WR 2: O “LABORATÓRIO GESTÁLTICO: CONFIGURAÇÕES E PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS” COMO UMA PRÁTICA TRANSGRESSORA, EXERCÍCIO DE POSSIBILIDADES...

Autores

  • Eleonora Torres Prestrelo
  • Laura Cristina de Toledo Quadros
  • Cristiane Ferreira Esch
  • Luciana Loyola Madeira Soares
  • Carolina Ferreira Guerreiro
  • Keyth de Oliveira Vianna Oliveira
  • Priscilla Corrêa Welte
  • Rafaelle Cristine Diogo Melo

Resumo

WR 2: O “LABORATÓRIO GESTÁLTICO: CONFIGURAÇÕES E PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS” COMO UMA PRÁTICA TRANSGRESSORA, EXERCÍCIO DE POSSIBILIDADES... Eleonôra Torres Prestrelo Laura Cristina de Toledo Quadros Cristiane Ferreira Esch Luciana Loyola Madeira Soares Carolina Ferreira Guerreiro Keyth de Oliveira Vianna Oliveira Priscilla Corrêa Welte Rafaelle Cristine Diogo Melo RESUMO Este trabalho se constitui como uma roda de conversa apoiando-se numa metodologia vivencial com o objetivo de apresentarmos o Laboratório Gestáltico como um processo de aprendizado vivo, através de seus integrantes e de suas diferentes fases. Propomos um espaço de experimentação do movimento de transmitir a abordagem gestáltica no âmbito universitário. Este é um projeto de Extensão Universitária desenvolvido na UERJ, em parceria com a UCL, que tem como objetivo promover atividades acadêmicas e de extensão universitária, abrangendo temas e práticas em Gestalt-Terapia. Por extensão, compreende-se as atividades que privilegiem a transferência de conhecimento da Universidade diretamente a comunidade, possibilitando, a cada uma das partes, o enriquecimento necessário para o processo integrador de produção de conhecimentos. Palavras chave: Gestalt terapia; Extensão universitária; Práticas em psicologia PROPOSTA O “Laboratório Gestáltico: configurações e práticas contemporâneas” é um projeto de Extensão Universitária desenvolvido na UERJ, em parceria com a UCL, que tem como objetivo promover atividades acadêmicas e de extensão universitária, abrangendo temas e práticas em Gestalt-Terapia. Por extensão, compreende-se as atividades que privilegiem a transferência de conhecimento da Universidade diretamente a comunidade, possibilitando, a cada uma das partes, o enriquecimento necessário para o processo integrador de produção de conhecimentos. Neste ano de 2012 inauguramos um novo nome por considerar que o atual representa o que realizamos de forma mais fidedigna, pois refere-se a ampliação, produção e prática de conhecimentos relativos a Abordagem Gestáltica compreendendo-a como uma forma ativa de apreensão e intervenção no mundo. Buscamos a socialização do conhecimento, promovendo a oportunidade de trocas com a comunidade de forma viva e interativa, criando novas perspectivas pelo viés da sensibilidade, contribuindo para a humanização das relações na atualidade. Dentre os objetivos deste projeto estão: resgatar, no meio universitário e na comunidade leiga, outra possibilidade de olhar o mundo, diferente do modelo essencialmente teórico, racional, predominante na linguagem acadêmica; aproximar o conhecimento dos aspectos vivos e dinâmicos do cotidiano, resgatando nossa dimensão sensível; e ampliar o espaço da Abordagem Gestáltica na meio acadêmico. Propomos aqui uma experimentação em forma de roda de conversa onde compartilharemos experiências tecidas na relação Gestalt e vida. Buscamos, então, uma reflexão dialogada acerca da experiência de atuar com a Gestalt terapia no contexto da graduação de psicologia, considerando a tradição positivista que acompanha a formação universitária no país. Nesse sentido, vale ressaltar que o estado do Rio de Janeiro é um dos pioneiros em abrigar disciplinas de Gestalt terapia em grades curriculares de formação de psicólogo, bem como em manter a abordagem gestáltica como possibilidade de estágio supervisionado. Dessa forma, consideramos pertinente não apenas resgatar esse percurso como também discutir os desafios que enfrentamos para legitimar esse espaço no ambiente acadêmico. Historicamente a hegemonia da psicanálise como saber, principalmente na formação do pensamento de preparação para a prática clínica em psicologia, mantém sua predominância como conhecimento instituído e, por que não dizer, fechado em si mesmo, confundindo-se muitas vezes, como uma única representação nesta área. Dessa forma, observamos tanto nas disciplinas básicas de formação para a clínica quanto nas bibliografias de concursos para psicólogo na área da saúde que a referência quase absoluta ainda está dominada pelo modelo psicanalítico. Como se constitui, então, a experiência de ser gestalt-terapeuta e desenvolver a prática docente em universidades ? Que dispositivos se articulam nesse movimento reflexivo de ensinar e aprender? Que possibilidades criamos no espaço do Laboratório Gestáltico que traduzem as peculiaridades dessa abordagem? Primamos pela elaboração do conhecimento de forma reflexiva e não meramente reprodutora de formas de pensamento e atuação cristalizadas, descontextualizadas, pois consideramos nosso lugar na academia a marcação política de um espaço necessário e indispensável para a possibilidade de uma mudança desse referencial. Essa concepção não só se refere a clínica e sim a uma perspectiva de mundo (PERLS, HEFFERLINE E GOODMAN,1997) conforme seu fundador apregoava e muitos dos seus seguidores o reafirmam (KAMPLER, 1977; RIBEIRO, 1998). Propomos, então, através das atividades acadêmicas que desenvolvemos um espaço para a problematização desse modelo, oferecendo outra possibilidade de construção do saber, onde professor e aluno, palestrante e ouvinte podem trocar informações, experiências e construir, a partir daí, uma leitura própria do vivido (FREIRE, 1977).O Projeto de Extensão “Laboratório Gestáltico: configurações e práticas contemporâneas” desenvolvido desde 2008 no Instituto de Psicologia da UERJ se propõe a ampliar essa concepção para além dos muros da universidade. É um projeto que prioriza a interlocução entre saberes que se constituam a partir do vivido, tendo esse lugar como prioridade na orientação e planejamento de suas atividades, desenvolvendo reflexões acerca das demandas contemporâneas no intuito de abrir espaço para que o conhecimento acadêmico alimente a vida vivida e seja alimentado por ela. Tal perspectiva envolve múltiplos espaços: aprender, experimentar, ouvir... Estar nesse limite que transcende os muros da Universidade permite um outro olhar sobre a prática. A abordagem gestáltica propicia uma expansão desse campo de conhecimento, uma vez que trabalha-se nessa interlocução entre a teoria e a prática, considerando-as uma totalidade. Assim, o Laboratório Gestáltico busca romper fronteiras e trazer para o âmbito acadêmico a vitalidade de uma prática de vanguarda que também mantém ensino/aprendizagem como uma unidade indivisível. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, R. A alegria de ensinar. Campinas, SP: Papirus, 2000. CSE/CNE, Notícia: Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Psicologia, in, Psicologia Teoria e Pesquisa, vol. 20, no 2 ,Brasília, 2004. FREIRE, P. Extensão ou comunicação? 3ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1977. GINGER, S. e GINGER, A. Gestalt: uma terapia do contato. São Paulo: Summus, 1995. HYCNER, R. De pessoa a pessoa: psicoterapia dialógica. São Paulo: Summus, 1995. KEMPLER, W. in STEVENS, J.O. e STEVENS, B. Introdução . Isto é Gestalt, São Paulo: Summus, 1977. PRESTRELO, E. T.; QUADROS, L. C.T.;ROCHA, V. M. L.; PEREIRA,T.C.; Laboratório Gestáltico: uma tentativa de resgate da dimensão sensível do humano in Revista Conexão UEPG, ed 7 v2, 2011 PRESTRELO, E. T.; QUADROS, L. A Abordagem Gestáltica na universidade: desafio, construção, possibilidades... in IGT na Rede, V. 8, n.o 15 PERLS, F; HEFFERLINE, R; GOODMAN, P. Gestalt-Terapia. São Paulo: Summus, 1997. SAS DE GUITER, M. Idéias para Viver: uma contribuição para uma atitude “gestaltista”. Revista Sampa GT: Revista de Psicologia do Instituto Gestalt de São Paulo. São Paulo, Ano 3, nº 3, p. 80-84, 2006. XISTO, V. de A. E agora? in VASCONCELOS, E. Perplexidade na Universidade: vivências nos cursos de saúde. São Paulo: Editora Hucitec, 2006.

Publicado

2014-07-29