GD 01: CAFÉ, GESTALT, AÇÃO E PROSA
Resumo
GD 01: CAFÉ, GESTALT, AÇÃO E PROSA Enéas Araujo A Gestalt-terapia é uma perspectiva teórica moderna e diferenciada quando entendida como possibilidade de foco na ação. Para experiências inacabadas a Gestalt-terapia populariza as Gestalten abertas. Pensando na conscientização e experimento, por meio do foco na ação, nosso desafio é associar ideias e execução na “arte de seduzir”, pois muitas permanecem no papel e não conseguem acontecer na prática. Entender uma perspectiva processual psicoterapêutica envolve gerar ideias como resultado de um ajustamento criativo, aperfeiçoá-las, resignificando cada passo do processo, realizar escolhas, vivenciá-las e perceber as ressonâncias que elas nos proporcionam. A proposta, portanto, baseia-se em, durante o café da manhã, disponibilizar ao grupo uma estimulação conceitual e experimental sobre o tema escolhido, “ação” e, depois, propiciar interação. Será realizado um processo de diálogo em mini grupos, onde participantes se dividirão e conversarão em torno do tema. Será oferecido aos participantes o material para realização do processo. Este será organizado de forma que as produções realizadas no grupo circulem entre os outros, conectando ideias. Ao final do processo, faz-se uma colheita das percepções e aprendizados coletivos. O café dialógico estimulará os participantes a contribuir com ideias e vivências, disseminando-as, gerando acordos e caminhos de ações criativas e, efetivamente, conectando-os com diferentes pontos de vista. Assim como disse Yontef (1998, p.18), o diálogo é baseado na experienciação da outra pessoa como ela realmente é, demonstrando seu verdadeiro self, compartilhando awareness fenomenológica. A problemática que culminou neste trabalho parte da reflexão sobre qual o ponto de cisão entre a implicação da consciência, o reconhecimento de necessidades e as ações que permeiam esse café, bem como suas ressonâncias sobre o corpo. Pimentel (2008), citando Blondel, verifica o que ocorre quando se atua, o que se encontra implicado pela vontade e o pensamento no momento das realizações. Este autor reporta a ação como uma palavra mais concreta que o ato, compreendida como o princípio que produz, apoia e encaminha todas as práticas e pensamentos. Pimentel (2008) discursa: "Mas como estudar a ação, se esta não pode ser nem deduzida nem analisada em seus elementos? Para acompanhar a ação do ponto de vista dinâmico da vontade profunda, que é vontade de ser, e cuja potência cria formas novas e adaptadas aos desafios reais. Vista de seu centro, a ação é expansiva, sintética, singularizante (p.133, 134, grifo do autor)". Para Pimentel (2008), a razão para a ação acontecer é a liberdade, pois o homem se encontra apto a uma iniciativa, ainda que no seio do determinismo. No sentimento de liberdade contido na ação, há uma potência para além do determinismo das possibilidades que a antecedem, mas que o integram, o abarcam e odirecionam no caminho e sentido que se queira dar. Assim, com esta problemática, temos o intuito de discutir as denúncias contidas no fenômeno do café da manhã e a distância, no ciclo homeostático, entre consciência e ação. Material: Folhas de A4 Giz de cera e canetinhas coloridas Datashow Painel de projeção Som para Cd e DVD. Bibliografia PIMENTEL, Álvaro Mendoça. A “Lógica da ação” de Maurice Blondel: explicitação crítica na Ação (1893). 2008. 309 f. Tese ( Doutorado em Filosofia)- Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008. YONTEF, G.M. Processo, Diálogo e Awareness: Ensaios em Gestalt-Terapia. São Paulo: Summus,1998. ZINKER, Joseph. Processo criativo em Gestalt- terapia. São Paulo: Summus, 2007.Publicado
2014-09-19
Edição
Seção
Grupos de Dialogo