TL 15: INTEGRANDO A FAMÍLIA NO PROCESSO TERAPÊUTICO INFANTIL
Palavras-chave:
FAMÍLIA, INFANTILResumo
Na atualidade a palavra família remete-se a múltiplos significados, dada as inúmeras configurações e composições que esta pode ter, nos mais diferentes meios sociais. Utiliza-se neste estudo, o conceito de família, como um grupo de pessoas que se vinculam através de laços afetivos profundos e pela necessidade de afiliação e pertencimento a um dado grupo, ou seja, cujos membros se identificam como fazendo parte de uma coletividade. A família é, portanto, o campo onde inicialmente o organismo cresce, amadurece e se desenvolve; fonte primária de tensão, “berço” das necessidades básicas que configuram o comportamento da criança. Falar de processo terapêutico infantil perpassa necessariamente a apropriação, através da assimilação da gênese familiar, do campo e das forças atuantes na mesma, das relações tecidas neste sistema. Na busca deawareness é tarefa do terapeuta, compreender como a dinâmica familiar influencia na evolução da queixa e afeta o comportamento da criança, de forma a favorecer o bem estar e a qualidade de vida desta e das pessoas que a cercam, tanto na prevenção de problemas, como na percepção e modificação de dificuldades vivenciadas na família e pelo infante, incentivando formas de ajustamento criativo, menos cristalizadas e mais flexíveis. Compreende-se que a manutenção e retirada da criança em psicoterapia é uma escolha familiar. Ampliar a possibilidade de intervenção junto a esta clientela implica, portanto em reforçar os laços com este sistema, sobretudo com os responsáveis pelo infante. O presente trabalho busca apresentar o projeto “Fortalecendo o Vinculo Familiar em Psicoterapia Infantil” desenvolvido na Clínica-escola de Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Tal projeto tem como objetivos: ampliar os laços entre o cuidador e o terapeuta infantil; criar estratégias em consonância com a família para diminuir a evasão no processo terapêutico; estimular a co-responsabilidade familiar na psicoterapia; buscar fomentar recursos para a aproximação e integração terapeuta-família-cliente. Compreende-se que o referencial teórico-metodológico ancorado na Gestalt-Terapia e na prática clínica, adotado nesta proposta possibilitará o reconhecimento das inúmeras condições sociais e psicológicas que influenciam, positiva ou negativamente, o desenvolvimento da dinamica familiar e, portanto, estimulam ou inibem o processo de auto-regulação infantil. Outro aspecto relevante é a possibilidade de se verificar que procedimentos de orientação aos cuidadores são mais efetivos e coadunam para: fazê-los perceber as suas próprias habilidades emocionais no que se refere à possibilidade da família viver, crescer e aprender, e, portanto, se ajustar de forma saudável; o papel destes na promoção de condições que facilitem o exercício da autonomia infantil - situações que possibilitem a criança aprender a enfrentar, a compensar e se posicionar de forma saudável frente às diversas situações de vida.Edição
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