MC 09: ENTREVISTAS COM CRIANÇAS VÍTIMAS DE ABUSO SEXUAL A LUZ DA GESTALT TERAPIA

Autores

  • Gilberto Fernandes da Silva

Palavras-chave:

abuso sexual, Gestalt Terapia, entrevista com crianças, psicologia jurídica

Resumo

Constantemente a mídia veicula matérias jornalísticas ou reportagens, nas quais crianças são vítimas de abuso sexual perpetrado por pessoas adultas. Em muitos casos, o suposto abusador detém obrigações legais de proteção e cuidado das vítimas. Este cenário causa revolta e indignação as pessoas que as assiste, acarretando em um sentimento de “justiça” que às vezes mais se assemelha a um desejo de vingança. A gravidade do quadro é ampliada ao se constatar a não redução dos índices de incidência destas infrações. Há o reflexo destes eventos nas clínicas psicológicas o que exige do profissional uma capacitação para lidar com as peculiaridades desse tipo de caso. Há, ainda, a demanda manifestada pelos sistemas de justiça já que invariavelmente, o profissional de psicologia é solicitado a prestar esclarecimentos a autoridades no que concerne aos casos de abuso sexual atendidos. O presente trabalho visa abordar essas entrevistas conjugando os fundamentos teóricos filosóficos da gestalt terapia e o trabalho efetuado há 10 anos, em unidades especializadas da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, no qual eram realizadas entrevistas psicológicas com supostas vítimas de abuso sexual. Primeiramente, é traçado um panorama histórico de práticas sexuais envolvendo adultos e crianças pertencentes às várias culturas, chegando até o nosso momento atual, onde as denominamos e conceituamos como abuso sexual. Num segundo momento, é abordada a utilização dos conceitos teóricos filosóficos da gestalt terapia nas entrevistas com crianças suspeitas de serem vítimas de abuso sexual, com foco em seu posicionamento enquanto sujeito existencial na relação abusiva, bem como o papel da família e do psicólogo nesse processo. Neste sentido, propõe-se delinear os momentos essenciais em uma entrevista sobre esse tema: o que perguntar, como perguntar, o que observar, como lidar com o silêncio, quando parar, etc. Por fim, é discutido as implicações legais de todo esse processo, no percurso iniciado em sede policial até a fase judicial, bem como a fundamental importância do atuar do profissional de psicologia nesta área do comportamento humano e as possibilidades de diálogo do saber psicológico com o saber jurídico. Palavras Chave (abuso sexual, Gestalt Terapia, entrevista com crianças, psicologia jurídica) Referências Bibliográficas FURLANI, Jimena. Mitos e tabus da sexualidade humana: subsídios ao trabalho em educação sexual. 2ª edição. Belo Horizonte; Autêntica, 2003 FURNISS, Thilman. Abuso Sexual da Criança: Uma Abordagem Multidisciplinar, Manejo, Terapia e intervenção Legal Integradas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993 (Tradução: Maria Adriana Veríssimo Veronese). RIBEIRO, Jorge Ponciano. Gestalt Terapia: Refazendo um Caminho. São Paulo; Summus. 1985 RIBEIRO, Jorge Ponciano. Gestalt Terapia de Curta Duração. 2ª edição. São Paulo; Summus. 1999 SANDERSON, C. Abusos Sexual em Crianças. São Paulo. Ed. M. Books, 2005 SILVA, Gilberto Fernandes. Entrevistando crianças... In: Psicologia na Prática Jurídica : A criança em Foco. Niterói, Editora Impetus, 2009 PERLS, Frederick; Hefferline, Ralph; Goodman, Paul. Gestalt-Terapia. São Paulo, Summus, 1997. PIMENTEL, Adelma. Psicodiagnóstico em Gestalt-terapia. São Paulo, Summus, 2003.

Publicado

2012-09-06