive, até o ponto em que ela, a espiritualidade, componha um diálogo delicado, respeitoso, franco e poético com o sentido da existência. Uma vez estabelecido e consolidado esse diálogo, o que nos resta é humildemente nos recolhermos, nutridos pela deliciosa sensação do dever cumprido, para que nosso cliente possa percorrer sozinho o caminho da integração com o todo, da universalidade e da comunidade. Paradoxalmente, o caminho e o lugar da mais necessária e profunda solidão. Referências Bibliográficas AMATUZZI, M. M. (org.) 2005 Psicologia e espiritualidade. São Paulo: Paulus. ANGERAMI-CAMON, V. A. (org.) 2004 Vanguarda em Psicoterapia Fenomenológico-Existencial. São Paulo: Pioneira. FRANKL, V.E. 1978 Fundamentos Antropológicos da Psicoterapia. Rio de Janeiro: Zahar. HYCNER, R. 1995. De pessoa a pessoa: Psicoterapia dialógica. São Paulo: Summus. MASSIMI, M. e MAHFOUD, M. 1999 Diante do Mistério: Psicologia e senso religioso. São Paulo: Loyola. Neville, R. C. 2001. Ultimates realities:a volume in a comparative religious ideas project. New York: State University of New York Press. PAIVA, G. J. (org.). 2001 Entre Necessidade e Desejo: Diálogos da psicologia com a religião. São Paulo: Loyola. Perls, F. S.; Hefferline, R. & Goodman, P. 1997. Gestalt-terapia. São Paulo: Summus. PINTO, Ê. B.. 2005. As realidades últimas e a psicoterapia. Anais do XI Encontro Goiano de Gestalt Terapia Goiânia - GO, (1),.91-98. ____________ 2006. Gestalt-terapia e as Realidades Últimas no Cristianismo. IGTnR - 2006 - 15 [1] _____________ 2007 Gestalt-terapia de Curta Duração para Clérigos Católicos: Elementos para a prática clínica. Tese de doutoramento. São Paulo: PUC/SP. ____________ 2008 As Ciências da religião, a Psicologia da Religião e a Gestalt-terapia: Em busca de diálogos. Revista da Abordagem Gestáltica - XIV (1),. 70 - 79 ____________ (org.) 2009 Gestalt-terapia: Encontros. São Paulo: Instituto de Gestalt de São Paulo. ____________ 2009 Espiritualidade e religiosidade: Articulações. Revista de Estudos da Religião. São Paulo - SP, 68 - 83 Polster, E. & Polster, M. 1979. Gestalt-terapia integrada. Belo Horizonte: Interlivros. VALLE, E. R. 1998 Psicologia e Experiência Religiosa. São Paulo: Loyola. Wulff, D. 1997. Psychology of religion: classic and contemporary. New York: John Wiley & SonsPublicado
2014-09-19
Edição
Seção
Grupos de Dialogo